domingo, 27 de janeiro de 2013

DONOS DE BOATE AINDA NÃO FORAM LOCALIZADOS, DIZ DELEGADA...


FONTE: DANIEL CARVALHO, DE SÃO PAULO (noticias.uol.com.br).

A Polícia Civil em Santa Maria (307 km de Porto Alegre) disse ainda não ter conseguido localizar os proprietários da boate Kiss, onde 231 pessoas morreram em um incêndio, na madrugada deste domingo (27).

A delegada Luiza Sousa, responsável pelas primeiras investigações, disse à Folha que Mauro Hoffman e Elisandro Spohr, donos da boate, foram procurados nos prédios onde moram, mas nos dois casos porteiros informaram que eles haviam saído pela manhã.

Eles são procurados para prestar informações, mas não são considerados foragidos. A reportagem também não conseguiu localizá-los.

Já o delegado regional da Polícia Civil, Marcelo Arigone, disse que um dos donos esteve na delegacia durante a madrugada e afirmou que iria se apresentar nesta tarde.

A delegada disse já ter ouvido cerca de 20 testemunhas entre funcionários da Kiss e integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava quando começou o incêndio. Segundo a Polícia Civil, nenhum participante da festa "Agromerados" prestou depoimento até agora.

Segundo Sousa, o gaiteiro da banda morreu. O nome dele não foi divulgado.

Testemunhas disseram à polícia que o vocalista, identificado pela delegada apenas como Antônio, usava uma luva e segurava uma vela de onde saiam faíscas durante a apresentação. O efeito pirotécnico era ativado por um sistema operado fora do palco.

De acordo com os depoimentos, uma faísca encostou no forro acústico do teto da boate e deu início ao incêndio. A delegada disse que os músicos não confirmaram nem desmentiram essa versão.

ALVARÁ.

O Exército informou que o alvará da boate estava vencido desde agosto de 2012. A delegada disse apenas que o documento estava em "processo de renovação".

Ela não soube informar se havia extintores em quantidade suficiente e se eles funcionavam. Peritos de Porto Alegre devem ir ao local nesta tarde.

Segundo Sousa, havia duas portas na boate: uma principal, com quatro metros de largura e, ao lado, outra com 1,5 metro. Ela não soube informar se elas estavam destravadas quando o incêndio começou.

A delegada disse também não poder informar se seguranças impediram a saída dos jovens, o que foi relatado por alguns participantes da festa. Funcionários ouvidos por ela negaram a informação.

INCÊNDIO.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Adelar Vargas, o fogo teria começado na espuma de isolamento acústico, no teto. Um dos integrantes da banda, que se apresentava no local, teria acendido um sinalizador, que atingiu o teto e o fogo se espalhou rapidamente, de acordo com Vargas.

De acordo com o tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs, o transporte dos corpos é realizado por um caminhão da Brigada Militar, devido ao elevado número de de mortos. Eles são levados ao Centro Desportivo Municipal (Farrezão), porque o IML (Instituto Médico Legal) não tem capacidade para abrigá-los.

A auxiliar de escritório, Michele Pereira, 34 anos, que estava em frente ao palco no momento em que começou o incêndio, confirma que um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador no palco.

"A banda que estava no palco começou a usar sinalizadores e, de repente, pararam o show e apontaram [o sinalizador] para cima. Aí o teto começou a pegar fogo, estava bem fraquinho, mas em questão de segundos começou a se alastrar", disse Pereira.

Com apenas uma saída de emergência, os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede da boate para facilitar o acesso e a retirada das pessoas do local.

O assessor do Hospital Caridade, que fica na região central da cidade, Claudemir Pereira, disse que pelo menos 30 pessoas estão no hospital com ferimentos leves a graves. Os corpos foram levados para o Centro Desportivo Municipal (Farrezão), porque o IML (Instituto Médico Legal) não tem capacidade para abrigá-los.

Segundo informação preliminar da prefeitura, há registro de quatro mortes na UPA e outras quatro no Hospital da Guarnição de Santa Maria. A prefeitura está recrutando voluntários para ajudar no atendimento aos feridos, principalmente, enfermeiros e de médicos.

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