FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Passar desodorante depois do banho é algo tão essencial para a saúde humana quanto escovar os dentes e lavar as mãos. Mas para algumas pessoas, isso é um ritual completamente desnecessário, mas mantido por pressão social.
Um estudo de epidemiologia genética descobriu, por acaso, que mais de 75% das mulheres que não produzem odor característico nas axilas continuam a usar o produto diariamente. A pesquisa iria investigar, a princípio, as exposições químicas de milhares de britânicas e seus filhos.
Mas quando Ian Davis, professor da Universidade de Bristol, recolheu amostras de sangue e informações dos hábitos de higiene do grupo, ele se deparou com a possibilidade de entender como os genes estão relacionados ao uso desses produtos e descobriu o resultado acima.
É que esse mesmo grupo de mães já havia participado de uma análise genética na Universidade, que revelou que 2% delas (117) carregavam uma mutação muito particular em um gene. Denominado ABCC11, ele não deixa que a pessoa produza cheiro ruim debaixo dos braços.
As glândulas sudoríparas produzem suor que, combinado com as bactérias do nosso corpo, causam o odor forte. O processo só não ocorre, lembra o estudo, quando o ABCC11 não "funciona", como visto nesse grupo de 117 mães.
"Elas estão gastando seu dinheiro, expondo sua pele ao que, em alguns casos, não parece ser bom para o seu tipo [de pele]. Isso sugere que há um monte de conformistas por aí", alfineta Davis.
O epidemiologista explica que a maioria das asiáticas e nenhuma das coreanas sequer têm o ABCC11 no seu DNA, o que pressupõe que "ser fedido" sempre foi considerado ruim para a evolução da espécie humana.
Por isso, afirma Davis, 78% das mulheres mantêm a rotina de lambuzar suas axilas com cremes, apesar de terem essa "vantagem" de não cheirar mal, por causa da forte pressão social - que existe até mesmo nos mais banais ritos de higiene.
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