FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
Febre nos Estados Unidos, os aplicativos de celulares que monitoram peso, medidas e até mesmo a quantidade de calorias de uma refeição vem ganhando a preferência dos brasileiros.
Além de serem úteis, esses programas acabam incentivando os usuários a continuar mantendo o peso. No entanto, nutricionistas alertam que, apesar da eficácia dos aplicativos, o método é aplicado nos usuários de forma generalizada e nem sempre pode produzir resultados satisfatórios.
Um estudo americano, feito na Universidade NorthShore e publicado na revista científica "Archives of Internal Medicine", recrutou 69 adultos obesos, ou com sobrepeso, e os dividiu aleatoriamente em dois grupos. Ambos participaram de sessões quinzenais de orientação com nutricionistas, psicólogos e médicos, mas apenas um grupo recebeu computadores de mão para registrarem seu consumo de calorias.
Além de perderem mais peso ao final de 12 meses, os participantes que utilizaram o recurso tecnológico tiveram resultados melhores logo no início do experimento. Após três meses de participação, 36% dos voluntários desse grupo já haviam perdido pelo menos 5% de seu peso. No mesmo período, nenhum participante do outro grupo atingira resultado semelhante.
Para o nutricionista Gilcélio Arruda, membro do Conselho Regional de Nutrição da 5ª Região (Bahia e Sergipe), a ferramenta é interessante e útil porque além de estimular a alimentação saudável também possui mecanismos que auxiliam no acesso à conteúdos sobre o assunto, mas é falho quando avalia o indivíduo com base apenas no peso e altura ignorando outras informações importantes identificadas na avaliação física presencial como idade, histórico de atividades física e profissão do indivíduo.
“Quando o aplicativo cria peso e altura como base para o resultado final da dieta alimentar, ele torna o método generalista particularizando e limitando o tratamento. Os aplicativos possuem mecanismos que orientam de forma geral. Porém, para os problemas de ordem patológica em estado mais grave é indispensável avaliar também o tipo de trabalho e a frequência de atividade física para diagnosticar com eficácia o tipo de dieta e atividade recomendada para cada pessoa”, explica.
No Brasil, uma das ferramentas disponíveis é o programa Dieta e Saúde, que pode ser acessado por computador ou celular. Depois de uma avaliação com base em peso e altura, cada usuário recebe uma indicação de dieta. Ele também passa a dispor de uma ferramenta para medir a evolução do peso e um contador de pontos que calcula as calorias ingeridas e as calorias gastas com atividades físicas. O aplicativo ainda permite que o usuário fotografe seu prato e cadastre a foto no programa, para contar as calorias mais tarde.
No Cyberdiet, outro programa que oferece acompanhamento virtual para dietas, o usuário escolhe entre três estratégias para perda de peso: um cardápio pré-elaborado, um programa que obedece a uma quantidade determinada de alimentos por grupos alimentares e a contagem de calorias.
Ainda que o método possa ser eficaz, Almeida alerta que, antes de começar uma dieta, é recomendável que o paciente se submeta a uma avaliação médica “ao vivo” com um profissional da área, o que vai determinar se existe alguma doença associada à obesidade. “Assim como nem todo magro come pouco, nem todo obeso come muito. A dieta requer individualização”, finaliza o nutricionista.
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