FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
A Bahia realiza transplantes de osso,
córnea, medula óssea, e órgãos como fígado e rim. Em breve, os pacientes que
precisam de transplante cardíaco também não vão precisar sair do estado. O Ministério da Saúde
credenciou o Hospital Ana Nery (HAN), no bairro da Caixa D’Água, em Salvador,
para iniciar o procedimento. A unidade de saúde está em fase de estruturação e
treinamento dos profissionais, além de aguardar a autorização para realizar
transplante de pulmão.
No último dia 22 de agosto, o
Hospital Edgard Santos (Hupes) promoveu o primeiro transplante de pele da Bahia. Com
mais de 80% do corpo atingido por queimaduras de 2º e 3º graus, um garoto de 11
anos recebeu o aloenxerto, que é o enxerto com pele oriunda de doação de órgãos
e tecidos.
Para viabilizar mais procedimentos como este
na Bahia, sem a necessidade de recorrer a outros estados, a Secretaria da Saúde
(Sesab) pretende implantar um Banco de Multitecidos (pele, osso e válvulas
cardíacas), que será financiado com recursos do Ministério da Saúde. “O banco
está em fase de estudo. A gente está tratando do projeto arquitetônico e
definindo o local onde será instalado”, explica o coordenador estadual do
Sistema de Transplantes, Eraldo
Moura.
O Hospital Ana Nery também é o único hospital
público do Estado que faz transplante renal (adulto e pediátrico). O número de
procedimentos na unidade chega a 60 por ano. O hospital ainda realiza serviços
de hemodiálise e diálise peritoneal, com atuação de uma equipe formada por
médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e
técnicos de enfermagem.
Doações.
O rim saudável pode ser doado por
uma pessoa viva ou falecida. Mas, de acordo com a médica Fátima Gesteira,
coordenadora de transplante pediátrico do Ana Nery, a demanda atual é maior que
o número de doações. “A Bahia é um
dos estados que possui o menor número de doadores. Se a oferta fosse maior,
nós faríamos mais procedimentos”.
Segundo a Secretaria da Saúde (Sesab),
o índice de negativa das famílias à doação de
órgãos chega a 70% no estado. O desconhecimento da população sobre o processo de
doação e transplante é apontado com a principal explicação para o número.
Diante deste quadro, a Associação Bahiana de
Medicina (ABM), em parceria com a Sesab, promove o congresso ‘Transplante de
Órgãos e Tecidos’ até este sábado (27), na sede da ABM, em Ondina. No domingo,
a partir das 8h, haverá a ‘Caminhada pela Vida’, saindo do Cristo em direção ao
Farol da Barra.
Segundo Eraldo Moura, há
quatro anos, o índice de rejeição era 10% maior. “Temos feito ações educativas
de conscientização da população e cursos de capacitação para os profissionais
que atuam na área da saúde. A gente também dispõe de aeronave para a captação e
transporte de órgãos para o interior do estado. As cidades maiores já realizam
transplantes e o número de doadores vem aumentando”.
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