FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Treze em cada 100 brasileiras fumam atualmente. A proporção totaliza quase 10 milhões de mulheres, que gastam, em média, mais de 10% de um salário mínimo por mês com o vício. As informações contam da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio de 2008 (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e reforçam o alerta feito por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o avanço do tabagismo entre as mulheres.
Apesar do Brasil registrar redução entre o número de fumantes de uma forma geral, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a redução de fumantes entre as mulheres no país foi significativamente inferior à dos homens. O tabagismo feminino é uma preocupação em todo o mundo. Segundo a OMS, o sexo feminino já responde por 20% dos mais de 1,3 bilhão de fumantes do mundo.
Para a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante, as mulheres têm dificuldades mais específicas em relação ao vício, tanto do ponto de vista do apego, como na hora de largar. “A mulher, geralmente, usa o cigarro para lidar com as dificuldades sociais, situações estressantes, quando estão entediadas ou sozinhas. E, hoje, a mulher tem uma grande carga de demanda social e vários turnos de trabalho: ela é chefe de família, tem que prover o lar e, quando chega em casa, ainda tem que cuidar de tarefas [domésticas]. É uma carga muito grande e o cigarro acaba sendo um amigo”, explicou Tânia.
A vaidade é outro inimigo das mulheres que se renderam ao vício do cigarro. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Defesa Civil mostrou que 58% das fumantes têm receio de parar de fumar e ganhar peso em seguida. Mas o preço pode ser ainda mais alto. Mulheres que fumam e tomam pílulas anticoncepcionais, por exemplo, têm, segundo o Inca, dez vezes mais chances de sofrer ataques cardíacos e embolia pulmonar, do que as não fumantes que tomam pílulas. O fato tem impacto direto no custo da saúde pública.
“A gente carece de estudos que mostrem o impacto do tabagismo no Sistema Único de Saúde [SUS] e na seguridade social. Mas o que temos já mostra que o gasto é substantivo. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz [Fiocruz] mostrou que o SUS gastou, só com internação, em 2005, em torno de R$ 300 milhões”, disse.
A OMS afirma que a indústria do cigarro tem investido fortemente para atrair o público feminino e os jovens. O resultado aparece em levantamentos como o destacado pelo Inca, que revela que o câncer de pulmão é o segundo tipo da doença que mais mata as mulheres no país, perdendo apenas para o câncer de mama.
Para Tânia Cavalcante, o nível de experimentação entre adolescentes também é preocupante já que, segundo ela, a adolescência é a fase em que a dependência química rapidamente se estabelece. “A gente tem que chegar a uma situação em que o cigarro seja minimamente acessível a esses adolescentes. A gente tem a questão dos preços. Embora o Ministério da Fazenda esteja se esforçando para aumentar os impostos e, com isso, o preço dos cigarros, ainda estamos num patamar que permite o acesso fácil na perspectiva econômica. E tem outros desafios como a capilaridade das vendas. A gente tem venda de cigarro em qualquer esquina, como padarias, banca de jornal e lojas de conveniência de postos de gasolina”.
Apesar do Brasil registrar redução entre o número de fumantes de uma forma geral, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a redução de fumantes entre as mulheres no país foi significativamente inferior à dos homens. O tabagismo feminino é uma preocupação em todo o mundo. Segundo a OMS, o sexo feminino já responde por 20% dos mais de 1,3 bilhão de fumantes do mundo.
Para a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante, as mulheres têm dificuldades mais específicas em relação ao vício, tanto do ponto de vista do apego, como na hora de largar. “A mulher, geralmente, usa o cigarro para lidar com as dificuldades sociais, situações estressantes, quando estão entediadas ou sozinhas. E, hoje, a mulher tem uma grande carga de demanda social e vários turnos de trabalho: ela é chefe de família, tem que prover o lar e, quando chega em casa, ainda tem que cuidar de tarefas [domésticas]. É uma carga muito grande e o cigarro acaba sendo um amigo”, explicou Tânia.
A vaidade é outro inimigo das mulheres que se renderam ao vício do cigarro. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Defesa Civil mostrou que 58% das fumantes têm receio de parar de fumar e ganhar peso em seguida. Mas o preço pode ser ainda mais alto. Mulheres que fumam e tomam pílulas anticoncepcionais, por exemplo, têm, segundo o Inca, dez vezes mais chances de sofrer ataques cardíacos e embolia pulmonar, do que as não fumantes que tomam pílulas. O fato tem impacto direto no custo da saúde pública.
“A gente carece de estudos que mostrem o impacto do tabagismo no Sistema Único de Saúde [SUS] e na seguridade social. Mas o que temos já mostra que o gasto é substantivo. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz [Fiocruz] mostrou que o SUS gastou, só com internação, em 2005, em torno de R$ 300 milhões”, disse.
A OMS afirma que a indústria do cigarro tem investido fortemente para atrair o público feminino e os jovens. O resultado aparece em levantamentos como o destacado pelo Inca, que revela que o câncer de pulmão é o segundo tipo da doença que mais mata as mulheres no país, perdendo apenas para o câncer de mama.
Para Tânia Cavalcante, o nível de experimentação entre adolescentes também é preocupante já que, segundo ela, a adolescência é a fase em que a dependência química rapidamente se estabelece. “A gente tem que chegar a uma situação em que o cigarro seja minimamente acessível a esses adolescentes. A gente tem a questão dos preços. Embora o Ministério da Fazenda esteja se esforçando para aumentar os impostos e, com isso, o preço dos cigarros, ainda estamos num patamar que permite o acesso fácil na perspectiva econômica. E tem outros desafios como a capilaridade das vendas. A gente tem venda de cigarro em qualquer esquina, como padarias, banca de jornal e lojas de conveniência de postos de gasolina”.
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