terça-feira, 8 de junho de 2010

BAHIA TEM MAIOR INCIDÊNCIA DE ANEMIA FALCIFORME NO PAÍS...

FONTE: Roberta Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.

Uma pesquisa realizada por médicos e nutricionistas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), divulgada ontem, revela que a Bahia é o estado com maior incidência de anemia falciforme do país, tendo 40 novos casos a cada mês e 600 por ano, contabilizando mais de 15 mil portadores. Hereditária e caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos, a doença deve ser diagnosticada na primeira semana de vida da criança, através do teste do pezinho, para evitar maiores complicações e até mesmo a morte.
O exame é gratuito e pode ser realizado na sede da Apae, na Pituba ou em um dos 2700 postos de coleta da instituição, que é referência do Ministério da Saúde para a execução do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) no estado.
A pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisas Científicas (Nupec) utilizou dados colhidos durante o acompanhamento em 347 crianças, de 1 a 4 anos, que são acompanhadas pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN), da instituição. Com um caso de anemia falciforme a cada 650 nascimentos, a Bahia ficou em primeiro lugar na lista de estados com maior incidência. Dados da Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme (Abadfal) apontam ainda que, somente na capital baiana, existem atualmente 270 mil pessoas com a mutação causadora da doença.
A coordenadora do núcleo de pesquisa da Apae, a pediatra e geneticista Tatiana Amorim, explica que “o levantamento teve como objetivo descrever a incidência e gravidade da desnutrição nos primeiros quatro anos de vida das crianças atendidas na Bahia, pelo PNTN, além de investigar a relação entre o índice de morbidade no primeiro ano de vida e o estado nutricional desses pacientes entre um e dois anos de idade”.
Para a surpresa da pesquisadora, as crianças com anemia falciforme apresentaram índices de desnutrição – uma consequência comum aos portadores da doença – menores que a média geral de desnutrição da região Nordeste do país. “Apenas 0,3% das 347 crianças apresentaram desnutrição grave e 1,2% algum grau de desnutrição, enquanto a média do Nordeste fica entre 7% e 10%”, conta a nutricionista Efigênia Leite, que também participou da pesquisa.
O diagnóstico precoce, através do teste do pezinho e o acompanhamento de equipes multidisciplinares são apontados como as principais causas destes resultados positivos. Mas, a pesquisa revelou também resultados menos animadores. De acordo com a nutricionista, o estudo revelou ainda que 14% das crianças que nascem na Bahia não são submetidas ao teste do pezinho e a maioria busca o exame, em média, no 22° dia de vida da criança, quando o indicado é entre o 3° e o 7° dia. “Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciado o tratamento menores serão as sequelas”, lembra.
ALEITAMENTO MATERNO.
Com relação ao aleitamento materno exclusivo, a média registrada foi de 96 dias, que é acima da média do estado (30 a 35 dias), mas, ainda abaixo do ideal que é de seis meses.
Consciente da importância do exame, a estudante Élica Nogueira, 31 anos, mãe de duas crianças, levou seu segundo filho ontem, seis dias após o nascimento. “É uma exame tão simples e que pode evitar tantos problemas”, diz. A dona de casa Cássia Silva Muriti, 23 anos, teve o diagnóstico de anemia falciforme ainda na primeira semana de vida dos seus dois filhos, um de nove meses e outro de 1 ano. “Eles vivem sem grandes problemas, mas, precisam estar sempre sendo acompanhados”, durante uma das consultas periódicas.
A manifestação da anemia falciforme ocorre de diversas formas, variando em cada paciente. Podem ocorrer crises de dor, icterícia (cor amarela dos olhos e pele), dor, inchaço e vermelhidão das mãos e dos pés, infecções como pneumonias e meningites, feridas nas pernas e até mesmo um fenômeno denominado Sequestro do Sangue no Baço (SSB), que provoca o aumento rápido do baço, por absorver todo o sangue do corpo e pode levar rapidamente à morte, devido à falta de sangue em órgãos como cérebro e coração.

Um comentário:

  1. ola,Bom dia,
    tenho um filho de 5 anos e 3 meses com anemia falciforme, tem sido muito complicado e dificil.
    A sua penultima crise dexou-nos de rasto, estamos a pensar em emigrar para buscar melhores tratamentos porque o tratamento ca em Angola ainda esta numa fase miuda e nós nao temos tempo pra esperar que se desenvolva.Mais essa decisao(emigrar)tambem é complicada e dificil,tenho que deixar tudo e todos(incluindo o meu marido,porque tem de ficar a trabalhar e sustentarnos de longe).Será que nao existe outra forma?tipo um seguro internacional,fazer consultas trimestrais em paises com tratamento avançado?será mesmo necessario mudar de continente?
    por favor ajudem-me,estou encurralada sem saber o q fazer.
    E por outra ja ouvi que no brasil têm bons medicos,podem indicar-me um??!!!
    Envia-me uma resposta por email,a ultima crise foi a duas semanas e chegou a perder todas as provas escolares,mais de momento esta tudo bem mais a pessoa vive em alerta constante porq nunca sabemos quando é que pode voltar.É uma situaçao complicada e triste.

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