segunda-feira, 7 de junho de 2010

BAIXINHOS DEPIRMIDOS...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

Apesar de a infância ser vista como um período feliz e sem preocupações, muitas crianças podem apresentar depressão já aos três anos de idade, segundo estudo da Universidade de Washington, nos EUA. E, de acordo com especialistas, esse é o caso de cerca de 1% a 2% dos pequenos, com tendência de crescimento da prevalência nesta faixa etária.
Por muitos anos, os especialistas acreditaram que as crianças pequenas seriam muito imaturas para sofrer de depressão. Entretanto, em pesquisa com 300 crianças pequenas, eles descobriram que crianças de apenas três anos podem ter depressão clínica - não apenas tristeza temporária, mas um sério problema de saúde mental. “É um transtorno mental que, basicamente, como nossas descobertas estão mostrando, pode surgir tão cedo quanto aos três anos de idade e não, necessariamente, por causa de coisas ruins que acontecem na vida”, explicaram os autores, destacando que é uma condição de base genética associada ou não a um evento estressante.
Embora a depressão em pré-escolares pareça não ser muito comum, os especialistas destacam a importância de se identificar o problema precocemente para que a intervenção seja mais efetiva. Os especialistas destacam que a principal marca de uma criança depressiva é se sentir culpada por qualquer coisa que dê errado e o fato de não se divertir com brincadeiras que um típico pré-escolar gosta. Além disso, podem ocorrer problemas de sono e apetite e alterações nos níveis de atividade física. “Se os sintomas persistirem por um período de mais de uma semana ou duas, é hora de procurar ajuda”, concluiu a pesquisadora Joan L. Luby.
Os sintomas mais comuns de depressão em crianças são:
Atitudes destrutivas voltadas contra brinquedos ou outros objetos da casa;
Baixa autoestima (“eu me odeio”; “eu sou um estúpido”);
Sentimento de cansaço e tédio, grande parte do tempo;
Irritabilidade frequente, com períodos de comportamento agressivo, de atrevimento;
Perda de interesse em várias coisas que gostava de fazer (música, esportes);
Vontade de ficar sozinho grande parte do tempo;
Problemas em prestar atenção às coisas, sendo facilmente distraído por pensamentos;
Sono em excesso ou dificuldade para dormir;
Perda ou aumento excessivo do apetite;
Grande sensibilidade à perda ou à rejeição;
Fala sobre desejo de morrer;
Sentimentos de culpa ou de não ser bom o suficiente. Algumas crianças praticam auto-agressão; A criança não se preocupa com as consequências de fazer ou não suas obrigações.
Como é feito o diagnóstico da depressão em crianças?
Como os sintomas de depressão podem ser confundidos com sintomas de diversas outras doenças orgânicas e mentais, é sempre recomendável procurar um especialista, pois ele será capaz de fazer essa diferenciação. Além da depressão, as crianças costumam apresentar os seguintes distúrbios:
· Distúrbios de ansiedade;
· Distúrbio de déficit de atenção/hiperatividade;
· Distúrbios de conduta ou de oposição desafiadora. O especialista fará uma avaliação dos sintomas apresentados pela criança, do comportamento da mesma, da história familiar e das doenças que a criança já apresentou no passado, bem como dos medicamentos em uso atual. Algumas vezes, pode ser necessária a realização de alguns exames de sangue, para excluir certos tipos de doenças, que podem ser confundidas com a depressão. O diagnóstico de depressão na infância pode ser bastante difícil, de forma que às vezes são necessárias várias consultas, antes que alguma conclusão possa ser firmada.
QUAIS OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO EM CRIANÇAS?
Em crianças, e também em adolescentes, a depressão costuma se apresentar de maneira diferente. Enquanto os adultos costumam queixar-se de sentimentos de tristeza e falta de esperança, as crianças apresentam quadros caracterizados principalmente por irritabilidade, mau humor e comportamento provocativo. Costuma-se observar alterações súbitas do humor, passando de tristeza e irritabilidade para raiva extrema.
Na adolescência, os indivíduos têm que lidar com várias questões importantes, de forma que muitas vezes os sintomas de depressão passam despercebidos. De fato, muitas crianças e adolescentes não sabem que estão deprimidos. Ao invés de falar sobre o que estão sentindo, eles agem de acordo com eles, tornando-se às vezes desobedientes.
O QUE FAZER PARA AJUDAR SEU FILHO?
-Procure ajuda imediatamente se seu filho demonstrar ideias de suicídio;
-Procure aprender tudo que puder sobre a depressão. Leia, participe de grupos de ajuda e converse com outras pessoas;
-Não subestime suas preocupações se os sintomas estão presentes por mais de seis meses. Eles podem não melhorar, e até mesmo piorar;
-Entenda que você não é responsável pela depressão do seu filho, mesmo que ela tenha sido desencadeada pelo seu divórcio;
-Faça com que a criança perceba que você está ao lado dela, pronta para ajudar a qualquer momento que for necessário. Repita isso a ela várias vezes;
-Encoraje seu filho a falar sobre o que quiser, quando sentir vontade. Escute com atenção, pois isso faz com que a criança perceba que seus sintomas são importantes para você e que ela não está desamparada;
-Garanta que seu filho tome a medicação todos os dias, mesmo sentindo-se bem;
-Mantenha uma rotina diária de atividades, como horários de dormir e de se alimentar;
-Seja firme e consistente, com relação a regras e consequências. Porém, mantenha sempre a calma ao explicar tais questões à criança; -Mantenha vigilância, para detectar os primeiros sinais de depressão.
COMO OCORRE A DEPRESSÃO EM CRIANÇAS?
A depressão em crianças é considerada um problema grave. Assim como em adultos, os sentimentos de tristeza e desapontamento são bastante comuns, porém quando esses sintomas e sentimentos duram por um período maior e comprometem a vida da criança, podemos falar em depressão.
Ainda não se sabe quais as causas da depressão em crianças, mas sabe-se que a mesma pode ser desencadeada por eventos estressantes, como problemas na escola, separação dos pais, brigas com colegas, perda de amigos ou morte de um parente ou animal de estimação. As crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem, doenças crônicas ou algum tipo de deficiência física são mais propensas a desenvolverem depressão. Apesar disso tudo, a depressão pode surgir sem nenhuma causa identificável.
As meninas e os meninos apresentam o mesmo risco de desenvolver depressão; além disso, o quadro costuma ser mais grave quanto mais precoce for o início da doença, bem como quando não se identifica um evento desencadeador. Já na adolescência, as garotas apresentam risco maior que os garotos.

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