sexta-feira, 25 de junho de 2010

BRASIL VOLTA A MOSTRAR DEFEITOS, MAS PEGA CHAVE FÁCIL NO MATA-MATA...

FONTE: Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer, em Durban (África do Sul) (copadomundo.uol.com.br).
O Brasil conseguiu ficar no lado mais fácil do mata-mata da Copa do Mundo. O nervoso empate em 0 a 0 com Portugal nesta sexta-feira, em Durban, porém, mostrou o velho problema da equipe de Dunga contra retrancas. Mesmo assim, foi suficiente para assegurar a liderança do grupo G. Nas oitavas de final, na próxima segunda-feira, em Johanesburgo, pegará o segundo colocado do grupo H, ainda não definido. Mais que isso, só poderá cruzar com rivais como Argentina, Alemanha e Inglaterra numa eventual decisão. A Holanda, na teoria, é o adversário mais forte dos brasileiros em uma possível partida de quartas de final (o futuro da Espanha só será conhecido no fim do dia).
Para conseguir isso, a seleção de Dunga enfrentou dois tipos de teste nesta sexta: jogar sem Kaká (suspenso) e Robinho (poupado) e superar a tensão do duelo com os lusitanos. Foi reprovado em ambos. Portugal entrou em campo, no primeiro tempo, recuado, com só um jogador no ataque. A mesma formação usada pela Coreia do Norte. E como na estreia do Mundial, o Brasil não conseguiu superar a retranca. Faltou movimentação no setor ofensivo e os meias não fizeram sua função básica: armar o jogo.
O time de Dunga teve duas chances ainda no primeiro tempo. Uma no segundo. Mas é pouco para um time que quer ser campeão mundial, ainda mais quando, no segundo tempo, Carlos Queiroz mudou o sua equipe e Portugal passou a dominar o jogo. Quando o treinador brasileiro olhou para o banco de reservas, para tentar contra-atacar as trocas do português, as alternativas não apareceram. Ramires entrou no lugar de Júlio Baptista e Grafite, no de Luís Fabiano. Mas os dois estão longe de ser opções reais de criatividade no elenco verde-amarelo.
E, se o meio-campo não criava, ao menos o jogo era combatido. O confronto foi brigado do começo ao fim. Lances duros e discussões apimentaram o jogo, tudo em bom português. O naturalizado Pepe foi o protagonista. Forçou um amarelo a Luís Fabiano e outro a Felipe Melo. A entrada violenta no tornozelo esquerdo do camisa 5 rendeu um cartão para Pepe. O volante brasileiro deu o troco, levou o cartão e Dunga preferiu trocá-lo por Josué ainda no primeiro tempo, para evitar a expulsão.
Caneladas à parte, Portugal teve sucesso com a tática norte-coreana. A diferença para os asiáticos foi a qualidade técnica e o “fator Cristiano Ronaldo”. Fominha como de costume, o melhor jogador do mundo de 2008 arriscou chutes de longe, esboçou arrancadas pelas laterais e deixou a defesa sempre em alerta. Foi eleito o melhor da partida pela Fifa.
No primeiro tempo, a seleção brasileira até tentou. Deu a impressão de que precisava mais da vitória que os lusitanos. Com 63% de posse de bola e o dobro de finalizações, o time de Dunga partiu para cima. Nilmar mostrou gás. Mandou uma bola na trave, deu um chapéu seguido de chute para fora e acreditou em todas as bolas. Daniel Alves e Júlio Baptista, promovidos a titulares excepcionalmente nesta sexta-feira, não funcionaram como se esperava. Daniel foi bem, mas não foi brilhante. Mas fez mais do que Júlio, nulo, principalmente no 2º tempo.

Depois do intervalo, o jogo ficou mais aberto. Portugal lembrou o time que goleou a Coreia do Norte por 7 a 0. E o Brasil começou a tomar seguidos sustos. Na frente, Júlio Baptista ficou só na determinação e deixou o campo. A criatividade que muitas vezes falta ao Brasil não apareceu com ele em campo. É bom Kaká voltar logo, e bem.
Embora os gols não tenham saído, os 62 mil torcedores que foram ao estádio Moses Mabhida viram uma partida movimentada e com momentos de tensão. Um bom aperitivo para o que deve acontecer nas oitavas de final. O Brasil só não poderá errar tanto no setor ofensivo. No mata-mata os gols que não aconteceram nesta sexta farão falta, mesmo no lado “fácil” da chave.

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