sábado, 19 de junho de 2010

FACULDADE DA TERCEIRA IDADE GARANTE QUALIDADE DE VIDA, DIZEM IDOSOS...

FONTE: *** CORREIO DA BAHIA.

Cursos são livres e não têm regulamentação do MEC. Porém, proposta pedagógica é fundamental, segundo professores.
Matriculada em 1991, a primeira aluna da Universidade Aberta à Maturidade, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) São Paulo, Naiade Aucester Cordeiro Montenegro, a Naidinha, de 93 anos, ainda está na faculdade. A permanência extensa não significa que ela seja má aluna. Pelo contrário. Naidinha se deu tão bem nas aulas que resolveu ficar. “Antes me sentia sem incentivo, mas desde que entrei na faculdade fiz amigos e aprendi muito”, diz a ex-professora.
Outra estudante assídua é Maria Angélica de Lacerda Drumond, de 90 anos, que chegou à universidade em 1995. Maria Angélica quase não falta às duas aulas semanais, no período da tarde, e diz que prefere as disciplinas de biologia e física. “Só vou parar quando não puder mais andar. As aulas ajudam a cabeça a ficar sempre boa. Minha saúde é ótima, só tenho um pouco de artrose, mas não sinto dor.”
O aposentado Jayme Kuperman, de 95 anos, é um poucos homens do curso. Representa a categoria na universidade desde 1997, e não pretende desistir. "Não gosto de ficar sozinho e aqui a convivência é muito boa. É uma terapia para a idade. Tem coisas que eu não lembro mais e aprendo de novo. Eu gosto de todas as aulas."
Para o coordenador executivo do curso, Fauze Saadi, os idosos que procuram tais atividades estão no caminho certo. “Costumo brincar que os alunos deveriam tirar uma fotografia quando ingressam na universidade e meses depois. É quase uma cirurgia plástica sem bisturi. Além disso, a saúde melhora. Roubamos clientela dos consultórios médicos”, afirma.
As faculdades destinadas para os idosos não são regulamentadas pelo Ministério da Educação (MEC), por isso não possuem caráter oficial de graduação. As instituições são livres para criar grades curriculares e determinar o tempo de duração. Na PUC, por exemplo, onde há o primeiro curso do estado de São Paulo, a faculdade dura quatro semestres e a partir do terceiro, o estudante pode escolher a disciplinas.
Há cerca de 100 opções que variam entre cultura, artes, política, economia, até temas da atualidade. Não há provas, nem pré-requisitos para as matrículas, porém o aluno precisa frequentar pelo menos 75% do curso.
Como não há regras para os cursos, a recomendação de Fauze Saadi é para que os alunos optem pelos que estão vinculados às instituições de ensino superior renomadas, o que confere credibilidade.
Para Antonio Jordão Netto, coordenador técnico do curso da PUC, é fundamental que o curso tenha proposta acadêmica e solidez de conteúdo. “Caso contrário, corre-se o risco do curso ser apenas um ‘caça-níquel’. A faculdade não é para ser uma excursão da Terceira Idade e nem um curso para velhos. É um curso para quem quer reciclar conhecimento.”
A coordenadora do núcleo central da Universidade Aberta à Terceira Idade, projeto ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maria Cândida Soares Del Masso, concorda com Jordão. Para ela, o cursos não podem simplesmente ter objetivo de preencher o tempo do idoso. "As atividades precisam estar atreladas à qualidade de vida, mas tem de haver proposta acadêmica. Nosso curso oferece, entre outras opções, aulas de inclusão digital e de língua estrangeira."
As aulas ocorrem em 20 cidades onde há campi da Unesp. O conteúdo varia de acordo com o viés de cada campi. As inscrições estarão abertas a partir da primeira semana de agosto. Atualmente, em todos municípios, há cerca de 5.000 alunos nas salas de aulas da Universidade Aberta à Terceira Idade da Unesp.

*** As informações são do G1.

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