terça-feira, 8 de junho de 2010

PMDB DOBRA O PT EM MINAS...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

Está assegurado o apoio oficial do PMDB à candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff. A ameaça de um desentendimento entre as cúpulas dos dois partidos, que estava localizada até o domingo no PT de Minas Gerais, foi afastada ontem. O PT mineiro rendeu-se à exigência da direção nacional do PMDB de que os petistas apoiem o peemedebista Hélio Costa, ex-ministro das Comunicações, para governador.
O PT mineiro queria lançar candidato próprio, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, que também era um dos principais coordenadores da campanha eleitoral de Dilma Rousseff. O PMDB não admitia isso e exigia que o PT apoiasse seu candidato, sob pena de complicar a aliança nas eleições presidenciais.
Ontem, escrevi que as apostas eram de cem contra zero no sentido de que o PMDB ganharia a queda-de- braço em Minas, apesar do PT ter promovido uma reunião, da qual participaram também o PR e o PCdoB, e formulado uma chapa em que o petista Pimentel entrava para governador, o peemedebista Hélio Costa disputaria novo mandato de senador e o presidente estadual do PR, Clésio Andrade, seria o candidato a vice-governador.
Mas não só eu, como também o PT e a torcida do Flamengo, sabia que o presidente Lula e a direção nacional do PT imporiam a rendição à seção estadual mineira, em nome dos interesses da campanha de Dilma Rousseff. As determinações de Brasília já haviam sido dadas. A chapa formulada no domingo está sendo considerada mera encenação para passar à militância petista a impressão de que o PT mineiro lutou até o fim pela candidatura própria.
Aliás, esta não é a única caqueirada que o ex-prefeito Pimentel leva nesses dias. Ele está perdendo – se já não perdeu totalmente – a posição forte que tinha na coordenação da campanha de Dilma Rousseff, de quem é pessoa de confiança e antigo amigo de fé dos tempos da luta armada contra o regime autoritário.
Na área da campanha sob comando de Pimentel foi que se montou, segundo o noticiário, a trama para montagem de um dossiê contra o candidato tucano José Serra, trama inicialmente negada pelo PT, mas que ganhou evidências que não mais permitem negá-la. O candidato José Serra responsabilizou sua concorrente Dilma Rousseff (que está interpelando Serra judicialmente) e insiste em cobrar dela uma explicação.
A vertente paulista da campanha de Dilma Rousseff – sob influência de Rui Falcão e do ex-ministro Antonio Palocci – providenciou o vazamento de informações sobre a preparação do tal dossiê para detonar a influência de Pimentel e sua gente, em um processo de queimação interna. E deu certo. Pimentel está perdendo espaço na campanha rapidamente e o “fogo amigo” sobre ele tenta expulsá-lo da campanha presidencial e empurrá-lo para cuidar apenas de sua candidatura a senador em Minas.
Isso é importante na medida em que define quem manda na campanha de Dilma Rousseff e, por extensão, em um eventual governo seu. Na briga interna que ocorre no PT, o grupo paulista (no qual se inserem também José Dirceu e Lula) praticamente já levou a melhor e derrotou os que trabalhavam pelo que se poderia chamar de “despaulitização” do PT.

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