quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ÁGUA ENGARRAFADA PODE SER UM RISCO...

FONTE: Tatiana Ribeiro, TRIBUNA DA BAHIA.
Beber água mineral engarrafada em recipientes plásticos pode ser um inimigo para a saúde. É o que mostra um estudo elaborado por cientistas do Maranhão, que analisou os efeitos da substância Bisfenol-A, composto químico utilizado na fabricação do plástico, nos seres humanos.
Dentre os principais danos à saúde, estão as ocorrências de cânceres de próstata e de mama, infertilidade, diabetes e infertilidade.
A substância também pode ser encontrada em mamadeiras e chupetas. Em contato com as crianças pode ocorrer problemas de distúrbios celebrais e de comportamento.
O Bisfenol-A (BPA) é proibido em quatro países: França, Canadá, Costa Rica e Dinamarca. Nos Estados Unidos, pelo menos sete estados também já proibiram a fabricação garrafas plásticas com o policarbonato.
No Brasil, foi aprovado um projeto na Comissão de Direitos Humanos do Senado que proíbe o uso do composto químico em mamadeiras, porém, a Vigilância Sanitária ainda permite o uso do composto.
De acordo com o professor de química da Universidade Federal da Bahia, Pedro Afonso Pereira, a possibilidade de contaminação do Bisfenol-A pode existir a depender da quantidade de concentração.
“Essas substância contém em todo tipo de plástico por ser um aditivo. Além dela, ainda existem vários compostos cancerígenos, que, no entanto, devido à pouca quantidade, não chega causar danos à saúde. Não sei se esse é o caso das garrafas de água mineral porque ainda não temos estudo sobre esse assunto”, explicou.
Para a médica Ana Luíza Silva, o Bisfenol- A é um componente químico silencioso e perigoso.
“Estudos em ratos, macacos e até seres humanos mostraram que a substância não é completamente removida pelo fígado, e devido a isso, ela circula livremente pela corrente sanguínea.
Em uma pesquisa elaborada pela Agência de Proteção Ambiental nos Estados Unidos afirmou que a ingestão diária de até 50 microgramas de Bisfenol -A por peso corporal não seria prejudicial à saúde.
Porém, uma nova pesquisa publicada deixou a sociedade científica preocupada. O estudo sugere que diariamente estamos expostos a uma quantidade no mínimo oito vezes superior.
Os números encontrados na pesquisa são assustadores porque indicam que as agências reguladoras subestimaram o nível atual de exposição humana”, enfatizou.
Para a diretora de Fiscalização do Procon, órgão de defesa do consumidor, Isabela Barreto, uma avaliação para constatar a qualidade da água mineral e das embalagens plásticas - botijões plástico e garrafas - e foi feita em fevereiro do ano passado.
“Foram constatadas algumas irregularidades relacionadas ao manuseio, sujeira, higiene e transporte dessas embalagens.
Todas essas infrações estão sendo averiguadas. O nosso objetivo com essas operações é verificar se os fornecedores estão atendendo às normas estabelecidas pela vigilância sanitária”.
Ainda segundo Isabela, não foram feitas inspeções para constatar se a quantidade do Bisfenol-A está dentro da normalidade. “Não fizemos esse tipo de avaliação por ser uma substância legal e permitida pela Anvisa.
Mas podemos nos comprometer em recolher três marcas e levá-las para fazer uma análise laboratorial desses vasilhames. Se for constatada a infração, será instalado um processo administrativo e a empresa poderá pagar uma multa que varia de R$ 213 a 3 milhões, a depender da situação, da irregularidade cometida e se há reincidência”.
Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo (SBEM-SP), o Bisfenol age como um hormônio sintético e sua ingestão pode provocar câncer, diabete, obesidade, infertilidade e outras doenças.
Os bebês são mais vulneráveis aos efeitos do produto. Os perigos ocorrem desde alteração no sistema nervoso, em função da glândula tireóide e do crescimento do cérebro, até mudanças no comportamento do intelecto, como o desenvolvimento de hiperatividade e agressividade.
Para a médica Ana Luíza, enquanto a Vigilância Sanitária, Anvisa, continua liberando a utilização do composto na fabricação de utensílios de plástico na alimentação no Brasil, é importante os pais de crianças adotarem alguns cuidados.
“Dê preferência sempre às mamadeiras de vidro ou que contenham o selo isento de BPA”
DICAS DE COMO EVITAR INGERIR O BISFENOL-A.
- Evite comprar produtos fabricados com Bisfenol. É possível identificá-los pelas letras PC que aparecem na embalagem e também indicam o policarbonato.
- Troque o galão de água pelo filtro de alumínio ou de barro. Se for usar o filtro de plástico, verifique se ele é fabricado com Bisfenol.
-Sempre ficar atento ao período de validade dos botijões de água.
- Mamadeiras, copos infantis e recipientes plásticos usados para alimentação devem ganhar ainda mais atenção.
- Não aquecer nem congelar alimentos em potes plásticos. A mudança de temperatura facilita o desprendimento do bisfenol do plástico. Prefira recipientes de vidro ou porcelana.
- O Bisfenol também é usado como resina para evitar ferrugem. Verifique se as embalagens enlatadas usadas contém a substância.

Um comentário:

  1. Além da questão do risco de contaminação, trocar a água em garrafa pelo consumo da água tratada e filtrada traz enormes benefícios ambientais. Pense em todos os impactos ambientais negativos da produção, transporte e disposição das garrafas que deixam de ser gerados quando fazemos isso. Além de ser de boa qualidade, a água tratada e filtrada é também muito mais barata. Se quiser saber mais sobre esse assunto você pode acessar o site da Iniciativa Água na Jarra, uma ONG que promove o consumo da água SEM garrafa: www.aguanajarra.com.br

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