FONTE: KARINA BARACHO, TRIBUNA DA BAHIA.
Consultório bonito e bem arrumado não é sinônimo de profissional ético e regulamentado nos órgãos competentes. Apesar do número de profissionais que têm o registro cassado ser baixo, a população tem que tomar alguns cuidados para ter um bom atendimento, no que diz respeito à ética profissional.
A medicina ilegal não é feita apenas por aqueles que não possuem diploma, mas também por “profissionais” que tiveram seus registros cassados por terem praticado medicina ilegal.
Episódios como o do médico paranaense Bruno Mollinari, cassado no ano passado, no estado de São Paulo, acusado de charlatanismo e prática indevida da medicina, levam a população a algumas indagações.
Muitas pessoas escolhem os médicos a partir de livros – muitas vezes ultrapassados – dos convênios, pela facilidade e localização das clínicas. E esquecem de alguns detalhes, como o registro no Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e no Conselho Federal de Medicina (CFM).
Tais profissionais podem estar com os registros cassados e exercendo a medicina ilegal. Atendendo, receitando e até realizando procedimentos cirúrgicos. De acordo com o corregedor do Cremeb, Marco Antônio Almeida, depois de ter o registro extinto, por uma determinada regional, todas as outras devem publicar o fato. Uma forma de alerta à população, em relação aos falsos profissionais. “O médico apenado naquela regional não pode trabalhar em outro estado”, alertou Almeida.
Mesmo com diversos casos de medicina ilegal e charlatanismo, muita gente continua se descuidando na escolha dos profissionais que vão cuidar da sua saúde. Antes da primeira consulta, é de fundamental importância que o paciente procure saber da vida profissional do médico escolhido. Assim como verificar o registro junto aos órgãos competentes.
“Quando vou ao médico, vejo o nome que eu me simpatizo nos livrinhos dos convênios e escolho. Ou então pela localização do consultório, de fácil acesso para chegar e sair”, confessou a design Silvia Medeiros, 30 anos.
Conforme ela, a prática não é a adequada. “Tenho plena consciência, mas a comodidade fala mais alto”, brincou. “Deveria realmente ter mais cautela na escolha”, acrescentou. No caso especial de Bruno Mollinari, que também atendeu na Bahia, e em 2005 teve seu registro junto ao Cremeb suspenso, existem situações que ainda estão sendo analisadas.
“Tem alguns processos dele aqui também que continuam em investigação. Tudo tem que ser muito bem fundamentado”, destacou ele, se referindo ainda à possibilidade de recurso na Justiça Comum.
Ele pode entrar com uma liminar e retomar as atividades, já que no CFM ele já chegou a todas as instâncias e foi negada a continuidade das funções.
“Justamente por isso não podemos deixar brechas nos processos”, alertou ele. Destacou ainda que no Cremeb, Mollinari está constando como sem endereço de localização.
“Investigamos através da Receita Federal e também não conseguimos”, concluiu.
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