quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CRIANÇAS E ADOLESCENTES SÃO OS PRINCIPAIS ALVOS...

FONTE: Noemi Flores REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.


Crianças e adolescentes são alvos principal do tráfico de pessoas para exploração sexual, chegando a 75% de um total de 2, 4 milhões de indivíduos que são traficados por ano no mundo. Este tipo de tráfico é uma das atividades criminosas que mais movimentam dinheiro mundial, cerca de 30 bilhões de dólares anuais, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas.

Políticas para enfrentar esta realidade foram feitas no estado, de acordo com a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), desde a implantação da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, com edição do Decreto 6347/2008, foi criado o Plano de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. E a Bahia é o nono Estado do país a ter um Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), localizado na na Rua Freire Vicente, nº 10 (próximo ao Teatro XVIII, no Pelourinho que é fruto da parceria entre o Ministério da Justiça e Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos.

Com a criação do Núcleo, a Bahia deu um passo importante para combater o tráfico de pessoas no Estado, desenvolvendo políticas e ações com a finalidade de coibir a atuação destas quadrilhas voltadas para a exploração de crianças em situação de risco social e criando condições para que sejam colocadas em instituições onde possam participar de atividades educacionais e culturais.

Em vários encontros com especialistas, promovidos pelo Núcleo para combater esta violência, chegou-se à conclusão de que a baixa escolaridade, a falta de perspectivas e a degradação familiar são os principais fatores que levam as crianças a se deixarem enganar por falsas promessas de trabalho e melhoria de vida longe de suas cidades. Porque o perfil destes criminosos é atrair a vítima com falsas perspectivas de uma vida melhor.

Para o coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Bahia (Cedeca), Waldemar Oliveira, “o tráfico de crianças é uma prática que deve ser associada a qualquer crime de violação de direitos humanos”. Ele defende a criação de um posto avançado para repressão desse tipo de crime nos aeroportos do Estado e em estradas da Bahia.

De acordo com o coordenador do Cedeca, o perfil das crianças e adolescentes vítimas das quadrilhas são as meninas, negras, e oriundas de famílias que convivem em situação de pobreza. “São as mais vulneráveis para os aliciadores”, informou. Ele também revela um dado alarmante: a conivência de familiares em alguns casos . O motivo? Porque são os próprios beneficiários do crime. “A exploração das crianças é uma das poucas fontes de renda da família”, afirmou. Por isto, Oliveira acha de suma importância qualificar as crianças repatriadas do tráfico para que elas não voltem a ser vítimas da prática criminosa.

Estas crianças podem fazer parte de locais de aprendizado como centros de referências , onde possam desenvolver atividades educacionais, artístico e cultural para que sejam qualificadas, como disse o coordenador do Cedeca e, desta forma, consigam sair desta realidade terrível que é o de ser alvo do tráfico pessoas.

O atendimento do NETP pode ser realizado também por telefone: (71) 3266 – 0131, pelo disque 100 (nacional) ou disque 3235-0000 (estadual); ou através de e-mail: netp@sjcdh.ba.gov.br.

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