quarta-feira, 23 de novembro de 2011

'NOTA' DA FRANÇA ESTÁ AMEAÇADA POR AVANÇO DA CRISE, DIZ FITCH...


FONTE: DA EFE, EM PARIS (www1.folha.uol.com.br).


A agência de classificação de risco Fitch considerou nesta quarta-feira que a nota "AAA" da França está justificada atualmente, mas que pode estar "em perigo" se a crise da zona do euro avançar e afetar o comportamento econômico do país.

Em um relatório publicado nesta quarta, a Fitch menciona especialmente o risco imposto pela ameaça de intensificação da crise da zona do euro, sobretudo em relação ao "apoio financeiro ao setor bancário".

Em um relatório especial sobre a França, a agência estima que a recente aprovação de novas medidas fiscais por parte do governo da França "aumentou a credibilidade do programa de consolidação" do Executivo francês.

"No entanto, é provável que sejam necessárias medidas suplementares caso o país pretenda alcançar a meta de déficit de 3% do Produto Interno Bruto [PIB] em 2013, enquanto a Fitch prevê que estará em torno dos 4% naquele ano", acrescentou a agência.

Segundo as perspectivas da agência, em 2014 a França terá um coeficiente de dívida em relação ao PIB de 91,7%, o que está em consonância com os níveis de dívida previstos para outros países com qualificação "AAA" e reforça a manutenção desta categoria creditícia para a França.

MELHOR QUE EUA E REINO UNIDO.
A economia francesa tem um "elevado valor agregado", é diversificada e seu déficit estrutural é menor do que o do Reino Unido e dos Estados Unidos, dois países com qualificação "AAA", avalia a Fitch.

"A principal preocupação com relação à França é que a intensificação da crise da zona do euro gere obrigações contingentes que pesem sobre o balanço geral soberano", estima a agência.

O relatório aponta que se a França estivesse na situação de ter que utilizar o total de seus compromissos com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que chega a 158,5 bilhões de euros, a dívida pública bruta do país excederia 95% de seu PIB, o que faria com que se colocasse "à beira" do que a Fitch considera compatível com a manutenção de sua qualificação como "AAA".

Nesse contexto, a França não contaria com muita margem para assumir uma deterioração da situação, como por exemplo a injeção de capital nos bancos franceses, a não ser que as autoridades anunciassem medidas que reduzam a dívida pública a níveis "compatíveis com sua qualificação 'AAA'".

Depois desta explicação, o relatório acrescenta a seguinte consideração: "A Fitch não espera atualmente que os bancos franceses requeiram ou recebam injeções de capital por parte do Estado".

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