quarta-feira, 25 de julho de 2012

CIRCULAÇÃO DE UM REAL SOMENTE EM MOEDAS...



FONTE: Naira Sodré REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.

O Banco Central informou ontem que não haverá segunda família das notas de R$ 1, que foram substituídas por moedas. As poucas que são encontradas estão nas mãos de colecionadores. O chinês Kiu Chavu, proprietário do bar Chavu, na Joana Angélica, começou uma coleção casual de moedas que não circulam mais. “Comecei pensando que a coleção poderia me trazer sorte”, disse Chavu.

“Inconscientemente, diz ele, terminei levando a coleção para o bar e passei a exibi-la na porta da geladeira que fica na frente do bar. São cédulas de R$ 1 , moedas e notas antigas do velho cruzeiro. Abrindo a 'exposição' está uma nota de um dólar. Fiz isso sem grandes pretensões e acabou sendo uma curiosidade.

“Todos acham que, como o dólar não muda nunca, isto pode ter um significado para mim, e passam a me perguntar o porquê? Respondo sempre que não tem nenhum significado especial. Apenas achei que ia me dar sorte, e deu. Muita gente, agora, fica querendo comprar a porta da geladeira”, conta, achando graça.

“Agora, acrescentei a nota de R$1, já que ela não circula e nunca teremos uma nova cédula. O que sei é que de um real só agora em moeda.

O interessante é que muita gente me pergunta por que colei a coleção na geladeira e por que acrescentei a nota de R$1. Respondo sempre que foi porque achei que era um local visível e não tem nada de especial. Mas as pessoas não acreditam e acham que tudo tem um propósito, principalmente pelo fato de que sou chinês”.

O Museu Numismático Eugênio Teixeira Leal, no Pelourinho, já acrescentou as novas cédulas de R$10 e R$20 na exposição de moedas novas circulantes. Elas estão juntas às de R$100 e R$50 lançadas em 2010, abrindo a coleção da segunda família do real. Segundo Cileide Marques Santos, chefe do setor educativo do Museu Eugênio Teixeira Leal, desde ontem que as pessoas entram no museu para conhecer as novas cédulas.

“Mas a história do dinheiro é palpitante, e as pessoas se interessam em conhecer. Mantemos uma agenda educativa intensa com seminários e visitação. Os colégios estão sempre interessados em marcar visitas”.

MODERNIZAÇÃO.
A segunda família do real, que começou a aparecer em 2010 com as novas cédulas de R$100 e R$50, ganhou mais duas novas com as cédulas de R$10 e R$20 lançadas ontem pelo Banco Central. O objetivo da modernização do dinheiro é elevar o grau de segurança, dificultando, o mais possível, as falsificações, e promover a interação dos deficientes visuais com as novas marcas em relevo.

No próximo ano, serão lançadas as novas “versões” de R$2 e R$5. De acordo com a projeção do BC, todo o dinheiro em circulação será trocado até 2015, disse ontem o chefe do meio circulante da agência do BC na Bahia, Télio Barroso.

Outros elementos de segurança são os que já aparecem na segunda família das notas de R$ 50 e R$ 100, como um número que fica visível quando a nota é colocada na posição horizontal. Os elementos de segurança são mais modernos e mais fáceis de verificar. Mas não precisa sair correndo para trocar as notas antigas nos bancos.

Elas vão continuar valendo. Só serão retiradas do mercado quando ficarem velhinhas e desgastadas, exatamente como acontece hoje. De acordo com o Banco Central, as novas cédulas de R$ 5 e R$ 2 devem começar a circular em 2013.

O diretor do Departamento do Meio Circulante do BC, Télio Barroso, acrescentou que desde o lançamento do real, em 1994, não se registram incidências graves em termos de volume de falsificações.

Mas a popularização das tecnologias digitais faz com que o BC e a Casa da Moeda se preocupem em agir preventivamente, de forma a garantir a segurança do dinheiro. Isso é uma realidade em todo o mundo, ressaltou.

De acordo com Figueiredo, o volume de falsificações no Brasil não representa ameaça à economia, embora represente prejuízo significativo para o cidadão que recebe uma nota falsa. Por isso, “é uma questão de responsabilidade social aprimorar os mecanismos que permitem à própria população verificar seu dinheiro com segurança”.

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