FONTE: Marcio Lopes, TRIBUNA DA BAHIA.
Sou Headhunter. E que na tradução bruta quer dizer “caçador de cabeças”. Passo meu dia buscando e identificando profissionais para ocuparem posições estratégicas nas organizações dos meus clientes. Uso estratégias e abordagens diversas e, para cada posição e desafio, existe uma forma para rastrear e abordar a minha “caça”.
Uma das formas é a divulgação do perfil desejado em veículos de comunicação e/ou outras mídias. O objetivo é atingir um público maior de forma mais rápida. E para ter sucesso nesta estratégia é fundamental que alguns pontos sejam levados em consideração para o sucesso efetivo neste tipo de prospecção.
Pelo headhunter e/ou empresas: ser o mais claro possível nos pré-requisitos, definir claramente a maturidade do profissional, mencionar o desafio que ele encontrará, o modelo de gestão ou cultura organizacional. Neste momento, na maioria das vezes, não é mencionada a empresa contratante, mas a descrição serve para fazer um filtro e passar uma expectativa do perfil de profissional e trajetória que se busca.
Pelos profissionais: estarem bem atentos para saber se o seu perfil e seu atual momento pessoal e profissional se enquadram no que foi mencionado. Prestar bastante atenção às instruções e contatos mencionados para onde deve ser endereçado o seu CV.
Embora isso pareça simples, o que vemos são verdadeiros estouros de boiadas de ambas as partes. De um lado (empresas) pela falta de objetividade e uma descrição mais atenta do tipo de perfil se busca, estando em alguns momentos mais preocupados em quantidade do que qualidade, acreditando que a velocidade pode ser a solução do seu problema.
Do outro lado (profissionais) com uma ansiedade que leva, muitas vezes, a nem assimilar direito o que leu e já acreditar que enviar o CV dará a certeza que será chamado para uma entrevista, além de entrar em contato com o headhunter ou empresa contratante para questionar pontos óbvios e já esclarecidos na divulgação da oportunidade.
Vocês não imaginam o desgaste que pode ser para você, profissional, essa falta de atenção e direcionamento no envio do seu currículo para uma posição fora do seu perfil ou achar que você pode se encaixar em qualquer projeto e, consequentemente, ser chamado para uma entrevista.
A nossa já estereotipada ansiedade que se reflete em tudo, desde a falta de paciência de ler manuais de instruções de equipamentos eletrônicos, faz com que acreditemos que procedimentos não são importantes, que auditorias estão aí para nos prejudicar e que bula de remédio só serve para ocupar espaço na embalagem.
Quando percebemos que os maiores problemas que temos vem da falta de leitura das instruções mais básicas, concluímos que se sentarmos e lermos com calma uma única vez surpresas desagradáveis podem ser evitadas e situações constrangedoras também.
Quem já passou pela experiência de anunciar em jornais de grande circulação se deparou com surpresas exóticas. Por exemplo: descrever um anúncio para um Controller e receber CV de Padeiro e por ai vai. Perda de tempo e expectativas para ambas as partes.
Bom final de semana! E no seu happy hour de hoje, caso esteja tomando algum medicamento, leia a bula antes para não ter surpresas desagradáveis.
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