sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ESTUDO DETERMINA QUAL A QUANTIDADE IDEAL DE LEITE PARA CRIANÇAS...


FONTE: The New York Times (noticias.uol.com.br).

    O leite de vaca é a principal fonte de vitamina D para as crianças, mas os produtos lácteos podem interferir na absorção de ferro. Os pediatras nunca souberam a quantidade de leite que uma criança deve beber. Agora, pesquisadores estabeleceram que, para a maioria das crianças, dois copos por dia atingem o equilíbrio certo.

Cientistas canadenses estudaram mais de 1.300 crianças saudáveis com idade entre 2 e 5 anos, coletando dados sobre alimentação e atividade física. Eles coletaram amostras de sangue para medir os níveis de ferro e vitamina D.

O estudo, publicado online na semana passada no periódico Pediatrics, revelou que, após o ajuste para outros fatores, dois copos por dia eram o bastante para manter a vitamina D em níveis suficientes (mais de 30 nanogramas por mililitro de sangue) sem afetar os níveis de ferro.

Mas fatores como o uso de mamadeiras, estação do ano, pigmentação da pele e índice de massa corporal tiveram efeitos significativos sobre a quantidade ideal de leite. Crianças com pele mais escura, por exemplo, precisaram de três a quatro copos de leite para obter vitamina D suficiente no inverno. Aquelas que ingeriram apenas uma mamadeira não conseguiram manter os estoques suficientes de vitamina D e de ferro.

O autor principal, Jonathan L. Maguire, professor assistente de pediatria na Universidade de Toronto, disse que as crianças com mais de 2 anos não devem receber mamadeira.

"É fácil dar às crianças a mamadeira para acalmá-las", disse ele, "mas em se tratando desses dois nutrientes, não há benefício nisso".

1 - O efeito relaxante do copo de leite morno antes de dormir se deve à presença de uma substância indutora do sono, o triptofano. "Ele aumenta a quantidade de serotonina no cérebro, um neurotransmissor bastante importante no processo do desencadeamento do sono. Além disso, a temperatura morna faz com que os aminoácidos sejam mais facilmente assimilados e absorvidos pelo organismo", enfatiza Ana Potenza, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein.

2 - Na realidade, para quem tem gastrite e úlcera, o leite, em vez de ajudar, acaba piorando a crise, segundo Leila Ali Hassan Kassab, nutricionista do HCor. "Quando ele é ingerido, ocorre uma neutralização do ácido do estômago, dando a sensação de melhora. No entanto, logo o alimento estimula a produção de mais ácido, agravando a queimação e a sensação de dor", explica. Apesar disso, dependendo da tolerância de cada um, o leite pode continuar sendo consumido.

3 - Esta mistura de leite e café tão querida dos brasileiros tem um porém: a cafeína diminui a absorção de cálcio e também a de ferro e vitamina C, segundo Elci Almeida Fernandes, nutricionista clínica do Instituto Central do Hospital das Clínicas. Livia Yokomizo, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, acrescenta que os chás que contêm cafeína, como mate, preto e verde, e o chocolate causam o mesmo efeito.

4 - Tomar leite quando criança colabora para uma vida adulta mais saudável, como informa Adriane Antunes de Moraes, professora da Unicamp: "O consumo de leite e lácteos pode prevenir osteopenia e osteoporose, além de ser favorável para formação e saúde dos dentes".

5 - A mulher que está amamentando não deve parar de tomar leite, como explica Ana Potenza, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein, pois sua falta pode causar um desequilíbrio na dieta, afetar a qualidade do leite materno e, consequentemente, o desenvolvimento da criança. "A cólica do bebê acontece em decorrência de imaturidade intestinal apresentada pela criança durante esse período e não está relacionada diretamente com a dieta da mãe", completa.

6 - Leite e iogurtes equilibram a flora intestinal, sim. Porém, para provocar esse efeito, eles devem ser consumidos todos os dias e conter culturas probióticas, que resistem melhor ao processo de digestão, como afirma Adriane Antunes de Moraes, professora da Unicamp. O rótulo dos produtos deve trazer essa informação.

7 - Cálculo renal, ou pedras nos rins, não é causado pelo leite. "A formação de cálculos à base de oxalato de cálcio está relacionada a uma alteração na capacidade de reabsorção do mineral pelo rim, e não pelo excesso do elemento no organismo", diz Patrícia Modesto, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein.

8 - O leite ajuda na produção de massa muscular após a realização de atividades físicas, assim como todo alimento fonte de proteína, assegura Leila Ali Hassan Kassab, nutricionista do HCor.

9 - Raramente as crianças nascem com intolerância à lactose, explica Licinia de Campos, nutricionista e coordenadora do Curso de Gastronomia da Faculdade Paschoal Dantas. A patologia se desenvolve na fase adulta, com a queda na produção da enzima lactase. "Geralmente, ela diminui na medida em que dieta se torna mais variada e menos baseada em leite", informa. O surgimento do problema também pode estar atrelado a danos no intestino delgado causado por enfermidades, cirurgias e outras situações.

10 - Quando o assunto é nutrientes, tanto o leite longa vida, como o pasteurizado e o natural têm a mesma quantidade desses elementos, de acordo com Elci Almeida Fernandes, nutricionista clínica do Instituto Central do Hospital das Clínicas. O longa vida tem ainda a vantagem de ter passado por um processo que elimina possíveis agentes causadores de doenças.

11 - "Os iogurtes e queijos são boas opções para as pessoas que não gostam de leite, pois são alimentos ricos em cálcio que previne a osteoporose", afirma Leila Ali Hassan Kassab, nutricionista do HCor.

12 - "Produtos lácteos ricos em gorduras não saudáveis ou com açúcares adicionados podem aumentar o risco de ganho de peso, diabetes tipo 2, colesterol alto e doenças cardiovasculares", afirma a nutricionista Licinia de Campos, coordenadora do Curso de Gastronomia da Faculdade Paschoal Dantas, que recomenda o consumo das versões com baixo de teor de gorduras ou desnatadas.

13 - "A ingestão de leite não combate a anemia, pois a principal causa dessa doença é a deficiência de ferro e o leite não é um alimento fonte deste mineral", declara Patrícia Modesto, nutricionista da Pediatria e CTI-Pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein. Apesar disso, há no mercado leites enriquecidos com ferro que, nesses casos, podem auxiliar na reposição do nutriente.

14 - O leite desnatado ajuda a regular os níveis da pressão arterial. Elci Almeida Fernandes, nutricionista clínica do Instituto Central do Hospital das Clínicas, conta que vários estudos demonstram que os produtos lácteos exercem um efeito benéfico sobre a pressão arterial. "Dois componentes parecem ter papel mais relevante nessa situação: o cálcio e os peptídeos bioativos", aponta. A especialista também informa que o alimento interfere positivamente em outros três fatores de risco cardiovascular: resistência insulínica, agregação plaquetária e o processo aterosclerótico.

15 - A versão desnatada do leite apresenta uma quantidade superior de cálcio, segundo Leila Ali Hassan Kassab, nutricionista do HCor: "Um copo de 240 ml de leite integral tem em média 295 mg de cálcio. Já o desnatado, aproximadamente 322 mg", diz.

16 - O consumo de leite e derivados deve ser feito, preferencialmente, entre as refeições, como recomenda Livia Yokomizo, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Isso porque é melhor evitar o consumo dos mesmos durante o almoço ou o jantar, pois a combinação com proteínas animais faz com que a absorção de ferro seja menor.

17 - O leite de vaca é mais nutritivo que o da soja. Ana Potenza, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein explica: "A soja, que é uma leguminosa, eventualmente pode apresentar deficiência de alguns aminoácidos essenciais, como a metionina e cisteína, que são importantes para o crescimento e desenvolvimento adequados da criança".

18 - Todos os produtos feitos à base de leite como queijo, manteiga e iogurte, apresentam lactose, embora em graus variados, como informa Livia Yokomizo, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

19 - Quem tem problemas do coração ou está acima do peso deve evitar o leite integral em função do excesso de gorduras que ele apresenta em sua composição. A substituição, porém, deve ser feita sempre por um médico ou nutricionista, como ressalta Patrícia Modesto, nutricionista da Pediatria e CTI-Pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein.

20 - O cálcio presente no leite acelera a queima de gorduras, além de aumentar a sensação de saciedade. Livia Yokomizo, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, informa que vários estudos epidemiológicos sugerem que indivíduos com alta ingestão de cálcio têm menor prevalência de sobrepeso, obesidade e resistência à insulina. Outros levantamentos mostram que o cálcio estimula a lipólise, o que reduz o peso corporal e o tecido adiposo. "A proporção desses efeitos depende da fonte de cálcio e da quantidade ingerida", diz.

21 - Não há comprovação de que o leite aumente a produção de muco ou piore as condições respiratórias, segundo Patrícia Modesto, nutricionista da Pediatria e CTI-Pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein.

22 - O iogurte tem baixo teor de lactose porque durante sua produção parte dela é "quebrada". Além disso, as culturas vivas presentes nesses laticínios podem facilitar a digestão da substância, como esclarece Adriane Antunes de Moraes, professora da Unicamp. Contudo, a especialista chama atenção para o fato de que alguns produtos têm a adição de soro de leite ou leite em pó, que são ricos em lactose e, portanto, podem gerar os mesmos efeitos do leite no organismo.

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