sexta-feira, 15 de março de 2013

VEJA QUAIS OS PROBLEMAS PARA A SAÚDE PROVOCADOS POR NOITES MAL DORMIDAS...


FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.

Deitar e conseguir dormir até o dia seguinte é um sonho para milhares de brasileiros que vivem nas grandes cidades. O estilo de vida acelerado, cheio de prazos e preocupações, é o grande vilão da insônia. A elevada prevalência dos distúrbios de sono na população geral acabou instituindo o Dia Mundial do Sono celebrado nesta sexta-feira (15/3), em todo o planeta, com ações de prevenção no combate ao problema.

De acordo com a Dra. Monica Medrado, pneumologista, diretora do Centro Especializado em Doenças Pulmonares e Distúrbios do Sono (CEPS), o problema, associado aos hábitos da sociedade moderna, levando à privação de sono, têm impacto negativo na saúde e na qualidade de vida da população.

Estatísticas demonstram que de 30% a 40% dos indivíduos, em alguma fase da vida, sofrerão de insônia, ou seja, experimentarão dificuldade para pegar no sono ou para voltar a dormir, se acordarem no meio da madrugada.

A segunda maior queixa, a mais enfatizada pelas pesquisas, refere-se aos distúrbios respiratórios do sono, especialmente ao ronco e, pesquisando-se mais a fundo, à apneia que dele decorre. A especialista destaca que a medicina do sono vem desenvolvendo estudos e atualmente 150 distúrbios já foram confirmados nas pesquisas. “Os distúrbios são prevalentes. O que temos que ter em mente é que, ao surgir queixas frequentes de sonolência diurna, isso é um sinalizador para algum tipo de distúrbio do sono. Para diagnosticar com precisão o recomendado é buscar orientação de um especialista”, alertou a médica.

Segundo a pneumologista, "a insônia é a queixa mais frequente dos portadores de distúrbios do sono", seguida da síndrome da apneia, que é uma parada momentânea da respiração. É muito comum quem dorme ao lado de alguém que ronca muito relatar o fato de a pessoa, de repente, parar de respirar e acordar num sobressalto.

Esse susto é a resposta do sistema nervoso central diante da falta de oxigenação do cérebro, que tenta defender o organismo da hipoxemia. Esse tipo de problema atinge principalmente pessoas com histórico de obesidade. Além de outros inúmeros transtornos do sono, como: bruxismo (ranger dos dentes), terror noturno, despertar confusional, distúrbio comportamental do Sono REM, sonambulismo e narcolepsia.

“Para chegar ao tipo de distúrbio é necessário que o médico avalie a vida clínica do paciente através da polissonografia, exame responsável por diagnosticar diversos distúrbios do sono, além das apnéias e roncos. Assim como o diagnóstico da insônia, sonambulismo, terror noturno, ranger de dentes (bruxismo), fibromialgia e outros”, explica.

De acordo com Medrado, os distúrbios respiratórios relacionados com o sono têm grande prevalência na população geral. O ronco está presente em 30-40% da população com mais de 50 anos de idade.

Em estudo publicado na literatura avaliando roncadores habituais, com idades entre 40 e 98 anos, encontrou-se uma chance entre 3 e 4 vezes maior de apresentar diagnóstico polissonográfico de Apnéia do Sono moderada a grave. “A obesidade é o principal fator de risco para Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, pois aumenta o risco em 10 a 14 vezes”, relata.

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Pacientes com distúrbios do sono usualmente apresentam um ou mais dos seguintes sintomas: dificuldade para iniciar ou manter o sono; movimentos, comportamentos ou sensações anormais durante o sono ou nos despertares noturno; sonolência excessiva diurna.

As desordens do sono podem comprometer nível de atenção e alerta com baixo desempenho cognitivo nas atividades acadêmicas e ocupacionais. Alteração do humor, acidentes de trânsito, associação com hipertensão arterial, doenças cardiovascular e cerebrovascular, obesidade mórbida, diabetes, síndrome metabólica e depressão são algumas das consequências dos distúrbios do sono.

Os profissionais de saúde devem estar aptos a identificar pacientes com transtornos do sono e encaminhá-los ao especialista para a instituição precoce do tratamento. Apesar das diferenças individuais quanto às horas de sono consideradas necessárias, o limite mínimo de horas, segundo a especialista, estar em torno de 5h30 e 6h 30.

Manter regularidade nos horários de sono, otimizar o ambiente onde vai dormir com pouca luminosidade, atentar para hábitos alimentares, abandonar tabagismo, evitar café e ingerir bebida alcoólica antes de dormir são algumas orientações que fazem parte da higiene do sono e asseguram uma melhor qualidade deste, segundo a especialista.

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