quinta-feira, 23 de maio de 2013

CÂNCER NO ESTÔMAGO É DOENÇA SILENCIOSA...


FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.

O intestino compreende duas grandes regiões. Uma parte mais fina chamada intestino delgado que está relacionada com a digestão e a absorção dos alimentos, e uma mais grossa, o intestino grosso, responsável pela absorção da água, armazenamento e eliminação dos resíduos da digestão.

Câncer nessa região mais fina do intestino é muito raro. Em geral, ao longo de toda a carreira, o médico não vê mais do que meia dúzia de casos. Em compensação, câncer no intestino grosso é muito frequente. A doença começa sempre como uma lesão benigna que vai evoluindo lentamente até transformar-se num tumor maligno. Na fase de benignidade, que é longa, é possível retirar a lesão e com isso impedir sua degeneração e o aparecimento do câncer.

Segundo o médico coloproctologista Antonio Carlos Lima da Costa, é importante falar sobre câncer de intestino, porque ele é muito mais frequente do que se possa imaginar. No Brasil, a incidência está aumentando cada vez mais, apesar de ser um câncer que pode ser prevenido e que tem bom prognóstico.

O especialista diz que o câncer de intestino é traiçoeiro. Quando se manifesta, o tumor já é razoavelmente grande porque, na fase inicial, costuma ser assintomático. Dependendo da localização, os sintomas são diferentes. Se estiver situado do lado direito do intestino, os principais serão enfraquecimento, anemia e alteração da frequência da defecação.

Se estiver do lado esquerdo, há alteração do ritmo intestinal com predominância de constipação intestinal, ou seja, prisão de ventre. No reto, o principal sintoma é o sangramento. Sangue e puxo, ou tenesmo, caracterizado pela vontade periódica de ir ao banheiro e insatisfação provocada pela sensação de evacuação incompleta são sinais de câncer ou de doença inflamatória no reto.

Lima da Costa faz questão de frisar e reafirma que “o câncer de intestino é um câncer traiçoeiro, repito. Qualquer alteração no ritmo intestinal, constipação, diarreia, anemia, sangue ou catarro nas fezes e emagrecimento são indícios de que a pessoa pode estar com a doença”, chama a atenção.

Por ano, cada brasileiro ingere 25kg de carne vermelha, consome 12kg de pão francês e pouco mais de 4kg de pescado. Nosso estômago processa anualmente 20kg de açúcares, doces e produtos de confeitaria. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita em 2008 e 2009. A rotineira alimentação desequilibrada dos brasileiros pode ser gatilho para uma doença silenciosa que tem aumentado a cada ano no país: o câncer de intestino.

Somente para o ano passado, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou o diagnóstico de 30 mil novos casos da doença no Brasil. O mal é, segundo o Inca, o terceiro câncer mais incidente em brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pulmão e de próstata no público masculino, e de mama e de colo do útero na população feminina.

No entanto, a mortalidade por causa da enfermidade é maior. Em 2010, 13,3 mil pessoas morreram vítimas do câncer de colorretal, número maior do que as mortes ocasionadas pelo câncer de mama (12.852), de próstata (12.778) e de colo do útero (4.986) no mesmo ano, no país.

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