FONTE: Renata Reif/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Cada marca de expressão de uma
pessoa conta uma história sobre ela, como um mapa emocional. Pensamentos e
sentimentos se comunicam com a musculatura do rosto, formando linhas que
identificam emoções. É este o princípio da fisiognomia, técnica de análise da
personalidade por meio dos traços de expressão do rosto.
A leitura faz rever alguns
padrões de beleza. Por exemplo, se os pés de galinha perto dos olhos da
atriz Adriana Esteves a incomodam, vale repensar: estas ruguinhas denotam uma
pessoa agradável, que sorri facilmente.
* Avaliações por João
Oliveira, autor do livro “Saiba Quem Está à Sua Frente”.
Apesar de não ter reconhecimento
científico, a fisiognomia é uma técnica milenar. Segundo o site do IBRAFIS,
Instituto Brasileiro de Fisiognomia e Hipnose Clínica, os
primeiros registros a respeito datam do Egito Antigo, em 3000 a.C.
“A microexpressão facial não se
controla”, diz a especialista Valquiria Martinez, autora do livro “Os Mistérios
do Rosto” (Editora Madras). Saber o que está se passando na
cabeça de alguém não demanda tanto conhecimento. Por mais que existam mais de
10 mil expressões faciais, todo bebê já demonstra seis básicas: alegria,
tristeza, medo, surpresa, nojo e raiva.
“A sétima, que é o desprezo, o ser humano
adquire socialmente”, explica o psicólogo João Oliveira, autor do livro “Saiba
Quem Está à Sua Frente” (Wak Editora). Se os sentimentos são bons, a
musculatura é elevada e os traços vão para cima. O inverso também ocorre. “Sentimentos
e pensamentos tristes fazem com que a musculatura caia e o lábio fique para
baixo”, diz Valquiria.
Para reconhecer uma pessoa preocupada, basta
ver se seu semblante está fechado. Quando este comportamento é predominante e
ela tensiona a região acima dos olhos durante muito tempo, criam-se vincos.
Quando isso acontece, mulheres
normalmente recorrem à cirurgia plástica. A operação, no entanto, pode
apagar aspectos muito positivos de uma pessoa. “O 'bigode chinês', por exemplo,
representa a capacidade comunicativa”, diz João Oliveira. “Vai haver um momento
em que as pessoas darão valor a cada marca que tiver no rosto. É a biografia
delas”, completa.
Para aplicar a técnica no
dia a dia.
A testa, ou a região mental do rosto,
diz muito sobre a saúde emocional de uma pessoa. Fique atento às linhas da
parte superior da face. “Se forem retas, a emoção é constante e equilibrada. Se
a pessoa oscila muito emocionalmente, essas linhas ficam falhadas. Quando estão
voltadas para baixo, a autoestima é elevada, beirando até a prepotência”,
aponta João.
Os contornos e a figura geométrica do rosto
também contam na leitura. A figura vertical, de rosto bem comprido, é o das
ideias, da teoria. Já o horizontal é ligado à prática, à ação. “O rosto muito
comprido denota uma pessoa insegura ou reservada. O rosto horizontal aponta uma
pessoa extrovertida”, diz Valquiria.
Hereditariedade e
experiência.
Os traços hereditários são imutáveis – o
formato e tamanho dos olhos, boca e nariz, por exemplo. Os demais vão sendo
modificados conforme o meio-ambiente e as escolhas de vida – hábitos como
fumar, tomar sol em excesso e ter uma alimentação desregrada alteram as
características da pele.
Os atores são uma exceção. Como vivem
intensamente seus personagens no teatro e no cinema, João diz, a maioria deles
tem as linhas da testa falhadas. “Os que fazem televisão não têm tanto dano”,
compara.
Se os traços da fisionomia são alterados
pelas expressões, o estado emocional pode ser um aliado poderoso na busca pela
estética. “Sentir o mundo melhor faz com que a musculatura erga-se. A pessoa
que está sempre sorrindo cria a máscara do teatro da alegria, e não a do
drama”, recomenda Valquiria.
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