FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
O câncer de intestino é a
terceiro tipo da doença em incidência no Brasil, entre os tumores mais
freqüentes do sexo masculino, atrás
apenas do câncer de estômago, pulmão e próstata. Por outro lado, nos últimos 15
anos, evoluíram bastante os tratamentos voltados à doença, mesmo para aqueles
pacientes que já se encontram com metástase.
Segundo a oncologista Patrícia
Borrione, manter uma alimentação saudável rica em
frutas, verduras, fibras, com baixo teor de proteína de carne vermelha ajuda a
prevenir a doença. “É preciso evitar alimentos processados e enlatados. Mudar o
estilo de vida influencia muito e a prática de exercícios físicos é de grande
ajuda”, comentou a médica.
Um estudo norte-americano
recente, publicado na revista Archives of Internal Medicine, sugere que a
atividade física é essencial para a sobrevivência ao câncer de intestino. O
estudo envolveu cerca de 670 homens com
diagnóstico de câncer no intestino.
Os pesquisadores identificaram
que os participantes que praticaram exercícios moderados tiveram 53% de chances
de sobreviver à doença quando comparados aos que não praticavam atividades
físicas. De acordo com os pesquisadores, os benefícios se dão
para todas as idades, estágios da doença, peso e até se o histórico de atividade física for baixo.
Os especialistas advertem que é preciso
evitar fast foods, corantes, excesso de álcool e cigarros. O câncer de
intestino é favorecido na sua incidência pelo fator idade. Quem vive muito
tempo, terá maior chance de contrair esse tipo de câncer, porque certas
anormalidades na divisão celular vão se tornando mais frequentes, o que
favorece o aparecimento do tumor maligno.
A doença começa sempre como uma lesão
benigna que vai evoluindo lentamente até se transformar num tumor maligno.
Nessa longa fase de benignidade, é possível retirar a lesão e com isso, impedir
sua degeneração e o aparecimento do câncer, daí a grande importância de sua
prevenção. Por isso, é excelente que todas as pessoas pudessem fazer uma
colonoscopia preventiva por volta dos 50 anos. No entanto, aqueles que mesmo
sem atingir essa idade, mas, que apresente algum sintoma, como: mudança do
ritmo intestinal, isto é, prisão de ventre ou diarréia sem causa alimentar
aparente, sangue nas fezes, bem como anemias sem origem definida, é preciso
correr para o médico.
Conforme a médica Patrícia
Borrione, é através do exame de colonoscopia, realizado como um rastreamento,
onde a função é diagnosticar previamente o estágio da doença, e ao mesmo tempo,
indicar um tratamento. “Com isso, é até possível dispensar a necessidade
de uma cirurgia aberta. Na prática clínica, a minoria dos pacientes conhece ou
já se submeteu a esse exame”.
Borrione ainda expressou que a maioria dos
pacientes procura o médico por outros motivos, com outro tipo de câncer. Quando
fazem o exame, pela primeira vez, podem ser descobertas lesões malignas. “Em
alguns casos, pacientes com doenças metastáticas podem ser submetidos a
cirurgias para a retirada das metástases, com chances inclusive de cura”,
afirmou oncologista.
A médica ainda reforçou que existem
estratégias de rastreamento para detectar lesões pré-malignas ou iniciais de
câncer de intestino, além do surgimento de novos medicamentos. Para maior
abordagem no assunto, Patrícia Borrione, participará do 3º Congresso
Internacional de Oncologia Gastrintestinal do Sírio Libanês. Antes, à sobrevida
dos pacientes eram em torno de seis meses, hoje já supera dois anos. O encontro
acontecerá em São Paulo, entre os dias 06 a 08 de setembro, onde serão
abordadas as novidades dos tumores gastrintestinais.
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