FONTE: Kelly Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.
Marcado para ter início em 19
outubro, mantendo o relógio adiantado em
uma hora até o dia 15 de fevereiro, só nos estados participantes, o horário de
verão está sendo requisitado para a Bahia pela ala empresarial de hotéis,
restaurantes e bares. Por meio de uma carta enviada ao ministro das Minas e
Energia, Edison Lobão, a Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação iniciou
uma campanha de apoio à medida na Bahia, defendendo a tese de que a ação pode
trazer bons frutos para a economia do estado. O documento também foi remetido
ao governador Jaques Wagner e ao Senado federal, mas nenhuma resposta oficial
foi emitida sobre o assunto.
O presidente da Febha, Silvio
Pessoa, defende que, embora cause estranhamento no início da adequação, para a
economia, o horário de verão é viável em várias vertentes, inclusive para o
fluxo econômico do estado em que é adotado.
“A Bahia ficar de fora é
prejudicial não só no faturamento do nosso setor, mas também para os setores
bancário, das companhias aéreas,
sem contar a parte mais importante, a da economia energética”, destacou Pessoa.
Além de solicitar a aplicação do
horário da Bahia, ele também sugere o alargamento do período para seis
meses, como acontece em outros países. Atualmente, regiões da Europa, Ásia e
América do Norte adotam o horário como forma de aproveitar mais a
luminosidade do sol. Na Bahia, há alguns anos, a medida foi banida sob a
justificativa de não apresentar grande aproveitamento de energia, como em
outros estados.
“Tal medida proporcionará aos
turistas mais tempo de visitação, aproveitando a luminosidade do dia, além de
gerar real economia de energia num momento tão crítico que atravessamos hoje,
sempre ameaçados pelo fantasma do apagão energético”, diz o documento.
Se a reserva de energia não é suficiente para manter o horário de verão no estado, para Pessoa, o faturamento de alguns setores empresariais também deve ser levado em conta. Considerando a representatividade da Febha, responsável pela geração de cerca de um milhão de empregos, entre postos diretos e indiretos, ele garante que a mudança no horário proporciona um aumento considerável no faturamento dos setores de hotelaria, alimentação e entretenimento em geral.
“O mês de junho foi o pior para o
setor nos últimos 14 anos e a expectativa para setembro também não é das
melhores. Com o horário de verão as pessoas vão poder ficar mais tempo na rua,
por conta da luminosidade, traz mais segurança”, explica Pessoa. Ele diz que os
sindicatos ligados à federação e associações co-irmãs são quase unanimes na
defesa da mudança do horário. “Não podemos ficar reféns do Sul e Sudeste”,
salientou.
Como já é comum no período que
antecede a adoção do horário, a medida divide opiniões. Para o professor de
história Mem Costa de Sousa, a adoção do horário de verão é um mal necessário
para outros estados, mas se posiciona contra adoção da medida aqui na Bahia.
“Acompanhei algumas avaliações econômicas e não é tão significativa aqui no Nordeste”, contou. Apesar disso, ele diz se sentir prejudicado com as consequências da adoção da medida no Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. “Em relação à programação da TV, não me importo, mas a mudança de horário dos bancos, por exemplo, já se configura um problema”, continuou.
Também há quem reclame de ter que acordar mais
cedo, quando ainda está escuro, e das mudanças dos horários da programação da
TV aberta. Por outro lado, há uma parcela da população que aproveita a mudança
para desfrutar das tardes mais longas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário