segunda-feira, 3 de maio de 2010

CAESALPINIA ECHINATA LAM...

FONTE: www.ambientebrasil.com.br

A Caesalpinia echinata, pertencente à família Caesalpiniaceae, é conhecida como pau-brasil, ibirapitanga, orabutã, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado, pau-de-pernambuco. A espécie ocorre desde o estado do Ceará até o Rio de Janeiro na floresta pluvial Atlântica.
Sua madeira é muito pesada, dura, compacta, muito resistente, de textura fina, incorruptível, com alburno pouco espesso e diferenciado da cerne. É empregada atualmente para confecção de arcos de violino. Outrora foi muito utilizada na construção civil e naval e trabalhos de torno.
O principal valor do pau-brasil é a extração de um princípio colorante denominado brasileína, extraído do lenho e muito usado para tingir tecidos e fabricar tinta para escrever. A sua exploração intensa gerou muita riqueza ao reino e caracterizou um período econômico de nossa história, que estimulou a adoção do nome Brasil ao nosso país.
Planta ocorre preferencialmente em terrenos secos e inexiste na cordilheira marítima. É planta típica do interior da floresta primária densa, sendo rara nas formações secundárias.
Floresce a partir do final do mês de setembro, prolongando-se até meados de outubro. A maturação dos frutos ocorre nos meses de novembro a janeiro. A árvore é ótima para o paisagismo.
O pau-brasil é conhecido pelos brasileiros devido ao fato de ter originado o nome do nosso país, pelo ciclo econômico que ele representou ou pela grande ameaça de extinção que existe sobre ele. Sem dúvida, o pau-brasil representa um marco histórico do país, e no entanto, poucos têm conhecimento sobre seu ciclo econômico, as implicações históricas envolvidas e suas características botânicas.
Diante da exuberância encontrada pelos portugueses, estes descobriram a existência de uma riqueza para eles inesgotável: o pau-brasil. Os índios brasileiros já utilizavam esta árvore para a confecção de arcos, flexas, e para pintura de enfeites, com um corante vermelho intenso extraído do cerne. A técnica foi ensinada aos portugueses pelos próprios índios, que também foram encarregados de cortar, aparar e arrastar as árvores até o litoral, onde carregavam os navios a serem enviados para a Europa.
O ciclo econômico teve início em 1503 e até 30 anos após a chegada dos portugueses, era o único recurso explorado pelos colonizadores. Nesse período calcula-se que foram exploradas 300 toneladas de madeira por ano, sempre aumentando nos anos posteriores. Com a exploração, a terra do pau-brasil tornou-se de muita importância, e em pouco tempo Pindorama (denominação tupi que significa Terra das Palmeiras), oscilou entre os nomes oficiais Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra do Brasil e logo em seguida apenas por Brasil.
Este processo de exploração conjunta e contínua consistiu nesse período, possivelmente, na retirada mais intensa e devastadora que se ouviu falar na história do Brasil. Essa prática não se limitou ao pau-brasil, sendo que outras essências foram eliminadas das reservas florestais localizadas mais no interior da Floresta Atlântica. O término do ciclo econômico, no século 19, foi determinado pela quase inexistência da espécie nas matas e pela descoberta de corante artificial correspondente. Foram 375 anos de exploração, e por muito tempo extraiu-se a "brasileína" que dava cor às roupas da nobreza e utilizada como tinta de escrever, e além do corante, a madeira do pau-brasil era utilizado nas indústrias civil e naval.
O ciclo econômico do pau-brasil, se concentrou exclusivamente na Floresta Atlântica, sua área original. De sua atividade restou uma floresta devastada, até a quase extinção da espécie com capoeiras de florestas secundárias e terras que passaram a ser utilizadas na plantação da cana-de-açúcar. Desde o início de sua exploração, restou após 500 anos da chegada dos portugueses, menos de 3% de Floresta Atlântica. Assim, os colonizadores criaram um modelo de devastação, que se fixou profundamente nos sistemas sócio-econômicos seguintes.
Foi necessário a sua quase extinção para que o pau-brasil fosse reconhecido oficialmente na história brasileira. Em 1961, o presidente Jânio Quadros aprovou um projeto declarando o pau-brasil como árvore símbolo nacional e o ipê como flor símbolo.
É realizado um substituto do projeto n.º 1006, de 1972, por meio da lei n.º 6507 de 07/12/1978, declarando o pau-brasil a Árvore Nacional, e instituindo o dia 03 de maio como o dia do pau-brasil.
O pau-brasil possui a casca pardo-acinzentada, ou pardo-rosada nas partes destacadas, e cerne (miolo) vermelho, cor de brasa. Atinge até 30 m de altura (dados da literatura indicam que podem chegar até 40 metros) e 1,5 m de circunferência.
Raramente é encontrada em formações secundárias e atualmente, através de levantamentos científicos, poucos exemplares de pau-brasil nascidos em natureza, ocorrem nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
O pau-brasil era considerado extinto, quando em 1928 o estudante de agronomia João Vasconcelos Sobrinho e o professor de botânica Bento Pickel, verificaram a presença de uma árvore de pau-brasil, num local chamado Engenho São Bento, hoje sede da Estação Ecológica da Tapacurá da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP).
Atualmente, a espécie está tão ameaçada quanto outras de ocorrência na Floresta Atlântica, que mesmo sendo um dos ecossistemas de maior diversidade é um dos mais ameaçados do planeta. Devido ao esforço de pessoas como o Prof. Roldão Siqueira Fontes e apoiados pela direção da UFRPE (sede da Estação Ecológica do Tapacurá), lançaram em 1972 uma Campanha Nacional em defesa do pau-brasil, recuperando a memória histórica e desencadeando a produção de mudas em todo o país. No dia 03 de maio é comemorado o Dia do Pau-Brasil.

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