FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
A cidade tem atualmente cerca de 15 mil trabalhadores ambulantes cadastrados na Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), a maioria concentrada nos camelódromos distribuídos pela Baixa dos Sapateiros, Avenida Sete de Setembro, Estação Rodoviária e Aquidabã. Muitos vieram de outras profissões e saíram destas ou pelo descontentamento ou pelo desemprego mesmo e confessam que não trocariam a situação atual por “nada no mundo.”
É o caso de Luzia Batista Lopes, 51 anos, que após anos de trabalhos domésticos em casas de famílias, que alega não ter tido o reconhecimento devido, optou por vender coco gelado e refrigerante atrás do Mercado Modelo, ponto que já está há mais de 15 anos e hoje conta com a ajuda do filho do meio de 25 anos.“Aqui está tudo certinho, tenho a permissão da prefeitura, pois pago o DAM (Documento de Arrecadação Municipal) por ano em cerca de R$ 180 e estou tranquila e satisfeita com isto.Tenho freguesia certa tanto de turistas como de fregueses antigos que me conhecem desde que comecei”, assinalou.
Indagada sobre os problemas que grande parte dos ambulantes alega enfrentar em relação a doenças, pois um dia sem trabalhar é um dia sem ganhar, Luzia respondeu que não tem medo de doença nenhuma, qualquer problema o filho pode ficar em seu lugar, destacou.
Já o vendedor de souvenir, colares e correntes com motivos baianos, Adalto Santana da Fonseca, 34 anos, que circula pelas imediações do Mercado Modelo e Elevador Lacerda, afirma que o melhor seria o trabalho ligado a uma empresa com carteira assinada, pagamento do INSS. “A gente que tem que pagar tudo, além do mais se fica doente não ganha naquele dia . Mas fiquei desempregado e estou há 16 anos trabalhando com isto, participei de cursos e palestras que a Secretaria de Turismo do Estado promoveu e estou contente com este trabalho porque dá para o sustento”, festejou.
Enquanto Luzia e Adalto estão cadastrados na Sesp e trabalham sem risco nenhum de verem suas mercadorias apreendidas, o mesmo não acontece com o ex- porteiro de prédio Adilson Pereira dos Santos, 39 anos, e cinco anos andando pelas ruas do Centro Histórico com seu carrinho carregando um isopor com água mineral, inclusive nas imediações da Praça Municipal, própria área da prefeitura. Ele alega que “a prefeitura devia reunir a gente para cadastrar, como fez com os vendedores de souvenirs e os baleiros em ônibus.
Até agora não apreenderam nada meu, tenho que ficar circulando com o carrinho quando eles vêm, pois não é permitido fazer ponto”. Apesar dos percalços, não ter a situação regularizada e ainda não pagar o INSS como autônomo, Adilson está contente com o trabalho “é melhor do que trabalhar para os outros porque estou sempre com dinheiro, chego a hora que quero e saio também da mesma forma”.
SONHANDO COM O SERVIÇO PÚBLICO.
Apesar de se sentir satisfeita com o trabalho de vendedora ambulante de vestidos infantis de festa, Maria do Socorro Santos Sacramento, 44 anos, que já trabalhou durante 20 anos como balconista em loja de tecido e dez anos na nova profissão, na Praça dos Veteranos, não quer que seus dois filhos de 13 e 15 anos sejam vendedores ambulantes porque acha que a nova geração deve ser ligada a uma empresa, principalmente às públicas que dão maior segurança empregatícia.
“Não quero meus filhos trabalhando como ambulantes, aconselho eles para o estudo e a importância de se trabalhar em uma empresa, em que a pessoa tem todas as garantias. Quem tá começando agora, quem é jovem, tem que ter carteira assinada e seus direitos assegurados se acontecer qualquer coisa tem esta segurança, diferente de mim que tenho que pagar a prefeitura, o INSS como autônoma e não dá para ficar um mês sem pagar”, opinou.
A ambulante disse ainda que “no meu caso é melhor ser autônoma porque estou com 44 anos, tenho casa própria na Ribeira, e sei que não arrumaria mais emprego em outro lugar, já trabalhei em empresa, sou costureira e comecei a fazer as minhas próprias confecções para vender. Hoje não posso mais costurar porque estou com problema de varizes, que adquiri no tempo que era balconista porque ficava mais de oito horas em pé”, contou.
Ela explicou que agora tem duas pessoas que ajudam fazendo as confecções para vender, “ vestidinhos de menina, trabalhados com rendas e laços o qual vendemos a partir de R$ 20. Sabe, eu preciso trabalhar porque tenho quatro bocas para sustentar, sou o ‘homem’ e a ‘mulher’ da casa, pois meu marido está inválido, encostado no INSS, cheio de problemas, teve problemas de próstata e agora vai ter que se operar do coração”, desabafou.
É o caso de Luzia Batista Lopes, 51 anos, que após anos de trabalhos domésticos em casas de famílias, que alega não ter tido o reconhecimento devido, optou por vender coco gelado e refrigerante atrás do Mercado Modelo, ponto que já está há mais de 15 anos e hoje conta com a ajuda do filho do meio de 25 anos.“Aqui está tudo certinho, tenho a permissão da prefeitura, pois pago o DAM (Documento de Arrecadação Municipal) por ano em cerca de R$ 180 e estou tranquila e satisfeita com isto.Tenho freguesia certa tanto de turistas como de fregueses antigos que me conhecem desde que comecei”, assinalou.
Indagada sobre os problemas que grande parte dos ambulantes alega enfrentar em relação a doenças, pois um dia sem trabalhar é um dia sem ganhar, Luzia respondeu que não tem medo de doença nenhuma, qualquer problema o filho pode ficar em seu lugar, destacou.
Já o vendedor de souvenir, colares e correntes com motivos baianos, Adalto Santana da Fonseca, 34 anos, que circula pelas imediações do Mercado Modelo e Elevador Lacerda, afirma que o melhor seria o trabalho ligado a uma empresa com carteira assinada, pagamento do INSS. “A gente que tem que pagar tudo, além do mais se fica doente não ganha naquele dia . Mas fiquei desempregado e estou há 16 anos trabalhando com isto, participei de cursos e palestras que a Secretaria de Turismo do Estado promoveu e estou contente com este trabalho porque dá para o sustento”, festejou.
Enquanto Luzia e Adalto estão cadastrados na Sesp e trabalham sem risco nenhum de verem suas mercadorias apreendidas, o mesmo não acontece com o ex- porteiro de prédio Adilson Pereira dos Santos, 39 anos, e cinco anos andando pelas ruas do Centro Histórico com seu carrinho carregando um isopor com água mineral, inclusive nas imediações da Praça Municipal, própria área da prefeitura. Ele alega que “a prefeitura devia reunir a gente para cadastrar, como fez com os vendedores de souvenirs e os baleiros em ônibus.
Até agora não apreenderam nada meu, tenho que ficar circulando com o carrinho quando eles vêm, pois não é permitido fazer ponto”. Apesar dos percalços, não ter a situação regularizada e ainda não pagar o INSS como autônomo, Adilson está contente com o trabalho “é melhor do que trabalhar para os outros porque estou sempre com dinheiro, chego a hora que quero e saio também da mesma forma”.
SONHANDO COM O SERVIÇO PÚBLICO.
Apesar de se sentir satisfeita com o trabalho de vendedora ambulante de vestidos infantis de festa, Maria do Socorro Santos Sacramento, 44 anos, que já trabalhou durante 20 anos como balconista em loja de tecido e dez anos na nova profissão, na Praça dos Veteranos, não quer que seus dois filhos de 13 e 15 anos sejam vendedores ambulantes porque acha que a nova geração deve ser ligada a uma empresa, principalmente às públicas que dão maior segurança empregatícia.
“Não quero meus filhos trabalhando como ambulantes, aconselho eles para o estudo e a importância de se trabalhar em uma empresa, em que a pessoa tem todas as garantias. Quem tá começando agora, quem é jovem, tem que ter carteira assinada e seus direitos assegurados se acontecer qualquer coisa tem esta segurança, diferente de mim que tenho que pagar a prefeitura, o INSS como autônoma e não dá para ficar um mês sem pagar”, opinou.
A ambulante disse ainda que “no meu caso é melhor ser autônoma porque estou com 44 anos, tenho casa própria na Ribeira, e sei que não arrumaria mais emprego em outro lugar, já trabalhei em empresa, sou costureira e comecei a fazer as minhas próprias confecções para vender. Hoje não posso mais costurar porque estou com problema de varizes, que adquiri no tempo que era balconista porque ficava mais de oito horas em pé”, contou.
Ela explicou que agora tem duas pessoas que ajudam fazendo as confecções para vender, “ vestidinhos de menina, trabalhados com rendas e laços o qual vendemos a partir de R$ 20. Sabe, eu preciso trabalhar porque tenho quatro bocas para sustentar, sou o ‘homem’ e a ‘mulher’ da casa, pois meu marido está inválido, encostado no INSS, cheio de problemas, teve problemas de próstata e agora vai ter que se operar do coração”, desabafou.
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