sexta-feira, 21 de maio de 2010

VINGANÇA: UM SENTIMENTO QUE PODE TORNAR O AMBIENTE E TRABALHO INSUPORTÁVEL...

FONTE: DA REDAÇÃO (oqueeutenho.uol.com.br).

Vingança e violência são duas atitudes muito similares e muitas vezes uma leva à outra. No trabalho, a vingança pode ser o início de um círculo vicioso que é ruim para todos os envolvidos.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pela consultoria americana Work Relationships indica um aumento de 27% nos casos de queixas sobre bullying no trabalho que são indicadas como retaliação a um ato cometido anteriormente.
A retaliação, por exemplo, pode ser uma ação tomada contra um empregado ou chefia que discriminou outro. Mas pode ser o inverso também: a realocação de um empregado que reclamou de um chefe ou outro colega com mais contatos dentro da empresa. Às vezes esse tipo de vingança pode incluir diminuição salarial, tomada de partido para “abafar o caso” e mesmo demissão. Em outros casos, a vingança pode ser direta, sendo que as relações podem ficar cada vez mais embrutecidas e chegar ao ponto máximo do bullying no trabalho: a violência física.
Essas podem ser violências mais ou menos diretas a uma pessoa. Mas existem outros tipos de violência que não ficam tão claros. Admitindo-se, por exemplo, que entre patrão, chefias, gerências, empregados e colegas de trabalho existem diversos tipos de laços psicológicos que fazem que o ambiente de trabalho se torne um local agradável e amigável, uma quebra nesse “contrato” de cumplicidade para o bem comum da empresa pode ter impactos diretos na saúde mental dos envolvidos.
CONTRATO PSICOLÓGICO.
Em um ambiente de trabalho, as pessoas assumem responsabilidades e criam expectativas sobre seus relacionamentos profissionais – que todos sejam civilizados, que haja certa justiça nos julgamentos das chefias sobre o trabalho realizado, que seja possível planejar uma carreira em ascensão dentro da estrutura empresarial, etc.
Quando esse contrato se rompe, de alguma maneira, o empregado – ou o patrão – pode sentir um intenso sentimento de traição, uma violência que causa grandes estragos na autoestima, abalando a confiança nas pessoas ao seu redor e muitas vezes destruindo planos e sonhos profissionais traçados inicialmente, quando se entrou na empresa, por exemplo. Além disso, pode se instaurar o que já indicamos acima: o sentimento de vingança, uma atitude que chega a ser indicada como a única forma de responder ao sentimento de impotência.
Outra forma não tão incomum de violência dentro das empresas é o sexismo: empresas onde os cargos de gerência e chefia são ocupados por homens e há um sentimento geral que as competências femininas são insuficientes para elevá-las a um cargo mais alto.
CLAREZA NOS RELACIONAMENTOS E OBJETIVOS EM COMUM.
Uma forma de combater essa efeito de ação e reação negativo é fazer que as empresas entendam a necessidade da mudança desse “contrato psicológico”, ou seja, deixar de lado as regras implícitas nos relacionamentos profissionais e construir regras explícitas de comportamento ético. E isso não deve ser feito apenas de cima para baixo (ou seja, imposto pela hierarquia), mas construído pelas ideias e expectativas da totalidade daqueles que colaboram parar o crescimento da empresa.
Além disso, essas mudanças propostas não podem ser apenas um projeto, mas um “comportamento empresarial” mais justo e mais adequado à atualidade, em que a eficiência não seja associada a gêneros ou escolhas pessoais fora do ambiente de trabalho.
Diminuindo-se os pontos de atrito possíveis dentro de um ambiente de trabalho, as ações negativas e as reações – vinganças, retaliações – poderiam se tornar cada vez mais exceções às regras e, portanto, mais fáceis de serem encaradas objetivamente como desvios de um plano para a construção de um ambiente corporativo que vise ao respeito.

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