terça-feira, 8 de junho de 2010

FOGOS NO CÉU E PERIGO NA TERRA...

FONTE: Nelson Rocha, TRIBUNA DA BAHIA.

Junho é o mês dos fogos. Este ano, além do São João, e São Pedro, tem Copa do Mundo. Tantos festejos fazem acender o sinal vermelho de alerta com relação ao perigo no manuseio de bombas, foguetes, e outros artefatos desta natureza. Muitas vezes, uma simples brincadeira com fogos pode resultar em incidentes, ou acidentes, e a festa acabar na emergência de um hospital. Para evitar comemorações com um final infeliz, de lágrimas e dor, especialistas recomendam uma boa dose de prudência durante as celebrações.
“Prudência e vigilância dos órgãos competentes que têm responsabilidade com a festa são deveras importante. É necessário fiscalizar a venda clandestina de fogos, que deve ser combatida. Os pais não devem comprar determinados fogos para os filhos, orientar as crianças como e onde soltar, prestar atenção na qualidade do produto que está comprando e evitar utilizar fogos em ambiente de aglomeração”, comentou o cirurgião plástico Carlos Briglia.
Com a experiência de quem acompanha os festejos juninos por mais de duas décadas, o doutor Briglia observa que em Salvador as ocorrências nas emergências de saúde são geralmente de queimaduras leves. “É no interior que o problema é maior. São comuns casos de mutilações, lesões na face, nos olhos. Por tudo isso as autoridades devem exercer de forma contundente a fiscalização”, enfatizou.
Num balanço divulgado após a festança junina do ano passado, a direção do Hospital Geral do Estado revelou ter atendido mais de 1250 casos de urgência entre os dias 19 e 25 de junho. Desse total, 51 atendimentos foram resultados de queimaduras relacionadas aos festejos juninos, 35 dos quais decorrentes de explosão de bomba e 16 de outros tipos de acidentes por fogos de artifício e fogueiras.
Na oportunidade, o médico André Luciano Andrade, diretor geral do estabelecimento, observou que, mesmo após o São João, a unidade de saúde recebia vítimas de queimaduras: “É muito comum, principalmente no interior, as vítimas de queimaduras usarem remédios caseiros e só alguns dias mais tarde procurarem atendimento, em geral com as áreas queimadas já infeccionadas”, declarou.Com a aproximação do São João, o Corpo de Bombeiros entra em fase de operação especial pondo todo o seu contingente voltado para os festejos, inclusive com plantões reforçados. Entretanto, o coronel Vasconcelos, diretor de serviços técnicos da corporação, chama a atenção para a responsabilidade de cada cidadão com relação ao perigo dos fogos, principalmente no interior.
“No afã da festa, entre um licor e outro, as pessoas esquecem as medidas de segurança. É preciso que cada um faça a sua parte, dentro do princípio da educação e do respeito”, ressaltou.
Para o coronel, o fato da prática de soltar balão ter sido proibida há alguns anos, contribuiu no sentido de reduzir a incidência de incêndios tanto na capital como no interior. “Isto felizmente foi abolido dos nossos costumes e agora os riscos são outros: é o transporte dos fogos, a venda clandestina, a queima em ambientes de aglomeração. Irresponsabilidade e exibicionismo são as principais causas dos acidentes que resultam em queimaduras. Se divertir com responsabilidade é a melhor forma de evitar problemas”, concluiu.

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