FONTE: *** UOL Notícias, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
O Ministério da Educação disse nesta terça-feira (31) que só irá retomar as negociações com os médicos-residentes assim que a categoria encerrar a greve, que já dura mais de duas semanas. A afirmação foi feita após a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) ter apresentado ontem (30) um pedido formal ao MEC, solicitando a criação de um grupo de trabalho com representantes das duas partes para discutir as reivindicações da categoria.
Segundo a associação, a paralisação atinge mais de 19 mil bolsistas, o que representa quase 90% dos 22 mil residentes do país, em 24 Estados e no Distrito Federal-- em Tocantins não há programa de residência médica.
Hoje, residentes de dois hospitais em Passo Fundo e Rio Grande (ambos no RS), encerraram a greve após chegarem a um acordo com a própria direção do hospital. Os grevistas afirmaram que, nos serviços de emergência, pelo menos 30% dos residentes estão trabalhando.
A categoria reivindica reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio --hoje em R$ 1.916,45, valor congelado desde 2007--; extensão do auxílio-moradia e auxílio-alimentação para todo o território nacional; 13º salário; aumento da licença-maternidade da residente de quatro para seis meses; licença-paternidade de cinco dias; e adicional por insalubridade.
Após o início da greve, o MEC melhorou a proposta de reajuste de 17% para 20%, a ser pago a partir do ano que vem. Como contra-proposta, os residentes pediram reajuste de 28,7% ainda nesse ano e mais 10% em setembro do ano que vem. O governo rejeitou a proposta, alegando que a proposta apresentada à categoria “constitui uma quantia expressiva, tendo em vista a estabilidade da economia e os reajustes praticados em todos os demais setores”.
Ontem, o presidente da ANMR, Nívio Moreira Júnior, criticou a atitude do governo e disse que a categoria pretende continuar com a greve. “Tendo em vista que nós mostramos que estamos abertos ao diálogo, achamos que essa posição é uma forma de intransigência”, afirmou Moreira Júnior, que hoje esteve na Assembleia Legislativa de São Paulo para tratar com os deputados paulistas.
"Desde abril, negociamos com o governo. A greve foi o último recurso", afirma o presidente da associação, Nívio Moreira Junior. Segundo ele, a paralisação não afeta a rede pública de saúde.
Apenas consultas e cirurgias não urgentes devem sofrer atraso, mas não os serviços essenciais, como urgências, emergências e UTIs, uma vez que residentes não devem trabalhar sem supervisão.
A greve tem apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e da Associação Médica Brasileira (AMB). “Mantido o respeito ao Código de Ética Médica, tal movimento é legítimo e deve contar com o apoio da classe médica e, em especial, dos preceptores”, diz a Associação Brasileira Médica, em nota de apoio à paralisação.
*** Com informações da Agência Brasil.
*** Com informações da Agência Brasil.
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