FONTE: Amanda Sant’ana REPóRTER, TRIBUNA DA BAHIA.
Depois de uma temporada de verão com muito calor, o outono traz temperaturas menores e baixa umidade do ar. Com isso, problemas alérgicos e respiratórios se manifestam com maior incidência.
Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI) mostram que 30% dos brasileiros possuem algum tipo de reação alérgica nesta estação do ano, como a asma, bronquite e rinite.
O frio, somado à baixa umidade do ar e a uma maior concentração dos poluentes chega a aumentar em até 40% os casos de doenças respiratórias e com a baixa nas temperaturas, a população é “obrigada” a manter a casa bem fechada contra o frio.
É aí que mora o problema. Ambientes fechados facilitam a proliferação de microorganismos nocivos à saúde e segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que uma em cada três pessoas no mundo, um esteja em um ambiente doente.
Um exemplo assustador é o colchão, onde é possível encontrar mais de 2 milhões de ácaros. Outro dado que assusta é que 25% do peso de um travesseiro são de ácaros e seus dejetos, o que são prejudiciais à saúde dos alérgicos. Fungos e pelos de animais também contribuem para o aumento das doenças alérgicas e respiratórias durante esta época do ano.
De acordo com a alergista do Hospital Balbino, Izilda Bacil, uma vez a temperatura em baixa e o ar mais seco do outono, ocorrem inflamação das mucosas e, consequentemente, o organismo passa a absorver mais as substâncias presentes no ar: “Além disso, o maior nível de poluição atmosférica aumenta os casos de doenças respiratórias infecciosas, inflamatórias e alérgicas no outono. É também a época em que se proliferam os ácaros, que formam boa parte da poeira presente no ar”, explica.
Numa época em que as pessoas ficam vulneráveis a desenvolver uma doença respiratória, é bom ter atenção aos que mais sofrem: as crianças e idosos. Segundo dados da ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia - a asma acomete de 10% a 25% da população brasileira, sendo responsável, anualmente, por 400 mil internações hospitalares e um número incontável de atendimentos ambulatoriais. A rinite é a doença mais comum na infância, compromete até 30% da população adulta e atingindo cerca de 40% da população pediátrica.
PREVINA-SE – Com tantas doenças infecciosas da estação, o mais importante é prevenir-se, tendo alguns cuidados como manter a casa e o ambiente arejados, livres de poeira e sujeira, para evitar o agravamento de doenças simples, como a rinite e a sinusite. Evite também a exposição ao frio e à chuva.
Já para quem tem predisposição ao quadro alérgico, além de evitar contato com mofo e poeira, é importante também evitar contato com animais de estimação, cosméticos e produtos de limpeza com cheiros fortes. Também prefira cobertores a edredons, lave as roupas de frio antes de utilizar e evite o cigarro.
TRATAMENTO – O tratamento para doenças alérgicas e respiratórias consiste em medidas simples, assim como explica a alergista: “Alergias são doenças crônicas, por isso o melhor tratamento é a prevenção das crises.
Quando elas já estiverem instaladas, o médico pode prescrever medicação para reduzir as inflamações”, adverte, complementando: “E para impedir crises alérgicas, evite o contato com desencadeantes, utilize a medicação de prevenção e saiba reconhecer uma crise para evitar que ela se agrave. Com relação à gripe, a melhor medida é tomar vacinas. Resfriados são tratados apenas com repouso e soro fisiológico para melhora do funcionamento nasal”.
Outro cuidado importante é não se automedicar. Izilda alerta que a automedicação é sempre perigosa, podendo mascarar os sintomas sem de fato curar o paciente, o que poderá trazer complicações futuras.
Já no caso da saúde das crianças e idosos, a alergista acrescenta que a atenção deve ser redobrada, pois são as mais suscetíveis aos problemas alérgicos e respiratórios, uma vez que ambos costumam ter o sistema imunológico mais fraco, ficando mais suscetíveis aos quadros alérgicos.
CUIDADO COM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO.
Quando a temperatura começa a baixar, não é só o ser humano que sente frio. Os animais também sofrem principalmente os que têm a pelagem curta. Além disso, eles podem apresentar sinais clínicos que lembram resfriado humano, como tosse, espirros, febre, falta de apetite e coriza. Essa alteração, conhecida como traqueobronquite ou tosse dos canis, pode ocorrer em qualquer época do ano, porém, nos períodos de baixa da temperatura, ela tem maior predisposição.
“Assim como nós os animais também gripam e podem até mesmo chegar a quadros de pneumonia. É sempre bom observar se o animal está apresentando espirros, tosse e também parou de se alimentar”, ressalta a veterinária do Pet Center Graça, Geane Campos. Os animais com idade avançada ainda podem sofrer com problemas osteoarticulares como artroses, calcificações ou hérnia de disco.
Devido à alta umidade, os pets ainda estão propensos a ter alterações de pele, como sarna, fungo e alergias. De acordo com Geane, neste período chuvoso, os animais devem passear na rua usando sapatinhos para evitar que as patas fiquem molhadas.
CUIDADOS COM O BANHO – Na hora do banho, é necessário tomar muito cuidado mesmo quando se utiliza o secador, pois, apesar de parecer seca, a pele do cão continua úmida por 24h após e, quanto mais úmido estiver o dia, mais demorado será esse processo.
Nesse período Geane orienta que o ideal é manter a pelagem do animal tosada para que facilite na hora de secar, além de ajudar no controle de pulga e carrapatos. Cães de pelo longo devem tomar banho no máximo uma vez por semana e os de pelo curto a cada 15 dias.
“Após o banho é fundamental que o animal seja seco com o secador, pois a umidade pode tirar a camada de proteção natural da pele. Além disso, indico aos donos que coloquem roupinhas nos seus animais de pelagem curta, o que evita que o animal sinta frio”, concluiu.
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