sábado, 14 de julho de 2012

AFOGAMENTO É A 2ª CAUSA DE MORTE ACIDENTAL DE CRIANÇAS...



FONTE: Daniela Pereira REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.

Quando o assunto é criança, todo cuidado é pouco. O afogamento da pequena Maria Eduarda Ribeiro, 4 anos, em uma das piscinas do hotel Sauípe Park, que integra o complexo de hotéis Costa do Sauípe, litoral norte da Bahia, reacendeu as discussões sobre o perigo que ronda praia, piscina, rios, lagoas, lagos e cachoeiras.

De acordo com pesquisa feita por David Szpilman, fundador da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), o afogamento é a segunda causa de morte acidental de crianças entre cinco e 14 anos de idade em países desenvolvidos. Já nos subdesenvolvidos ela ocupa a quarta posição.

No Brasil, sete mil pessoas morrem todos os anos e o afogamento é a segunda causa geral de morte na faixa de um à nove anos, terceira causa de 10 a 19 anos e quarta na faixa de 20 a 25. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 0.7% de todos os óbitos do mundo são causados por afogamento não intencional.

ATENÇÃO REDOBRADA - Diante dos dados alarmantes, a atenção de pais e responsáveis, assim como a presença de salva-vidas tornam-se essenciais em locais de grande movimentação e presença infantil, como praias, clubes e cachoeiras. De acordo com Marconi Medrado, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Salvamento Aquático do Estado da Bahia (Sindsaesba), para tornar-se um salva-vidas o aluno fica de 4 à 6 meses sob treinamento, supervisado pelo sindicato.

Inicialmente, é preciso apresentar-se no sede do Sindsaesba, em Nazaré, munido de exames médicos, que indicam aptidão para testes de esforços físicos. Em seguida, o cidadão é posto em treinamento no mar e piscina e depois é encaminhado ao instrutor.

Marconi ainda ressalta que o ideal é ter dois salva-vidas atuando em cada lugar. “Nunca podemos trabalhar sozinho, pois a qualquer momento podemos precisar de apoio. Assim como deve-se diferenciar o profissional do mar e da piscina, pois os primeiros são treinados para qualquer eventualidade”, afirma.

SALVAMAR - Responsáveis pela orientação e proteção dos frequentadores do mar, o Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar), é composto por equipes de salva-vidas treinados e capacitados a socorrer o afogado em situações diversas.

O último balanço anual divulgado pelo grupo, em 2010, aponta que 1340 ocorrências foram registradas em praias baianas. Destas, 870 apresentaram vítimas do sexo masculino e 465 feminino.

O afogamento lidera as ocorrências com 887 casos e as principais vítimas são os turistas, com 399, e as crianças até 12 anos, com 215 casos.

De acordo com o artigo de David Szpilman, os maiores fatores de risco para a morte por afogamento são: sexo masculino, idade menor de 14 anos, uso de álcool, baixa educação, grupos de baixo poder aquisitivo, maior exposição à água no entorno da residência, e, principalmente, a falta de supervisão.

O risco para um portador de epilepsia é de 15 a 19 vezes ao da população geral. “Quando comparamos o risco de óbito por afogamento e por acidente de trânsito, o afogamento chega a ser 200 vezes maior”, alerta Szpilman.

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