FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Apenas 11% das ações
previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para a área da saúde
foram concluídas desde 2011, ano de lançamento da segunda edição programa. Das
24.066 ações sob responsabilidade do Ministério da Saúde ou da Fundação
Nacional de Saúde (Funasa), pouco mais de 2.500 foram finalizadas até dezembro
do ano passado. A denúncia foi realizada pelo CFM (Conselho Federal de
Medicina), nesta quinta-feira (27), que, a partir dos relatórios oficiais do
programa, fez críticas ao baixo desempenho dos projetos.
De acordo com o CFM, metade das mais de 24 mil ações programadas para o período de 2011 a 2014 permanece nos estágios classificados como "ação preparatória" (estudo e licenciamento), "em contratação" ou "em licitação".
De acordo com o CFM, metade das mais de 24 mil ações programadas para o período de 2011 a 2014 permanece nos estágios classificados como "ação preparatória" (estudo e licenciamento), "em contratação" ou "em licitação".
Enquanto isso, 9.509
ações constam em obras ou em execução, quantidade que representa 39% do total.
Na avaliação de Vital, mesmo que o Governo Federal consiga concluir os projetos
em andamento, o programa chegará ao fim deste ano sem cumprir a metade do
prometido.
Entre as regiões do
país, a que apresentou pior resultado percentual de execução foi o Sudeste,
onde o governo conseguiu concluir somente 318 (7%) das 2.441 obras previstas.
Na sequência aparece o Nordeste, que apesar de concentrar o maior volume
absoluto de obras – mais de 11 mil –, teve apenas 1.119 (10%) empreendimentos
concluídos nos últimos três anos. Nas regiões Sul e Centro-Oeste, o percentual
de conclusão oscila entre 11% e 12%, respectivamente. Já os Estados do Norte
tiveram um resultado relativamente melhor, mas considerados mínimos pelo
conselho. Somente 464 (10%) das 2.861 ações foram concluídas.
As informações
levantadas pelo CFM com base nos relatórios do próprio governo englobam
investimentos previstos pela União, empresas estatais, iniciativa privada e
contrapartida de Estados e municípios em projetos de construção e de reforma de
UBS (Unidades Básicas de Saúde), UPA (Unidades de Pronto-Atendimento) e ações
de saneamento. O levantamento consolida dados do 9º balanço oficial do PAC 2,
divulgado em março deste ano.
Nesses três anos,
foram contratadas a construção ou ampliação de 15.638 UBSs, das quais 33% estão
em obras e 1.404 (9%) foram concluídas. No mesmo período, foram contratadas 503
UPAs, das quais 14 (3%) foram entregues. Também constam no programa iniciativas
de saneamento voltadas a qualidade da saúde em áreas indígenas, rurais e
melhorias sanitárias nas cidades. Dentre as quase 8.000 ações em saneamento
geridas pela Funasa, 14% foram entregues até dezembro do ano passado.
Valores.
No monitoramento do
PAC, embora o critério de valores investidos seja indicado pelo governo como o
"mais adequado", os resultados na área da saúde continuam críticos,
segundo o CFM. Ao todo, o governo estima investir R$ 7,4 bilhões no PAC Saúde
entre 2011 e 2014. Até agora, no entanto, os empreendimentos concluídos
representam só 8% (R$ 624 milhões) desse valor. Sem as ações de saneamento, o
cálculo estimado passa a ser de R$ 4,9 bilhões, com percentual de 4% (R$ 220
milhões) investidos.
Para a construção de
novas UBSs, estão previstos cerca de R$ 3,9 bilhões no período, dos quais 5%
(R$ 192 milhões) correspondem às obras já entregues. Nas UPAs, os investimentos
em unidades concluídas somam R$ 28 milhões – 2% do investimento previsto (R$ 1
bilhão). Já as ações em saneamento totalizam R$ 404 milhões, montante que
representa 16% dos R$ 2,5 bilhões estimados.
Falta de
investimento.
Em comunicado, o CFM
afirma que o baixo índice de execução do PAC 2 para a área da saúde não é
surpreendente, pois em 2013, dos R$ 47,3 bilhões gastos com investimentos pelo
Governo Federal, o Ministério da Saúde e suas unidades vinculadas – dentre elas
a Funasa – foram responsáveis por apenas 8% dessa quantia. Com base em dados do
Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), o CFM conta que, dentre
os órgãos do Executivo, a Saúde aparece em quinto lugar na lista de prioridades
no chamado "gasto nobre".
Isto significa que as
obras em rodovias, estádios e mobilidade urbana ficaram à frente da construção,
ampliação e reforma de unidades de saúde e da compra de equipamentos
médico-hospitalares para atender o SUS (Sistema Único de Saúde). Do total
de R$ 9,4 bilhões disponíveis para investimentos em unidades de saúde em 2013,
o governo desembolsou somente R$ 3,9 bilhões, incluindo os restos a pagar
quitados (compromissos assumidos em anos anteriores rolados para os exercícios
seguintes).
Nos últimos 13 anos
(2001 a 2013), foram autorizados no Orçamento Geral da União para o Ministério
da Saúde mais de R$ 1 trilhão, em valores corrigidos pela inflação do período.
Deste montante, R$ 894 bilhões foram efetivamente aplicados e R$ 111 bilhões
deixaram de ser gastos. Dentro destes recursos, R$ 80,5 bilhões estavam
previstos especificamente para investimentos, dos quais R$ 47,5 bilhões
deixaram de ser investidos. O conselho estima que, de cada R$ 10 previstos para
a melhoria da infraestrutura em saúde, R$ 6 deixaram de ser aplicados.
O CFM calcula ainda
que com esses R$ 47,5 bilhões, seria possível adquirir 386 mil ambulâncias (69
para cada município brasileiro); construir 237 mil Unidades Básicas de Saúde
(UBS) de porte I (43 por cidade); edificar 34 mil Unidades de Pronto
Atendimento (UPA) de porte I (seis por cidade) ou, ainda, aumentar em 936 o
número de hospitais públicos de médio porte.
Outro lado.
Em nota, o Ministério
da Saúde informou que atualmente existem 23.450 obras relacionadas à construção
e ampliação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento
(UPA), obras de saneamento básico e programa Água para Todos, esses dois
últimos da Funasa. Destas, 6.353 são projetos recentes de UPA e UBS aprovados
ainda no segundo semestre de 2013, portanto, o gestor local ainda está em fase
de preparação para início das obras. Outras 14.104 já foram concluídas ou com
obras iniciadas.
"É importante esclarecer que, diferentemente de outras obras do PAC, onde a execução é realizada diretamente pelo governo federal, a construção de UPA, UBS e obras de saneamento são executadas através dos Estados e principalmente dos municípios. Para auxiliar os gestores locais nesse processo, o Ministério da Saúde, desde agosto de 2013, oferece projetos arquitetônicos padrões para UPA e UBS, disponibilização de ata e registro de preço nacional para aquisição de equipamento para UPA e UBS e registro de preço nacional de para construção de UBS", declara o ministério.
Com relação às obras de saneamento, o ministério afirmou que a Funasa informa que essas obras têm duração média de quatro anos. Portanto, as obras referentes ao PAC 2, ou seja, aquelas iniciadas no fim de 2011, estão dentro do prazo médio previsto. No comunicado, o Ministério da Saúde aponta que, das obras da Funasa, 84% estão concluídas ou em fase de obras.
"É importante esclarecer que, diferentemente de outras obras do PAC, onde a execução é realizada diretamente pelo governo federal, a construção de UPA, UBS e obras de saneamento são executadas através dos Estados e principalmente dos municípios. Para auxiliar os gestores locais nesse processo, o Ministério da Saúde, desde agosto de 2013, oferece projetos arquitetônicos padrões para UPA e UBS, disponibilização de ata e registro de preço nacional para aquisição de equipamento para UPA e UBS e registro de preço nacional de para construção de UBS", declara o ministério.
Com relação às obras de saneamento, o ministério afirmou que a Funasa informa que essas obras têm duração média de quatro anos. Portanto, as obras referentes ao PAC 2, ou seja, aquelas iniciadas no fim de 2011, estão dentro do prazo médio previsto. No comunicado, o Ministério da Saúde aponta que, das obras da Funasa, 84% estão concluídas ou em fase de obras.
Em relação aos
recursos, o ministério afirma que, somente em 2013, foram repassados aos
Estados e municípios R$ 57,4 bilhões para pagar o atendimento de equipes da
Atenção Básica, ofertar medicamentos e vacinas, além de tratamento oncológico,
cirurgias e internações realizados no SUS (Sistema Único de Saúde). "O orçamento
executado pelo Ministério da Saúde mais que dobrou na última década, passando
de R$ 28,3 bilhões (2002) para R$ 92,7 bilhões (2013)", relata a pasta.
No comunicado, o Ministério da Saúde aponta, ainda, que investiu nos últimos 12 anos R$ 5,7 bilhões acima do que prevê a Constituição, o que fez com que isso permitisse o crescimento de 109% nos números de UPAs em funcionamento desde 2011, são 303 unidades atualmente. "O número de ambulâncias do SAMU cresceu 56% em relação a 2010, são 2.867 veículos. Atualmente, 39 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) prestam atendimento à população, sendo que 10,1 mil unidades foram financiadas para construção desde 2011", relata em nota.
No comunicado, o Ministério da Saúde aponta, ainda, que investiu nos últimos 12 anos R$ 5,7 bilhões acima do que prevê a Constituição, o que fez com que isso permitisse o crescimento de 109% nos números de UPAs em funcionamento desde 2011, são 303 unidades atualmente. "O número de ambulâncias do SAMU cresceu 56% em relação a 2010, são 2.867 veículos. Atualmente, 39 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) prestam atendimento à população, sendo que 10,1 mil unidades foram financiadas para construção desde 2011", relata em nota.
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