Há
boas notícias para os quase 10% da população brasileira que sofrem com a ansiedade: cientistas americanos acabam de fazer uma descoberta
essencial para possibilitar a invenção de novos (e bem eficazes) tratamentos para
esse transtorno psíquico. Eles encontraram, em animais, o lugar exato do cérebro em que esse problema tem início.
Pesquisadores
das universidades da Califórnia e Columbia analisaram a atividade cerebral de ratos enquanto
percorriam um circuito criado especialmente para a experiência. Nesse trajeto,
alguns caminhos levavam a espaços abertos ou plataformas mais elevadas de
propósito, já que esses ambientes são conhecidos por gerar ansiedade nos
animais – ora, situações assim aumentam a vulnerabilidade a predadores. Quando
os roedores chegavam a esses locais, os cientistas podiam observar uma
atividade mais intensa em um tipo específico de neurônio, situado no hipocampo.
Seria a “célula da ansiedade”.
Mas
como reverter o quadro? Pois os estudiosos investigaram isso também. Eles
perceberam que dava para controlar a atividade desses neurônios com o uso de um
estímulo luminoso na região. A tecnologia usada para isso vem de uma área da
ciência chamada de optogenética, e alia luz, genética e bioengenharia para
atuar em células específicas.
O
melhor de tudo: devido à relativa semelhança entre o nosso cérebro e o dos
ratos, a hipótese dos cientistas é de que a dinâmica observada neles esteja
presente também em nós. Isso abriria alas para pesquisas inéditas sobre a
influência dessa mesma cutucada luminosa em nossa mente e, portanto,
contribuiria para a criação de novos tratamentos para ansiedade.
A
notícia é especialmente bem-vinda em um lugar como o Brasil que, segundo dados
divulgados no ano passado pela Organização Mundial da Saúde, é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de
ansiedade do mundo inteiro.
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