FONTE: Lucy Andrade, TRIBUNA DA BAHIA.
Guerra de espadas movimenta comércio imobiliário em Cruz das Almas, enquanto uns fogem do fogo cruzado, outros chegam a pagar até cinco mil reais por seis dias de festa. A 30 dias da festa junina, hotéis e pousadas da cidade já estão lotados, e casas para aluguel temporário quase não existem mais. Assim como o Carnaval é para Salvador a maior festa popular, o São João é para o Nordeste o momento de maior expressão cultural. A cidade, que fica a apenas 142 quilômetros da capital baiana, recebe todos os anos cerca de 50 mil visitantes no período junino, época que representa o ponto alto do turismo.
Para a maioria dos municípios do interior do Estado, esse é o período de maior crescimento econômico, principalmente na rede hoteleira, que registra um índice de ocupação de 100%. Nos hotéis e pousadas, as diárias dobram e triplicam de valor. O que antes custava R$ 200, no São João não vai sair por menos de R$ 400. “Este ano vai ser muito melhor por causa da Copa do Mundo, o movimento dobra em tempos de jogos. Esse é o período de faturamento para o ano todo, quando o fluxo aumenta. Além das espadas e do Arraiá, também tem o Forró do Bosque que atrai centenas de pessoas”, disse o gerente de um hotel de Cruz das Almas.
Como o período é “quente” e há demanda, muitas famílias saem das suas casas para alugá-las. O valor depende da localização e da quantidade de pessoas – quem desejar curtir a festa na área nobre e a poucos metros do Arraiá – a brincadeira de cinco dias não sai por menos de R$ 5 mil. Já para quem preferir assistir à guerra de espadas, no dia 24, de camarote, na praça da guerra, terá que pagar pela casa R$ 2.500. O preço mínimo encontrado é de R$ 1 mil, em um local simples e mais afastado do centro.
Para a funcionária pública, Helena Garcia, o tempo é de festa, mas também de ganhar uma renda extra. “É um dinheiro a mais no orçamento, alugo minha casa por R$ 1.700, em cinco dias ganho mais do que um mês trabalhando. É trabalhoso desarrumar os guarda-roupas e depois arrumar, mas compensa. Além de lucrar, aproveito e curto o São João na casa de parentes, aonde vou com os meus dois filhos”, disse a funcionária pública.
“Eu moro aqui há 40 anos e todos os anos eu vou para a roça. Tenho muito medo das espadas, até assisto à guerra, mas só pela televisão. Como minha casa é no centro, no pivô da guerra, eu alugo para os aventureiros, que pagam R$ 3 mil”, comentou Laura Batista Gonçalves, 55 anos. Enquanto uns fogem dos fogos que cortam as ruas da cidade, indo para localidades mais distantes para curtir o forró arrasta-pé, se aquecendo do frio apenas com licor e fogueira.
Outros querem brincar com ele. "A guerra de espadas é um espetáculo de luzes. E perigoso, mas é fascinante. São duas festas que fazem parte da minha programação, Carnaval e São João,me preparo financeiramente para curtir esses eventos. Venho com seis amigos, já comprei as camisas do Bosque, aluguei a casa, agora é só esperar a festa", afirma um fã
Perigo mantido pela tradição
Como diz o ditado popular, “quem brinca com fogo é para se queimar”, todos os anos, dezenas de pessoas viram alvo fácil das espadas. Em 2004, 414 pessoas foram queimadas. Em 2005 - 283 casos. Em 2006, ano de Copa do Mundo, o número voltou a aumentar com 318 queimados. Já em 2007 e 2008 a média foi de 220 queimados.
Este ano, devido à Copa do Mundo, esses números devem aumentar. Em 2009, entre os 225 feridos, seis pessoas foram transferidas para o Hospital Geral do Estado – HGE, entre elas um jovem de 18 anos que perdeu a visão em um dos olhos e um senhor de 58 anos, que sofreu traumatismo craniano, por causa da pancada da espada. Ao todo foram registrados, na Santa Casa de Misericórdia, três casos de traumatismo craniano e três de trauma ocular.
Em 2005, o poder público tentou conter a prática, mas a população foi contra, e através de um decreto municipal foi determinado que os fogos, antes jogados em todas as ruas e em qualquer horário, só pudessem ser soltos a partir do dia 12 de junho, em locais desabitados e distantes do centro. E a batalha final tem dia e horário marcado, 24 de junho, às 18hs, na Praça Senador Temístocles.
Guerra de espadas movimenta comércio imobiliário em Cruz das Almas, enquanto uns fogem do fogo cruzado, outros chegam a pagar até cinco mil reais por seis dias de festa. A 30 dias da festa junina, hotéis e pousadas da cidade já estão lotados, e casas para aluguel temporário quase não existem mais. Assim como o Carnaval é para Salvador a maior festa popular, o São João é para o Nordeste o momento de maior expressão cultural. A cidade, que fica a apenas 142 quilômetros da capital baiana, recebe todos os anos cerca de 50 mil visitantes no período junino, época que representa o ponto alto do turismo.
Para a maioria dos municípios do interior do Estado, esse é o período de maior crescimento econômico, principalmente na rede hoteleira, que registra um índice de ocupação de 100%. Nos hotéis e pousadas, as diárias dobram e triplicam de valor. O que antes custava R$ 200, no São João não vai sair por menos de R$ 400. “Este ano vai ser muito melhor por causa da Copa do Mundo, o movimento dobra em tempos de jogos. Esse é o período de faturamento para o ano todo, quando o fluxo aumenta. Além das espadas e do Arraiá, também tem o Forró do Bosque que atrai centenas de pessoas”, disse o gerente de um hotel de Cruz das Almas.
Como o período é “quente” e há demanda, muitas famílias saem das suas casas para alugá-las. O valor depende da localização e da quantidade de pessoas – quem desejar curtir a festa na área nobre e a poucos metros do Arraiá – a brincadeira de cinco dias não sai por menos de R$ 5 mil. Já para quem preferir assistir à guerra de espadas, no dia 24, de camarote, na praça da guerra, terá que pagar pela casa R$ 2.500. O preço mínimo encontrado é de R$ 1 mil, em um local simples e mais afastado do centro.
Para a funcionária pública, Helena Garcia, o tempo é de festa, mas também de ganhar uma renda extra. “É um dinheiro a mais no orçamento, alugo minha casa por R$ 1.700, em cinco dias ganho mais do que um mês trabalhando. É trabalhoso desarrumar os guarda-roupas e depois arrumar, mas compensa. Além de lucrar, aproveito e curto o São João na casa de parentes, aonde vou com os meus dois filhos”, disse a funcionária pública.
“Eu moro aqui há 40 anos e todos os anos eu vou para a roça. Tenho muito medo das espadas, até assisto à guerra, mas só pela televisão. Como minha casa é no centro, no pivô da guerra, eu alugo para os aventureiros, que pagam R$ 3 mil”, comentou Laura Batista Gonçalves, 55 anos. Enquanto uns fogem dos fogos que cortam as ruas da cidade, indo para localidades mais distantes para curtir o forró arrasta-pé, se aquecendo do frio apenas com licor e fogueira.
Outros querem brincar com ele. "A guerra de espadas é um espetáculo de luzes. E perigoso, mas é fascinante. São duas festas que fazem parte da minha programação, Carnaval e São João,me preparo financeiramente para curtir esses eventos. Venho com seis amigos, já comprei as camisas do Bosque, aluguei a casa, agora é só esperar a festa", afirma um fã
Perigo mantido pela tradição
Como diz o ditado popular, “quem brinca com fogo é para se queimar”, todos os anos, dezenas de pessoas viram alvo fácil das espadas. Em 2004, 414 pessoas foram queimadas. Em 2005 - 283 casos. Em 2006, ano de Copa do Mundo, o número voltou a aumentar com 318 queimados. Já em 2007 e 2008 a média foi de 220 queimados.
Este ano, devido à Copa do Mundo, esses números devem aumentar. Em 2009, entre os 225 feridos, seis pessoas foram transferidas para o Hospital Geral do Estado – HGE, entre elas um jovem de 18 anos que perdeu a visão em um dos olhos e um senhor de 58 anos, que sofreu traumatismo craniano, por causa da pancada da espada. Ao todo foram registrados, na Santa Casa de Misericórdia, três casos de traumatismo craniano e três de trauma ocular.
Em 2005, o poder público tentou conter a prática, mas a população foi contra, e através de um decreto municipal foi determinado que os fogos, antes jogados em todas as ruas e em qualquer horário, só pudessem ser soltos a partir do dia 12 de junho, em locais desabitados e distantes do centro. E a batalha final tem dia e horário marcado, 24 de junho, às 18hs, na Praça Senador Temístocles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário