domingo, 18 de julho de 2010

DA CAMPANHA E DO FUXICO...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

Tivemos uma semana política teoricamente muito movimentada. As três coligações mais importantes inauguraram, com festa, seus comitês centrais de campanha eleitoral para suas chapas de candidatos às eleições majoritárias, lideradas pelo governador Jaques Wagner, pelo ex-governador Paulo Souto e pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Se teoricamente a semana foi politicamente movimentada, na prática foi uma pasmaceira total. Estamos no sábado e até a noite de ontem os eleitores não haviam recebido, durante a semana que finda, sequer uma informação adicional relevante sobre as propostas de governo dos três postulantes ao Palácio de Ondina.
Por isto é que dá vontade de escrever sobre assuntos nacionais, a respeito dos quais se poderia citar que a candidata a presidente da República Marina Silva, do PV, em entrevista, quebrou a rotina do discurso governado pelo marketing e pela suposta conveniência eleitoral dos seus concorrentes e foi de uma sinceridade admirável. Mas isto não é muito para a sucessão federal, pois os demais candidatos e o presidente Lula não saíram de seus respectivos discursos rotineiros, ressalvando-se a inovação de Lula ao citar “a bunda” de burocratas que ficam sentados em seus gabinetes. Mas nem isto chega a ser uma inovação na essência, pois o presidente tem uma queda para esse linguajar popular.
Então voltemos à campanha na Bahia, que insisto em abordar hoje. Por enquanto – Deus permita que mude e dê um forte empurrão nesta direção, pois a simples permissão pode não ser suficiente – parece conversa de comadres, um fuxico interminável, envolvendo pixações, número maior ou menor de prefeitos que compareceram à inauguração deste ou daquele comitê, o deputado que era governista, mas do PR e assumiu a linha do partido, indo à festa de inauguração do comitê da coligação liderada pelo PMDB, ocasião em que deu um abraço de quebrar ossos no presidente estadual deste partido, Lúcio Vieira Lima, irmão do candidato a governador Geddel. Ou o prefeito da capital, peemedebista que derramou lágrimas na inauguração do comitê do deputado ACM Neto, do DEM, que participa levemente da administração municipal.
Só vi uma coisa que tem certo significado não exclusivamente de marketing político-eleitoral – a proposta da oposição, feita no bojo das negociações sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, de “dobrar o orçamento da segurança pública” para 2011, em relação a 2010. O governo, claro, não aceita isso. A iniciativa, no entanto, vale por sinalizar a prioridade que as forças políticas que fazem a proposta dizem querer dar à questão da segurança ou insegurança pública.
Dificilmente, porém, um governo que eventualmente se origine da atual oposicão duplicaria, de um ano para o outro, o orçamento da segurança. Ainda que isto seja plenamente justificável, tão grande se tornou o problema. Bem, feita essa ressalva, a coisa na Bahia está, ao menos por enquanto, muito mais para fuxico do que para campanha eleitoral que se preze.

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