terça-feira, 20 de julho de 2010

USO DO CALÇADO INADEQUADO TAMBÉM PREJUDICA HOMEM...

FONTE: Cristiane Felix, TRIBUNA DA BAHIA.

Não é novidade que o uso constante de sapatos de salto alto pode causar sérios problemas para as mulheres. Mas, o que muitos não sabem, é que o uso diário de calçados inadequados prejudica e muito a saúde dos homens.
Bolhas e calos nos pés são o mínimo diante de doenças como a fascite plantar (inflamação na sola dos pés), metatarsalgia e o neuroma de morton, enfermidades que afetam os ossos e as articulações e que podem ser causadas pelo uso contínuo de calçados impróprios. Por isso, ortopedistas e fisioterapeutas alertam que a escolha de um sapato adequado é de fundamental importância também para a saúde masculina.
A anatomia do pé tem uma estrutura complexa – envolve um conjunto de ossos, articulações, ligamentos, músculos e tendões, que permite uma enorme série de movimentos. E, embora a anatomia seja a mesma, existem diferenças de formação.
Há, então, pessoas com pés normais, supinados (cavos) ou pronados (chatos). De acordo com Luis Coelho, ortopedista e especialista em medicina esportiva, o uso do calçado incorreto para determinada formação pode causar sérios problemas.
“A procura por um ortopedista para casos como esse é bastante frequente. São diversas as patologias decorrentes do uso de sapatos inadequados, que podem, inclusive, piorar ainda mais se o paciente estiver acima do peso”, comentou.
Além das bolhas, calos e joanetes, que são os problemas menos preocupantes, existem as doenças mais graves, a exemplo da fascite plantar, inflamação na sola dos pés que pode resultar em esporões de calcâneo; da tendinite, inflamação nos tendões; da metatarsalgia, que resulta em uma dor na parte frontal do pé, na área dos ossos metatarsos (aqueles que articulam com as falanges) e do neuroma de morton, uma pequena massa que se forma ao redor do nervo plantar (que passa em baixo do pé). Para evitar essas doenças, a indústria calçadista tem investido em inovações também na linha masculina e vem oferecendo opções que garantem o conforto e a saúde dos pés. Estão disponíveis hoje no mercado sapatos macios, com solados de material sintético flexível e em modelos específicos para calçar bem em vários tipos de pés.
Existem alternativas, inclusive, para aqueles que precisam manter o traje formal. Alguns sapatos sociais já contemplam a tecnologia adotada em tênis, como amortecimento com sistema de ar, reforços acolchoados, solados com recursos anatômicos e palmilhas anti-impacto.

SAPATO PERFEITO - Segundo o doutor Luis Coelho, o ideal é, antes de adquirir um sapato, procurar um ortopedista e fazer um exame simples chamado baropodometria. “O exame faz uma análise dos pés e da perna, mapeando a distribuição da carga na sola do pé enquanto a pessoa caminha e determinando o tipo adequado de calçado para aquela pisada”, explicou.
É importante também que, em todos os casos, além do conforto, seja observada a altura do calçado, de modo que não fique curto demais, comprimindo o pé, ou folgado demais na frente no peito, na frente, atrás e dos lados, deixando uma folga maior do que a necessária, causando bolhas ou calos.
A folga ideal na frente é de, no máximo, um centímetro entre o dedão e a ponta (bico) do sapato, permitindo a movimentação dos dedos. Solados de borracha com ranhuras são recomendados por evitar escorregões. Os calçados com amortecedores ajudam a absorver o impacto do peso do corpo, aliviando a carga que as articulações dos pés e joelhos recebem.
Assim podem ser evitadas as dores e os problemas mais graves nas pernas e coluna vertebral. O salto deve ser largo, plano e oscilar entre 15 e 20 mm. Os materiais mais indicados são os naturais, pele ou couro, que dão maior flexibilidade aos calçados e favorecem a ventilação do pé.
Crianças e idosos devem também devem ficar atentos ao tipo adequado de sapato. Nas crianças, os cuidados se devem ao fato da estrutura óssea estar em formação e, por isso, não deve ser sobrecarregada. Nos idosos, a atenção deve ser redobrada devido à fragilidade natural dos ossos, problema típico da idade.
Para ambos, é imprescindível o uso de calçados leves, confortáveis, de material macio e que se adaptem bem aos pés. Saltos devem ser evitados e deve-se lembrar sempre que conforto é palavra de ordem e deve ser priorizado.

“PÉ DIABÉTICO” É GRAVE PROBLEMA.
Além dos olhos, coração, rins e vasos sanguíneos, os pés também sofrem alterações decorrentes da incapacidade do organismo em produzir insulina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé (SBMPC), o mais grave de tudo isso é que aproximadamente a metade dos diabéticos nem sabe que é doente e, por isso, corre o maior risco de complicações.
Mas, a Sociedade alerta que, embora ainda não haja cura para a diabetes, existem meios de controlar a doença garantindo ao paciente níveis de vida bem saudáveis, reduzindo o risco de todas as complicações. Mesmo desconhecida a origem da diabetes, a identificação dos fatores de risco pode ajudar a identificar a presença da doença.
Entre os sinais de alerta estão histórico familiar, excesso de peso, mais de 40 anos, descendência familiar de regiões como a África, América do Norte, Península Ibérica e Ásia.
Os sintomas apresentados por pés diabéticos (pés insensíveis) são, frequentemente, dores nas pernas, tornozelos e pés desproporcionais à atividade, hematomas ou sangramentos sob a pele ao redor das unhas ou calos, mudanças de cor da pele ou unhas, rachaduras na pele, principalmente nos calcanhares, inchaço dos tornozelos e pés, unhas grossas e escuras (infecção por fungos), ferimentos abertos (com ou sem secreções) que não cicatrizam, vermelhidão localizada em alguma região dos pés, aumento da temperatura da pele da perna, tornozelo e pé, e articulações deformadas e inchadas, ainda que indolores.
O pé diabético, segundo a SBMPC, é uma das mais assustadoras complicações da diabetes, capaz de ser acometido por úlceras plantares, infecção óssea e patologias articulares que acabam por exigir sua amputação.

NA PONTA DO PÉ.
Se você já é diabético, cuide bem dos seus pés.
Lave-os diariamente em água morna e sabão neutro e gaste um bom tempo inspecionando-os em busca de rachaduras, pequenos ferimentos ou bolhas;
Use meias claras de algodão (preferencialmente sem costuras); Troque de calçados diariamente e prefira os macios e largos evitando saltos altos ou tiras muito apertadas;
Corte as unhas cuidadosamente evitando ferir a pele e deixe sempre os cantos das unhas bem visíveis;
Não ande descalço mesmo em ambientes conhecidos para evitar ferimentos nos pés. Procure exercitar-se regularmente, perder peso, não beber e não fumar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário