MULHERES DE MAIS DE 50 TÊM COMPORTAMEMTO ARRISCADO?
A situação da mulher é muito clara. Ela sabe que se contaminou ou com o marido que teve relação extraconjugal ou com o seu novo namorado. Casos de contaminação por relacionamento eventual são raros no ambulatório onde atendo. E naquelas que tiveram uma relação eventual, a contaminação ocorreu só com um parceiro. Ela tende a ter um perfil mais vitimizado.
A situação da mulher é muito clara. Ela sabe que se contaminou ou com o marido que teve relação extraconjugal ou com o seu novo namorado. Casos de contaminação por relacionamento eventual são raros no ambulatório onde atendo. E naquelas que tiveram uma relação eventual, a contaminação ocorreu só com um parceiro. Ela tende a ter um perfil mais vitimizado.
HÁ MAIS SENHORES INFECTADOS?
Há muito mais homens. Em jovens, é quase um meio a meio. O homem é sempre mais infectado porque a mulher mais velha entra na menopausa e começa a ter um declínio hormonal, que faz com que ela tenha o seu desejo diminuído. Muitas vezes ela opta por não ter relação e compensa isso com o fato de ser mãe, avó, companheira. O homem, não. O decréscimo hormonal é mais lento. O homem vai procurar relações fora e daí se contamina. Muitas vezes ele nem contamina a mulher, porque o casal não mantêm mais relações.
Há muito mais homens. Em jovens, é quase um meio a meio. O homem é sempre mais infectado porque a mulher mais velha entra na menopausa e começa a ter um declínio hormonal, que faz com que ela tenha o seu desejo diminuído. Muitas vezes ela opta por não ter relação e compensa isso com o fato de ser mãe, avó, companheira. O homem, não. O decréscimo hormonal é mais lento. O homem vai procurar relações fora e daí se contamina. Muitas vezes ele nem contamina a mulher, porque o casal não mantêm mais relações.
O VIAGRA AJUDA A EXPLICAR O CONTÁGIO MAIOR NESSA FAIXA?
Só poderemos medir esse impacto daqui a três anos. Mas é certo que essas medicações fizeram com que o individuo melhorasse o desempenho e com isso se relacionasse mais, muitas vezes sem preservativo.
Só poderemos medir esse impacto daqui a três anos. Mas é certo que essas medicações fizeram com que o individuo melhorasse o desempenho e com isso se relacionasse mais, muitas vezes sem preservativo.
COMO OS MAIS VELHOS LIDAM COM O DIAGNÓSTICO?
É comum aparecer o questionamento sobre a forma como eles contarão para suas mulheres, filhos, netos. Muitos são pessoas que já assumiram papéis sociais. O diagnóstico vai trazer um demérito, uma depressão. Eles se sentem envergonhados. Alguns até hoje não contaram a filhos e netos. Alguns filhos se revoltam. O câncer traz os netos, estimula a família, mas a Aids, num primeiro momento, não. O indivíduo não é visto como vítima. Às vezes, acaba abandonado.
É comum aparecer o questionamento sobre a forma como eles contarão para suas mulheres, filhos, netos. Muitos são pessoas que já assumiram papéis sociais. O diagnóstico vai trazer um demérito, uma depressão. Eles se sentem envergonhados. Alguns até hoje não contaram a filhos e netos. Alguns filhos se revoltam. O câncer traz os netos, estimula a família, mas a Aids, num primeiro momento, não. O indivíduo não é visto como vítima. Às vezes, acaba abandonado.
O QUE DEVERIA MUDAR EM TERMOS DE PROPAGANDA PARA ATINGIR ESSAS PESSOAS?
A publicidade deveria escolher pessoas com esse perfil e que pudessem falar e lembrar que quem tem mais de 50 também corre o risco de pegar Aids e precisa usar camisinha. Seria importante que essas pessoas fossem incentivadas em outros tipos de campanhas, da mesma forma como se faz mutirão da catarata, do colesterol.
A publicidade deveria escolher pessoas com esse perfil e que pudessem falar e lembrar que quem tem mais de 50 também corre o risco de pegar Aids e precisa usar camisinha. Seria importante que essas pessoas fossem incentivadas em outros tipos de campanhas, da mesma forma como se faz mutirão da catarata, do colesterol.
O LIVRO MOSTRA O PRECONCEITO EM RERLAÇÃO AOS MAIS VELHOS, NA ÁREA DA SAÚDE.
Não é só da área da saúde. Quando a gente fala de um homem de 50, tudo bem aceitar que ele tem vida sexual. Mas quando se fala num homem de 85 tendo vida sexual, as pessoas brincam. Somos preconceituosos de formação. Não crescemos habituados a ouvir isso. Olhávamos nossos avós como figuras assexuadas. Quando essas pessoas têm relações sexuais, isso choca. Muitas pessoas com 70, 80 têm condições físicas maravilhosas, se aposentam e continuam trabalhando, provendo a casa, ativas. Por que a vida sexual não seria mantida?
Não é só da área da saúde. Quando a gente fala de um homem de 50, tudo bem aceitar que ele tem vida sexual. Mas quando se fala num homem de 85 tendo vida sexual, as pessoas brincam. Somos preconceituosos de formação. Não crescemos habituados a ouvir isso. Olhávamos nossos avós como figuras assexuadas. Quando essas pessoas têm relações sexuais, isso choca. Muitas pessoas com 70, 80 têm condições físicas maravilhosas, se aposentam e continuam trabalhando, provendo a casa, ativas. Por que a vida sexual não seria mantida?
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