FONTE: Bruno Doro, Do UOL, em São Paulo (esporte.uol.com.br).
Neste fim de semana, Palmeiras e São Paulo vão jogar o clássico em Presidente Prudente, no oeste do estado. Segundo o Climatempo, no horário da partida a temperatura deve superar os 30 graus e a umidade do ar bater os 60%.
Pode não significar muito para quem é leigo no assunto, mas para especialistas, condições como essa constituem uma ameaça à vida dos jogadores.
“Praticar esporte em condições como essas envolve riscos, inclusive de comprometimento cerebral. Quando alguém perde os sentidos, é sinal de que o quadro é perigoso.
Os efeitos do calor no esporte é muito bem documentado, mas infelizmente, quem comanda o esporte ignora esses riscos”, alerta o fisiologista Turíbio Leite de Barros, que já trabalhou no São Paulo.
MUITA ÁGUA.
"Nós distribuímos garrafas pelas bordas do campo para que o jogador possa se hidratar em qualquer momento. Além disso, em qualquer parada, com o médico ou o massagista entra sempre uma sacola com garrafinhas. Antes usávamos saquinhos, que podiam ser jogados para o atleta, mas a Fifa proibiu", conta Paulo Zogaib, do Palmeiras.
CUIDADO COM O PESO.
"Os atletas hoje perdem 2 ou 3 kg só de suor. Por isso, pesamos antes do jogo e depois. Recomendamos repor líquido e vamos observando a hidratação dele, na espera de que volte ao peso registrado antes da partida. Se ainda tiver de 2 a 3% abaixo, as pesquisas mostram que há um comprometimento da performance e tem que ter um cuidado maior com a alimentação", diz José Mario Campeiz, preparador físico do São Paulo.
JOGUE DE BRANCO
"Jogar com uniforme escuro influi, pois são cores que absorvem mais energia. É só ver o carro preto, que esquenta mais. É um fator prejudicial adicional", diz Paulo Zogaib, do Palmeiras. "Como o uniforme escuro aumenta a temperatura interna, o corpo trabalha mais para baixar a temperatura, aumentando a perda de água e o risco de desidratação", completa Luiz Cesar Martins, coordenador científico do Grêmio.
O grande problema nas condições esperadas para Prudente é a junção da alta temperatura com a umidade relativa do ar elevada. “Quanto maior o calor, mais o corpo precisa trocar temperatura com o ambiente. E o mecanismo para isso é a evaporação do suor. Mas com a umidade relativa elevada, essa evaporação demora, então o corpo não consegue desaquecer com eficiência”, explica o também fisiologista Paulo Zogaib, que trabalha com o Palmeiras.
Além do risco aos atletas, a partida também fica prejudicada em calor excessivo. “É um adversário a mais, causa desgaste físico maior, queda de rendimento do atleta. E a alteração não é só física, o calor em excesso prejudica na execução do gesto esportivo. Além disso, sabemos que a cada 3 kg perdidos por desidratação, o jogador perde de 15 a 20% em desempenho”, completa Turíbio.
A Fifa, apesar de não proibir jogos em calor extremo, adotou uma medida para amenizar os efeitos: a parada técnica, no meio de cada um dos tempos. “Ela ajuda, mas ainda não é ideal. Duas paradas técnicas para hidratação reduziriam bastante os riscos”, diz Turíbio.
Um dos vilões para que o calor atrapalhe o futebol brasileiro é a época do ano, o horário de verão e os jogos marcados para o meio da tarde. “Os riscos são grandes, mas todos sabemos que uma partida nunca vai ser adiada por calor. Existem muitos interesses envolvidos”, reclama o fisiologista.
"Nós distribuímos garrafas pelas bordas do campo para que o jogador possa se hidratar em qualquer momento. Além disso, em qualquer parada, com o médico ou o massagista entra sempre uma sacola com garrafinhas. Antes usávamos saquinhos, que podiam ser jogados para o atleta, mas a Fifa proibiu", conta Paulo Zogaib, do Palmeiras.
CUIDADO COM O PESO.
"Os atletas hoje perdem 2 ou 3 kg só de suor. Por isso, pesamos antes do jogo e depois. Recomendamos repor líquido e vamos observando a hidratação dele, na espera de que volte ao peso registrado antes da partida. Se ainda tiver de 2 a 3% abaixo, as pesquisas mostram que há um comprometimento da performance e tem que ter um cuidado maior com a alimentação", diz José Mario Campeiz, preparador físico do São Paulo.
JOGUE DE BRANCO
"Jogar com uniforme escuro influi, pois são cores que absorvem mais energia. É só ver o carro preto, que esquenta mais. É um fator prejudicial adicional", diz Paulo Zogaib, do Palmeiras. "Como o uniforme escuro aumenta a temperatura interna, o corpo trabalha mais para baixar a temperatura, aumentando a perda de água e o risco de desidratação", completa Luiz Cesar Martins, coordenador científico do Grêmio.
O grande problema nas condições esperadas para Prudente é a junção da alta temperatura com a umidade relativa do ar elevada. “Quanto maior o calor, mais o corpo precisa trocar temperatura com o ambiente. E o mecanismo para isso é a evaporação do suor. Mas com a umidade relativa elevada, essa evaporação demora, então o corpo não consegue desaquecer com eficiência”, explica o também fisiologista Paulo Zogaib, que trabalha com o Palmeiras.
Além do risco aos atletas, a partida também fica prejudicada em calor excessivo. “É um adversário a mais, causa desgaste físico maior, queda de rendimento do atleta. E a alteração não é só física, o calor em excesso prejudica na execução do gesto esportivo. Além disso, sabemos que a cada 3 kg perdidos por desidratação, o jogador perde de 15 a 20% em desempenho”, completa Turíbio.
A Fifa, apesar de não proibir jogos em calor extremo, adotou uma medida para amenizar os efeitos: a parada técnica, no meio de cada um dos tempos. “Ela ajuda, mas ainda não é ideal. Duas paradas técnicas para hidratação reduziriam bastante os riscos”, diz Turíbio.
Um dos vilões para que o calor atrapalhe o futebol brasileiro é a época do ano, o horário de verão e os jogos marcados para o meio da tarde. “Os riscos são grandes, mas todos sabemos que uma partida nunca vai ser adiada por calor. Existem muitos interesses envolvidos”, reclama o fisiologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário