FONTE: Do UOL, em São Paulo (estilo.uol.com.br).
De acordo com uma pesquisa da Universidade de New Hamshire (UNH), nos Estados Unidos, publicada na edição de fevereiro do "Journal of Adolescence", pais altamente controladores, autoritários e explosivos são mais propensos a criarem filhos delinquentes.
Segundo o estudo, realizado desde 2007 com estudantes de ensino fundamental e médio, há uma diferença no tipo de autoridade que os pais impõem dentro de casa, classificados como: exigentes, autoritários e permissivos.
Em nota sobre a pesquisa, Rick Trinkner, doutorando da UNH e um dos responsáveis pelo estudo, diz que o estilo de educação dos pais pode interferir na visão e no comportamento de seus filhos.
"Os adolescentes que percebiam os pais como autoridades legítimas são menos propensos a terem comportamentos delinquentes", disse.
Notou-se que pais classificados como exigentes são controladores, mas, também, calorosos e receptivos às necessidades de seus filhos.
Eles conversam abertamente, explicando às crianças os limites e regras estabelecidas. De acordo com o estudo, pais com essas características criam crianças auto-suficientes, contentes e com autocontrole.
Os pais permissivos, porém, acabam não estabelecendo limites, mas ainda são receptivos às necessidades de seus filhos. Por não haver regras estabelecidas, as crianças não sentem que seus pais estão realmente presentes, muito menos possuem alguma autoridade real.
Isso não os faz terem mais ou menos chances de serem delinquentes futuramente, mas os filhos sentem falta de uma relação paternal que os guiem.
Já os pais autoritários são pouco receptivos. As regras são estabelecidas sem explicações ou chance de argumentação. Nesse caso, espera-se que as regras sejam obedecidas sem contestação. O resultado é a criação de filhos menos auto-suficientes, descontentes e sem noção de autocontrole.
"Quando as crianças consideram seus pais autoridades legítimas, eles confiam e sentem que têm a obrigação de fazer o que eles mandam. Esse é um atributo importante para qualquer figura de autoridade, já que o pai não precisa usar um sistema de recompensa e castigo para controlar o comportamento dos filhos, sendo mais provável que a criança siga as regras quando os pais não estejam presentes fisicamente", diz o pesquisador Rick Trinkner.
Segundo a pesquisa, os resultados mostram que criação de legitimidade dos pais é uma técnica para que os adultos tenham controle sobre seus filhos.
Além disso, pais exigentes possuem mais chances de serem obedecidos do que os autoritários ou permissivos --nesse caso ocorre o efeito contrário: os filhos tendem a minar a autoridade paterna sendo mais rebeldes.
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