QUANDO OS EXAMES DE DIAGNÓSTICO PRECOCE DEVEM SER INICIADOS E COM QUE FREQUÊNCIA:
A "American College of Gastroenterology" preconiza:
1) Indivíduos com risco médio (assintomáticos, com idade igual ou superior a 50 anos, sem outros fatores de risco: Indicado o exame de colonoscopia a cada 3 a 5 anos acompanhado de Exame de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes em 3 amostras, anualmente;
2) Indivíduos com risco aumentado (indivíduos com um ou mais parentes de primeiro grau (irmãos, pais e filhos) com antecedentes de câncer ou pólipo tipo adenoma do intestino: Oferecer as mesmas opções para o indivíduo com "risco médio" , porém iniciando os exames aos 40 anos de idade;
2.1) Indivíduos com história pessoal de pólipo tipo adenoma (maiores de 1 cm ou múltiplos pólipos (adenomas) foram encontrados e removidos por colonoscopia): Devem submeter- se a novas colonoscopias a cada 3 anos;
2.2) Indivíduos com doença inflamatória intestinal: Devem submeter-se a colonoscopia a cada 1-2 anos;
2.3) Indivíduos com história familiar de Polipose Adenomatosa Familiar: Indicado realizar aconselhamento genético e teste genético para se verificar seu estado de portador do gene. Em caso de polipose, considerar colectomia;
2.4) Indivíduos com história familiar de Câncer Colorretal Hereditário sem Polipose (HNPCC = "Hereditary Nonpoliposis Colorectal Cancer"): Indicado realizar aconselhamento genético e teste genético, além de colonoscopia a cada 1-2 anos a partir dos 20-30 anos de idade e anualmente a partir dos 40 anos.
OBSERVAÇÃO:
Adultos com os sintomas já citados, em especial com mais de 40 anos de idade e portador de anemia apresentam indicação absoluta para submeter-se a colonoscopia, já que nessa faixa etária o câncer do lado direito do intestino é a causa mais freqüente de anemias. Vimos que quando diagnosticada precocemente essa doença oferece excelente prognóstico.
PRISÃO DE VENTRE E HÁBITOS INTESTINAIS:
A evacuação ideal deve ser diária e se caracteriza pelo bolo fecal consistente sem ser duro ou pétreo, nem líquido, vez que a evacuação diarreica é nociva para a nutrição da mucosa intestinal.
Os hábitos de evacuação, às vezes, se transformam num verdadeiro martírio para as pessoas que têm dificuldade para usar o banheiro e estabelecer horários para o intestino funcionar. Fisiologicamente é a cabeça da pessoa que comanda o intestino, porque na realidade é ela que comanda tudo. Quem tem intestino ressecado geralmente come mal.
As pessoas pensam que se alimentam bem, mas uma folhinha de alface no prato é o suficiente para acharem que comeram salada. É preciso comer um prato enorme de salada para ingerir os ideais 20 ou 30 gramas de fibras.
Quem não consegue fazer isso, deve complementar com frutas ou duas colheres de farelo de trigo ou de outro produto que contenha fibras preferencialmente de manhã adicionados ao leite ou ao iogurte, por exemplo. Outra coisa a ressaltar é que as pessoas, sobretudo as mulheres, comem fibras, mas não tomam o líquido necessário para a formação do bolo fecal. Mulher é avessa a tomar líquido, embora devesse tomar pelo menos 2 litros por dia.
De um modo geral as mulheres são mais obstipadas porque se alimentam pior. Gostam de docinhos ricos em hidrato de carbono e, como têm a preocupação de não engordar, ingerem uma quantidade menor de alimentos.
E também não bebem água. Além disso, são exigentes com a limpeza e não usam qualquer toalete quando estão na rua ou no shopping. Às vezes, têm vontade de ir ao banheiro mas não vão.
O mecanismo reflexo da evacuação é muito interessante. Se elas deixam escapar aquele momento porque estão com pressa ou porque não podem parar com o seu trabalho, o reflexo só reaparece no dia seguinte quando as fezes já estão endurecidas porque houve absorção da água que continham.
Fezes duras, ou fecalitos, são difíceis de eliminar e surge a dor, a fissura, as hemorróidas. Progressivamente, para se defenderem, começam a tomar laxantes e instala-se um círculo vicioso.
O intestino se acostuma, perde o reflexo, e elas são obrigadas a tomar quantidades crescentes desses remédios. Do ponto de vista fisiológico, não existe um número ideal de evacuações diárias. Na verdade é variável, pois o tamanho do intestino difere de uma pessoa para outra.
Os indivíduos que têm intestino mais longo necessitam de quantidade maior de fibras e evacuam menos. No entanto não é o número de evacuações diárias que interessa.
O importante é ir ao banheiro uma vez ou duas por dia, ou dia sim, dia não, mas sem necessidade de fazer força para evacuar. A consistência pastosa do bolo fecal deve proporcionar fácil eliminação.
*** Colaboração: Dr. José Joel Dantas.
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