FONTE: DA EFE (www1.folha.uol.com.br).
Clínicas particulares britânicas estão aceitando interromper a gravidez de mulheres que desistem de ter o bebê quando sabem de qual sexo ele será.
O procedimento é realizado principalmente quando o feto é de uma menina, afirma o jornal "The Daily Telegraph" na quinta-feira (23).
A reportagem do jornal fez uma reportagem com uma câmera escondida em que mostra como médicos de hospitais particulares consentem fazer abortos motivados unicamente pelo sexo do bebê. A prática é ilegal no Reino Unido.
Em declarações ao "Telegraph", o ministro da Saúde, Andrew Lansley, da linha conservadora, expressou preocupação e disse que dará início a uma investigação urgente sobre o assunto.
Acompanhados de grávidas, os repórteres participaram de consultas ginecológicas em nove centros de saúde particulares do Reino Unidos que permitiam a interrupção da gravidez pelas mães não estarem satisfeitas com o sexo do feto.
Em três clínicas, os médicos cobrariam entre 240 a 760 euros por um aborto. Uma delas ofereceu a falsificação dos papéis do procedimento.
Em um dos casos, uma grávida de oito semanas explicou à médica de uma clínica de Manchester, no norte da Inglaterra, que queria interromper a gravidez porque teria uma menina. A especialista concordou.
Em outro, a grávida de um feto masculino de 18 semanas marcou um aborto em uma clínica londrina sob o pretexto de que queria uma menina pois já tinha um menino.
Uma lei britânica de 1967 estabelece a interrupção de gestações de até 24 semanas se a saúde física ou mental da mãe estiver em risco, mas nunca para escolha do sexo do bebê.
Em 2010, Inglaterra e Gales responderam por 189.574 abortos. O número é 8% superior que dez anos atrás.
Em 2007, um estudo da Universidade de Oxford indicou que, entre 1969 e 2005, aumentaram os casos de escolha do sexo do bebê por meio de abortos, principalmente nos nascimentos de meninas entre a comunidade hindu que vive no Reino Unido.
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