terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE INTESTINO (PARTE DOIS)...


...CONTINUAÇÃO


5) HISTÓRIA FAMILIAR DE CÂNCER INTESTINAL:

Quanto mais pessoas de uma mesma família tiveram diagnóstico de câncer colorretal, maior o risco de desenvolver a doença. Se o indivíduo tiver parentes próximos (pai, mãe, irmão, tios ou avós) que tiveram câncer de intestino o risco de contrair a doença aumenta muito especialmente se a doença acometeu um parente com menos de 40 anos de idade.


Por isso, a partir dos 40 anos, para quem tem na família caso de câncer de intestino deve fazer periodicamente um exame endoscópico chamado colonoscopia. Atualmente está bem estabelecido que há doenças hereditárias relacionadas ao câncer colorretal.


Dentre elas estão o Câncer Colorretal Hereditário Sem Polipose (HNPCC = "Hereditary Nonpoliposis Colorectal Cancer") e Polipose Adenomatosa Familiar (FAP). Ambas são doenças hereditárias, ou seja, que são transmitidas de pais para filhos, caracterizadas pela presença de vários casos de câncer colorretal na família.


A Polipose Adenomatosa Familiar ou FAP corresponde a 1% dos casos de câncer colorretal. Caracteriza-se por centenas de pólipos em todo o intestino que podem ser detectados na puberdade. Uma vez detectados, se não removidos transformam-se em câncer.


Para determinar a presença de uma doença hereditária, além da avaliação de um médico especialista, é necessário um teste de predisposição ao câncer colorretal hereditário (exame de sangue que determina o gene alterado).


Em um futuro ainda sem previsão, a meta será a correção do defeito genético herdado, evitando que a doença se manifeste em outras gerações.


6) ANTECEDENTES PESSOAIS DE CÂNCER:

Mulheres que tiveram câncer de ovário, corpo do útero (endométrio) ou mama têm maior risco de desenvolver câncer colorretal. Quem já teve câncer de intestino no passado deve ficar atento ao funcionamento do intestino, pois o risco de desenvolver um segundo tumor é alto quando comparado ao de outras pessoas sem história pregressa de câncer.


7) DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA:

A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn são doenças inflamatórias benignas que causam inflamação em graus variados na mucosa do intestino grosso. As doenças inflamatórias intestinais estão associadas ao maior risco de câncer colorretal, especialmente em indivíduos com doença com mais de 8 anos de evolução.


QUADRO CLÍNICO:

Os sintomas do câncer de intestino são extremamente vagos, como mudança do ritmo intestinal, isto é, prisão de ventre ou diarréia sem causa alimentar aparente, bem como anemias sem origem definida. É o caso do indivíduo que evacua uma vez diariamente e de repente passa três dias sem evacuar ou evacua quatro vezes no mesmo dia sem que haja uma alteração na sua alimentação.


Essa mudança do ritmo intestinal é um sinal de alerta indicativo de que o médico especialista (coloproctologista ou gastroenterologista) deve ser consultado para uma melhor investigação do quadro clínico.


Dependendo da localização do tumor, os sintomas são diferentes. Se ele estiver localizado no lado direito do abdome, as principais queixas serão enfraquecimento, anemia e alteração do ritmo intestinal com predomínio de diarréia.


Se estiver do lado esquerdo, há também alteração do ritmo intestinal com predominância de constipação intestinal, ou seja, prisão de ventre. Quando o tumor se localiza no reto, o principal sinal do tumor é o sangramento. Sangue e puxo (ou tenesmo), caracterizado pela vontade periódica de ir ao banheiro e insatisfação provocada pela sensação de evacuação incompleta são sinais de câncer ou de doença inflamatória no reto.


Resumindo, qualquer alteração no ritmo intestinal (constipação ou diarréia), anemia, sangue ou catarro nas fezes e emagrecimento são indícios de que o indivíduo pode estar com a doença. Na prática clínica é muito comum pacientes com sangramento retal atribuírem erroneamente a hemorróidas.


É importante ficar alerta porque "nem tudo que sangra é hemorróida, pois câncer de intestino também sangra". Entretanto, há uma pequena diferença entre os tipos de sangramento. Na hemorróida o sangue vivo não se encontra misturado às fezes, ao passo que no câncer do intestino o sangue de cor viva vem misturado a elas. Para o paciente é difícil estabelecer essa distinção.


Por isso, toda a pessoa que tem sangramento pelo ânus deve procurar o médico especialista para submeter-se a uma investigação clínica incluindo exame de toque retal e exame endoscópico, a fim de diagnosticar corretamente a doença. Isso é imperativo porque o câncer de reto é muito freqüente e um simples toque retal permite identificá-lo, além de possibilitar o exame da próstata nos homens.


Enfatizamos que a participação de um especialista é muito importante não somente para fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças que podem apresentar os mesmos sintomas de um tumor de intestino, mas também porque a sua orientação clínica e a solicitação do exame da colonoscopia com biópsias de tecidos suspeitos firmará o diagnóstico.


A biópsia é o único exame que pode determinar a presença do câncer. Uma vez diagnosticado o câncer, são realizados outros exames para determinar a extensão da doença (estadiamento). À partir deste ponto, uma equipe multidisciplinar constituída por: cirurgião geral ou coloproctologista, oncologista clínico, radioterapêuta, enfermeiro, nutricionista e psicólogo estarão acompanhando todo o tratamento.


Principais exames para o diagnóstico precoce do câncer colorretal:


- Toque retal


- Colonoscopia


COLONOSCOPIA:

Em relação à prevenção do câncer de reto o diagnóstico é muito simples porque pode ser feito pelo exame de toque retal no consultório. Já o diagnóstico de câncer de cólon exige um exame chamado colonoscopia, cuja descoberta representou o maior avanço no conhecimento das doenças do aparelho digestivo.


Esse exame permite a identificação não só de processos inflamatórios e tumores, como até de pequenos pólipos. Vimos que pólipo é uma verruga que começa bem pequena, do tamanho de uma cabeça de alfinete, com tendência a crescer e se transformar em câncer.


Entretanto o seu crescimento é lento e leva de 10 a 15 anos para degenerar e se transformar num tumor maligno. Por isso o câncer de intestino leva vantagem, se comparado com os demais, que já se instalam como tumor maligno. É possível reconhecer o fator que o precede, visto que começa como um pólipo que cresce bem devagar.


A colonoscopia é um exame realizado por aparelho de fibra ótica, longo e flexível com cerca de 180 cm de comprimento, introduzido através do ânus, que permite a visualização do reto e de todo o cólon em mais de 95% das vezes. Para a realização do exame é necessário limpeza intestinal, feita com laxantes ou lavagem intestinal.


Durante o preparo, é importante beber água em abundância para evitar a desidratação.Antes do exame o médico administra um sedativo e um analgésico, em seguida o aparelho é conduzido por todo o intestino grosso e toda extensão de sua parede interna é examinada. Se for verificada a presença de pólipos, estes são removidos e enviados para exame anatomopatológico. Ao término desse procedimento o paciente é liberado, não sendo necessária internação.


Vantagens: A colonoscopia é na verdade o melhor, o mais sensível e específico procedimento para o diagnóstico de pólipos e de câncer do cólon e reto. Serve também para a prevenção e tratamento, ou seja, para a retirada de pólipos, que são analisados posteriormente através de exame de anátomo patologia.


Desvantagens: tem custo mais elevado que os demais exames utilizados para a mesma finalidade, devendo ser executado por profissional idôneo e especializado.


...CONTINUA

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