sábado, 5 de maio de 2012

TESTES INICIAIS MOSTRAM QUE TÉCNICA REVERTE DANOS DE ALZHEIMER...




FONTE: GIULIANA MIRANDA, DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).

Uma técnica usada no tratamento dos sintomas do mal de Parkinson e de outras doenças se mostrou promissora, em testes iniciais, no combate aos problemas de memória do alzheimer.

Usando a estimulação cerebral profunda --inserção de eletrodos, por meio de cirurgia, para enviar estímulos elétricos a regiões específicas do cérebro--, cientistas conseguiram "reverter" os danos do alzheimer em dois pacientes, em um grupo de seis.

O hipocampo, parte do cérebro que tem papel fundamental na transformação de memórias recentes em lembranças de longo prazo, é uma das primeiras áreas afetadas pelo alzheimer. Ele literalmente encolhe, a uma taxa típica de 5% ao ano.

Ao estimular eletricamente regiões ligadas ao hipocampo, o grupo do pesquisador canadense Andres Lozano, do Hospital Ocidental de Toronto, foi além de apenas inverter esse declínio. O hipocampo de dois pacientes até aumentou após o tratamento, um 5% e outro 8%.

A cirurgia é feita com anestesia local. Uma pequena incisão é feita, e a área-alvo do cérebro fica exposta. Finíssimos eletrodos são colocados e depois alimentados por uma bateria, que é implantada sob a pele.

FALHAS.

Nos três outros voluntários, no entanto, o hipocampo continuou encolhendo normalmente. Em um deles, a diminuição cerebral foi até mais acentuada.

"Achamos que a diferença entre esses resultados tem a ver com o nível de comprometimento cerebral dos pacientes antes do tratamento. Os dois que tiveram os melhores resultados estavam em fase mais inicial", diz Lozano, que participou do Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que acaba hoje, em São Paulo.

O neurocirurgião Ricardo Nitrini, do Hospital das Clínicas, elogiou o ineditismo da pesquisa. "Os resultados são com certeza extraordinários".

Mas, segundo ele, as pessoas com alzheimer não são o melhor alvo para esse tipo de estudo. "Como o objetivo é avaliar os impactos na memória, seria melhor usar outros grupos, com lesões mais específicas e não progressivas nesse sentido."

O grupo canadense agora se prepara para iniciar uma nova e mais completa etapa do estudo, que contará com cerca de 40 pacientes.

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