FONTE: JOHANNA NUBLAT, DE BRASÍLIA (www1.folha.uol.com.br).
O governo vai incluir a vacina contra a catapora no calendário público infantil.
A partir do segundo semestre de 2013, em vez de receberem duas doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) --aos 12 meses e 4 anos de idade--, as crianças serão vacinadas com a tetra viral, que vai incluir a catapora.
"Vamos introduzir no SUS a vacina para as crianças em agosto, que é quando a gente faz a campanha multivacinal", afirmou o ministro Alexandre Padilha (Saúde), que assina neste sábado o acordo de transferência de tecnologia para a produção dessa vacina.
Crianças que completarem 1 ano de idade no primeiro semestre de 2013 ainda devem entrar no esquema da tríplice, vacina que continuará sendo usada em casos de surtos de doenças como o sarampo e em reforços de adultos--o governo também tem planos de exportar essa vacina.
Segundo o ministério, a catapora é responsável por cerca de 11 mil internações e 160 mortes por ano no Brasil. Os números da doença são mais altos, já que apenas casos graves acabam registrados, estima Renato Kfouri, presidente da Sbim (Associação Brasileira de Imunizações).
"A catapora é tida como uma doença benigna, que não causa complicação. Há uns anos, as pessoas gostavam que a criança pegasse cedo a doença. Mas não são raras as complicações, e, às vezes, podemos ter até mortes relacionadas", diz Kfouri.
A viabilidade da incorporação na rede pública da imunização contra catapora (varicela) e de outras duas --contra hepatite A e HPV-- foi analisada este ano pela pasta.
Questões como quais serão os laboratórios produtores (tanto o estrangeiro, que vai transferir a tecnologia, quanto o público, que vai produzir), detalhes da vacina e da transferência de tecnologia ainda estão em negociação.
A nova vacina anunciada vai ser produzida por Biomanguinhos (Fiocruz) em uma parceria assinada com o laboratório britânico GSK. Segundo o ministério, R$ 127,3 milhões serão gastos por ano com a vacina da catapora.
Hoje a vacina contra a catapora é oferecida gratuitamente nos casos de surtos ou outras situações específicas.
Essa é a terceira mudança no calendário vacinal anunciada pelo governo neste ano. Em janeiro, o ministério avisou que incorporaria a vacina injetável contra a pólio e que reuniria algumas vacinas em uma só (a pentavalente).
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