quinta-feira, 30 de agosto de 2012

CAMPANHAS DE COMBATE AO TABAGISMO PRECISAM ATINGIR IDOSOS...


FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

É o que dizem os médicos, na quarta-feira (29), Dia Nacional sem Tabaco. Eles chamam atenção para a necessidade de políticas públicas voltadas para o abandono do vício entre os idosos, grupo que aumenta a cada ano com o envelhecimento da população.

O diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Daniel Kitner, afirma que hoje há muitas campanhas de prevenção para evitar o início do fumo, mas também deveriam haver outras voltadas para a interrupção do vício.

"Precisamos de políticas que procurem estimular esses idosos a deixar o fumo. É extremamente difícil, pois é necessário convencer esse fumante de que é possível parar”, disse o médico.

Além disso, ele argumenta que, apesar dos danos acumulados no organismo, a suspensão do fumo leva a uma melhora da qualidade de vida do idoso.

O diretor da SBGG lamenta o fato de que os idosos sejam um público ainda invisível e excluído de políticas públicas em geral. “É um contrassenso, pois os idosos são uma população em franca expansão”, ressalta.

Segundo Ademir Lopes Jr., diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), combater o tabagismo entre os idosos representaria uma economia para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que levaria a menos internações, remédios e tratamentos para essa faixa etária.

“A população idosa é a que mais utiliza os serviços de saúde. Idosos que já foram fumantes por muito tempo e que têm a doença pulmonar obstrutiva crônica, aquela bronquite do idoso, quando param de fumar, as crises melhoram. Essa melhora reduz também o custo do sistema de saúde como um todo”, afirma.

Lopes sugere a inclusão de mensagens voltadas para o público idoso nas caixas dos cigarros, cujos versos falam sobre os riscos do tabaco, já que esses alertas costumam ser direcionados principalmente para jovens, homens e gestantes.

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de fumantes permanece em queda no Brasil: de 2006 a 2011, o percentual de fumantes passou de 16,2% para 14,8%.

Entre a população idosa, esse percentual é de cerca de 12%, conforme apontou uma pesquisa apresentada no início do ano pelas universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP), Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Botucatu, e Secretaria da Saúde do estado de São Paulo.

O estudo apresenta como proposta a criação de políticas públicas que ofereçam tratamento e apoio, sobretudo, aos idosos do segmento social de menor renda per capita, sugerindo também o acompanhamento dos problemas de depressão e o incentivo a práticas saudáveis, a exemplo das atividades físicas.

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