FONTE: MARIANA VERSOLATO, DE SÃO PAULO (www1.folha.uol.com.br).
Uma espécie de "remendo" para corações danificados por infarto, desenvolvido por pesquisadores americanos, poderá ser, no futuro, uma opção para ajudar na reabilitação de pessoas com insuficiência cardíaca.
Trata-se de uma mistura à base de músculo ventricular suíno, que sofreu um processo para que todas as suas células fossem retiradas.
O material foi, então, convertido no que os cientistas chamam de hidrogel.
Ao ser injetado na área necrosada do coração, o material provocaria a melhora na função cardíaca e o aumento do músculo cardíaco.
O hidrogel foi testado em porcos, mas, segundo os autores da pesquisa publicada ontem na revista "Science Translational Medicine", os resultados nos animais mostram segurança e eficácia suficientes para que estudos em humanos sejam realizados.
Um ensaio clínico em humanos deve começar ainda neste ano na Europa.
ARCABOUÇO.
A matriz extracelular injetada via cateter forma uma estrutura em cima da qual as células se organizam. Os autores especulam que esse arcabouço envie sinais e, ao reconhecê-los, as células-tronco do corpo encontrariam base de sustentação e regenerariam o tecido afetado.
Segundo Luís Gowdak, médico-assistente da Unidade Clínica de Coronariopatias Crônicas do InCor (Instituto do Coração da USP), o trabalho é um capítulo importante na área de medicina regenerativa e a estratégia merece ser investigada.
Ele faz ressalvas, porém, ao pequeno número de animais do estudo --foram usados apenas 14 porcos, dos quais quatro morreram.
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