FONTE: Letícia Gonçalves (minhavida.uol.com.br).
Tire dúvidas sobre vacinas que devem ser feitas antes, durante ou após os nove meses.
A partir do segundo semestre de 2013, o Ministério da Saúde vai oferecer gratuitamente para as gestantes a vacinação contra coqueluche. A medida surgiu a partir de dados do órgão sobre os avanços da doença no país: foram 2.258 casos em 2011 e 4.453 em 2012. No ano passado, 97% dos registros aconteceram em bebês menores de seis meses. Por isso, a tentativa de vacinar mais gestantes serve como uma forma de proteger um maior número de recém-nascidos.
Além da vacina de coqueluche, há outros tipos que a mulher pode tomar durante a gravidez para ter mais proteção contra infecções. Outros tipos de vacina, por outro lado, podem ser perigosos durante a gestação e devem ser evitados. Confira a lista das vacinas mais comuns a seguir e saiba o que especialistas indicam:
Hepatite B: de preferência antes da gravidez.
A hepatite B é uma doença sexualmente transmissível que também pode ser propagada pelo contato com sangue e seringas contaminadas. A vacina é composta por vírus atenuados (vírus vivos que foram modificados de forma que o organismo consiga produzir anticorpos antes que a doença se manifeste). O problema desse tipo de composição é que, como a grávida tende a ficar com a imunidade mais baixa, corre o risco de desenvolver a doença. É um problema bem raro, mas existe uma pequena chance.
Para ter mais segurança, o ideal é tomar a vacina antes da gravidez, mas ela pode ser prescrita quando a gestante está mais exposta ao vírus. "Recomendamos que ela seja indicada pelo obstetra que acompanha a gestante e que seja evitada nos três primeiros meses de gestação", explica o médico sanitarista Ricardo Cunha, responsável pelo setor de vacinas do Lavoisier Medicina Diagnóstica.
Gripe: antes ou durante a gravidez.
Segundo Ricardo Cunha, a mulher grávida corre um risco maior de ter complicações de gripe, ameaçando tanto a sua saúde quanto a do bebê. "A vacinação durante a gestação é interessante porque também faz uma proteção indireta ao bebê, uma vez que ele só poderá ser vacinado contra gripe ao completar seis meses de idade", afirma Ricardo Cunha. Diferente da vacina de hepatite, a vacina da gripe não contém o vírus atenuado, sendo mais segura. A época ideal para tomar é no outono, antecipando o inverno que é quando há surtos da doença.
Dupla adulto (dT): antes ou durante a gravidez.
A vacina dupla tipo adulto traz mais proteção contra difteria e tétano. "Ela deve ser feita aos 14 anos de idade e, depois, a cada 10 anos em dose única", diz o médico Ricardo Cunha. Para quem não foi vacinado na infância, é indicado tomar três doses com intervalos de um mês entre a primeira e a segunda dose e seis meses entre a segunda e terceira dose. Gestantes também devem seguir essa recomendação: se já foi vacinada com três doses ou mais de vacina contra tétano, deve fazer mais uma dose se já decorrerem mais de cinco anos da última dose.
Coqueluche: antes ou durante a gravidez.
Essa doença é causada por uma bactéria transmitida pelo ar, por meio de gotículas de secreção eliminadas ao falar, tossir e espirrar. A vacina DTPa (vacina tríplice acelular) traz prevenção de coqueluche junto com tétano e difteria. Portanto, gestantes que tomarem essa vacina não precisarão tomar a vacina dupla (dT). A partir do segundo semestre deste ano, a DTPa estará disponível gratuitamente para gestantes nos postos de saúde, garantindo maior proteção tanto à mãe quanto ao bebê.
Rubéola, sarampo e caxumba: antes da gravidez.
A vacina tríplice viral contra rubéola, sarampo e caxumba contém vírus atenuados da doença (da mesma forma que a vacina da hepatite) e, por isso, deve ser evitada durante a gravidez. "Essa vacina pode ser administrada até 30 dias antes do início da gestação", alerta o infectologista Cláudio Roberto Gonsalez, chefe de Infectologia do Hospital Villa-Lobos. É importante que a mulher tome essa vacina antes de engravidar - a rubéola na gravidez, por exemplo, pode provocar malformações no feto, como surdez, catarata, problemas cardíacos, neurológicos e glaucoma.
Febre amarela: antes da gravidez.
A vacina de febre amarela (doença infecciosa transmitida pela picada de mosquito) é recomendada principalmente quando a pessoa vai viajar para alguma área de maior risco ou quando há surtos da doença na região. Para gestantes, porém, essa vacina é contraindicada. "Não é aberta exceção para essa vacina, pois ela contém germes vivos atenuados", diz o infectologista Cláudio.
BCG: aplicada no recém-nascido.
A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) é usada para prevenção de tuberculose. Por ter germes vivos atenuados, também não é recomendada na gestação. Os médicos e instituições de saúde afirmam que essa vacina é mais importante para crianças, devendo ser aplicada ao completar o primeiro mês de vida ou no primeiro comparecimento à unidade de saúde.
HPV: antes ou depois da gravidez.
Segundo o infectologista Cláudio, não existe indicação para vacinação contra HPV em gestantes. "Na gestação, devemos evitar toda e qualquer administração de medicamentos e vacinas que não tenham extrema necessidade", diz o médico. Por isso, essa vacina só é importante se o médico a indicar, mas fora do período de gestação.
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