FONTE: Silvana Blesa, TRIBUNA DA BAHIA.
Salvador é a capital do Nordeste com maior índice de infestação da dengue, apontado pelo LIRA - Levantamento de Índice Rápido Infestação por Aedes aegypti, realizado entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro, pelo Ministério da Saúde.
A capital baiana teve um índice de infestação de 3,5% e, segundo o Ministério da Saúde, precisa estar em situação de alerta. Além de Salvador, as cidades de Ilhéus, Itabuna, Jequié e Simões Filho também são apontadas como locais de alto risco de ter surto de dengue.
Mais de 3,9% dos imóveis pesquisados nesses municípios apresentaram larvas do mosquito transmissor da doença. Segundo dados da Secretária Municipal de Saúde, no mês de janeiro, em Salvador, foram registradas 23 ocorrências de dengue, e em fevereiro, 124 situações, sendo 22 confirmadas.
As autoridades garantem que não é difícil combater o mosquito e todas as pessoas podem contribuir com simples gestos de ter cuidado com tanques, tonéis, vasos e pratos de plantas, pneus abandonados e o lixo mal acondicionado. São esses os locais prediletos para procriação dos focos dos mosquitos. Se não forem combatidos, podem gerar uma infestação da dengue.
O slogan da campanha deste ano, “Dengue é fácil combater, só não pode esquecer”, deixa clara a responsabilidade de todos os cidadãos em ajudar na prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. A campanha também alerta sobre os sinais e sintomas da doença e quais as principais medidas que devem ser adotadas em caso de suspeita.
As donas de casa devem colocar água sanitária nos ralos, o que ajuda a matar as larvas do mosquito e evitar a procriação. O lixo mal acondicionado também é perigoso, pois o mosquito necessita de quantidades mínimas de água para depositar seus ovos. Por isso, não se deve deixar expostos materiais como latas, garrafas e pneus, que podem acumular água.
Temendo contrair dengue pela quarta vez, a empresária Alessandra Andrade Alves disse que toma todos os cuidados em casa para evitar qualquer foco do mosquito. “Eu sofri muito quando tive dengue. Das quatro vezes, três foram hemorrágicas e por pouco não morri. Os médicos disseram que se eu tiver novamente, pode ser muito mais complicada a recuperação e pode ser que eu não tenha chance de sobreviver”, ressaltou.
Força-tarefa nas regiões críticas.
Para evitar uma epidemia de dengue na Capital, agentes do setor de Zoonoses estão atuando com uma força- tarefa nos locais mais críticos e bairros onde a incidência é maior. De acordo com a gerente do controle de zoonoses, Geruza Moreira, os agentes estão atuando em terrenos baldios, oficinas e cemitérios, locais propícios para foco de dengue, principalmente após a chuva.
“Nesse combate é preciso que todo cidadão tenha responsabilidade de ajudar e não esperar apenas pelo poder público. Nas casas, as pessoas precisam continuar o trabalho e ter educação no descarte do lixo para evitar mais foco do mosquito”, ressaltou Geruza. Segundo ela, os bairros de São Caetano, Pau da Lima, Valéria, Liberdade e Subúrbio Ferroviário são os locais que merecem mais atenção das autoridades, uma vez que a incidência da dengue é maior.
Por região, a maior concentração das larvas do mosquito em reservatórios de água ocorreu no Nordeste, com 76,2%. Por outro lado, foi na Região Sudeste onde se concentraram os maiores focos em depósitos domiciliares, com 63,6%.
Quanto às capitais, o LIRAa deste ano apontou situação de risco em Palmas (TO) e Porto Velho (RO), de alerta em Belém (PA), Manaus (AM), Rio Branco (AC), Aracaju (SE),Recife (PE), Salvador (BA), São Luís (MA, Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Goiânia (GO). Já Boa Vista (RR), João Pessoa (JP) e Teresina (PI) apresentaram índice satisfatório.
“O levantamento deve servir para alertar os estados e os municípios. Os gestores locais devem combinar as ações nas casas das pessoas, seja na coleta do lixo ou na limpeza das caixas d'água. Devemos agir para evitar mais óbitos e casos graves”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
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