quinta-feira, 8 de agosto de 2013

15 ATITUDES QUE AFASTAM PAIS E FILHOS...

FONTE: Raquel Paulino/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

                 

Nas relações humanas, quase nada acontece de uma hora para outra. Vínculos afetivos precisam de tempo e de um conjunto de atitudes para amadurecer positivamente e também para se deteriorarem. Assim acontece com o relacionamento entre pais e filhos: por mais que o amor seja, em teoria, incondicional, pequenos e grandes gestos podem criar um abismo de distância na família. O problema é quando esse afastamento só é percebido quando já está grande o suficiente para incomodar uma das partes.
A maior vilã, alega a maioria dos adultos, é a correria do dia a dia. “Aliada aos desafios profissionais de homens e mulheres, ela afasta as pessoas, que passam a se encontrar pouco. É comum os pais chegarem em casa quando as crianças já estão dormindo, por exemplo”, diz a psicopedagoga Ana Clara Bretos Lima.

Mas o tal “tempo cada vez mais curto” não é motivo suficiente para evitar a comunicação entre pais e filhos, segundo Aline Alves, psicóloga e psicoterapeuta da clínica Macfit. “É preciso, antes de tudo, vontade de incluir as crianças e os adolescentes na rotina da família. Não é obrigatório ter filhos. É preciso ponderar se haverá tempo, vontade e disponibilidade emocional para criá-los”, afirma. “Isso precisa vir desde a primeira infância. Não adianta querer falar sobre drogas e sexo quando a adolescência se aproxima se não tiver sido construída uma base de diálogo.”

Pela construção de uma estrutura sentimental forte entenda-se aproveitar todo o tempo livre em casa para brincar e conversar com os filhos, organizar passeios e programas em família – idas ao parque, viagens de fim de semana, um piquenique em um dia bonito –, acompanhar a lição de casa. São atitudes que fazem toda a diferença na felicidade familiar.

Sem essa dedicação, os efeitos do distanciamento podem afetar, além da estabilidade psicológica, o desempenho escolar da criança, como explica a coach parental e educacional Regina Shudo: “Dependendo das circunstâncias, os danos provocados podem chegar a uma dispersão, uma falta de atenção nas aulas, o que os pais costumam demorar a perceber em casa. Uma boa relação com a escola, para saber se seu filho está aproveitando bem seu potencial de aprendizado, pode revelar algum problema”. 


Sempre é tempo de reverter o afastamento.

Não é do interesse de ninguém manter essa lacuna entre pais e filhos. Ao notar que algo está errado, os adultos podem e devem correr atrás do prejuízo. “É possível reverter o quadro com atenção especial, boa educação. Não é uma questão de recuperar, pois o que passou, passou. É dar a volta por cima”, defende Regina.

“A relação deve ser reavaliada. Por meio do diálogo, todas as diferenças podem ser amenizadas”, complementa Ana Clara. Aline, por fim, aconselha: “Se o afastamento já for muito grande e a reaproximação estiver difícil, principalmente no caso dos adolescentes, vale procurar ajuda profissional, fazer psicoterapia familiar”.

Confira abaixo 15 atitudes dos pais que os afastam dos filhos. E, para manter um vínculo de qualidade com as crianças e os adolescentes, faça de tudo para evitá-las. 


1. Levar trabalho para casa todos os dias: as horas em que todos estão juntos são para brincar e conversar. Dedique-se às burocracias apenas no horário comercial;



2. Brigar com o cônjuge na frente dos filhos: presenciar discussões entristece especialmente os menores. Em suas fantasias, eles são os culpados pelas brigas;



3. Aparelhos eletrônicos nas refeições em família: usados à mesa, alienam os usuários, que ficam hipnotizados pela internet na tela e não conversam;



4. Usar o trajeto de casa até a escola só para dar broncas: o tempo que poderia ser usado para criar conexões acaba se tornando um momento temido e traumático;



5. Terceirizar a educação dos filhos: avós, babás e escola podem auxiliar, mas não devem ser os responsáveis pela criação dos pequenos. Esse papel cabe aos pais;



6. Tentar comprar o amor dos filhos com presentes: dar um brinquedo não compensa a falta de carinho no dia a dia. A criança se sente ‘à venda’ e fica infeliz;



7. Mexer no celular do adolescente: no aparelho estão conversas e fotos que, se ele quisesse tornar públicas, colocaria nas redes sociais. É o fim da confiança;



8. Bisbilhotar armários e gavetas do adolescente: procurar provas de deslizes demonstra falta de diálogo e, se o filho descobrir, nunca mais confiará nos pais;



9. Não participar das brincadeiras infantis por achar que vai atrapalhar: a criança fica frustrada, pois espera que os pais ajudem e se divirtam com elas;



10. Não dar espaço para os adolescentes: a partir dos 14 anos, é normal querer ficar só ou com os amigos. Entrar nesse espaço sem que eles solicitem os irrita;



11. Distrair a criança com eletrônicos no restaurante: os pais que fazem isso alegam querer mais tranquilidade, mas filhos acabam se sentindo alheios à família;



12. Não prestar atenção quando a criança conta algo: ela perceberá e perderá, aos poucos, a vontade de conversar, criando uma barreira de diálogo entre vocês;



13. Reprovar todos os namoros dos adolescentes: se está namorando, é porque viu qualidades. A reprovação apenas fará o filho ou a filha namorar escondido;



14. Excesso de cobrança por notas sem acompanhar a lição de casa: pais que cobram ‘porque estão pagando’ deixam a criança insegura e se sentindo uma mercadoria;


15. Tratar os filhos eternamente como bebês: pode até ser por carinho, mas eles entendem que eram mais queridos quando pequenos, que maiores são ‘sem graça’.

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