FONTE: Naira Sodré, TRIBUNA DA BAHIA.
O uso excessivo de sal prejudica
a saúde da visão, é o que diz o oftalmologista do Instituto Penido Burnier,
Leôncio Queiroz Neto. No Brasil, em média, cada pessoa consome mais que o dobro
das cinco gramas de sal recomendadas pela OMS (Organização Mundial da
Saúde). Segundo o especialista, o
abuso no consumo de sal dobra a chance de surgir a catarata do tipo subcapsular
posterior. O excesso de sódio na corrente sanguínea dificulta a manutenção do
baixo nível intracelular de cálcio que garante a transparência da lente do
olho. “Apesar de ser difícil “escapar da catarata”, já que a doença está relacionada
ao envelhecimento, com o consumo excessivo do sal, a doença pode surgir bem
mais cedo”, alerta.
Uma das dicas para
reduzir o consumo de sal é eliminar o saleiro da mesa. Além disso, optar por
temperos naturais, evitar embutidos, conservas e alimentos
industrializados que contenham glutamato de sódio. O
oftalmologista ainda afirma que os olhos também devem ser protegidos da
radiação ultravioleta emitida pelo sol durante o ano todo nas atividades ao ar
livre com lentes que contenham filtro ultravioleta, chapéu ou boné. “O consumo
frequente de bebida alcoólica e cigarro são outros fatores de risco evitáveis”,
ressalta. Comer frutas e vegetais frescos em abundância ajuda adiar a doença. A
única forma de eliminar a catarata é por meio da cirurgia.
Segundo o especialista, o sal
usado na cozinha e à mesa respondem por 70% do consumo de sódio no país. É o
que mostram dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que
acabam de ser compilados pela ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de
Alimentação).De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, ninguém
escapa da catarata, que atinge praticamente todas as pessoas depois dos 75 anos
porque geralmente está relacionada ao envelhecimento Mas a catarata subcapsular
posterior, adverte, pode surgir bem mais cedo e em muitos casos pode ser adiada. Além
do consumo abusivo de sal o médico explica que pode estar relacionada a
traumas, hereditariedade, diabetes ou uso contínuo de corticóide.
Igual às outras formas da
catarata, ressalta, também embaça o cristalino, lente localizada atrás da
pupila e da íris (parte colorida do olho) que responde pela focalização das
imagens. A diferença é que na catarata subcapsular posterior a opacificação
acontece na parte de trás do cristalino onde a luz converge. Por isso, a
aversão à luz, fotofobia, é mais intensa. Resultado: a dificuldade para dirigir
contra os faróis é maior, bem como enxergar em
situações que façam as pupilas contraírem, como por exemplo, locais bem
iluminados ou durante a leitura. “Como aparece mais cedo nem é preciso dizer
que acaba comprometendo a trajetória profissional”, comenta.
Prevenção e tratamento.
Queiroz Neto ressalta que o abuso no sal
também pode causar hipertensão arterial e levar ao desenvolvimento de
alterações cardiovasculares e na retina que pode levar à perda irreparável da
visão. A boa notícia é que um simples exame de fundo de olho pode
indicar tanto a hipertensão arterial como as alterações retinianas. A má é que
geralmente os dois distúrbios não apresentam sintomas.
Por isso, a recomendação do medico é fazer
exame de fundo de olho e de sangue anualmente. Devem estar atentos à prevenção,
portadores de doenças cardiovasculares, diabéticos, quem tem hipertensão
arterial, pessoa com colesterol alto, casos de doenças cardíacas na família e
quem tem mais de 50 anos.
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