FONTE: Folhapress, CORREIO DA BAHIA.
O prêmio de R$ 119 milhões foi pago em 2010 a um
único apostador.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul acusa 12 pessoas de extorquir o ganhador do maior
prêmio já pago individualmente pela Mega-Sena e de tentar se apropriar do valor
sorteado. Entre os suspeitos estão um ex-prefeito e um ex-secretário da cidade
de Fontoura Xavier (a 189 km de Porto Alegre), onde a aposta foi feita.
O prêmio de R$ 119 milhões foi pago em 2010 a um único
apostador. Segundo a Promotoria, os acusados inventaram uma história de que
o bilhete premiado fazia parte de um bolão organizado por eles e que o ganhador
havia se apossado do comprovante da aposta com a ajuda de uma terceira pessoa.
Os suspeitos,
que eram funcionários do município, registraram queixa em uma delegacia de
Porto Alegre, onde o caso foi investigado. Em 2011, a Polícia Civil concluiu em
inquérito que a versão do grupo era verdadeira e encaminhou o inquérito ao
Ministério Público. A Promotoria, no entanto, viu inconsistências e arquivou a
investigação.
A Justiça resolveu pedir uma nova apuração sobre o caso.
Após essa nova investigação, o Ministério Público constatou que o ganhador foi
vítima de uma armação. “Concluímos que o grupo montou uma grande fraude para ter
acesso ao prêmio. Fizeram inclusive chantagem”, diz o promotor Michael Flach.
Os suspeitos tentaram bloquear o valor do prêmio na
Justiça, mas não conseguiram. Segundo a Promotoria, o apostador sacou o dinheiro à época e permanece com o prêmio. Flach diz que um dos
fatos que desmontaram a versão do bolão foi o horário da aposta informado pelos
acusados. O grupo diz ter ido à lotérica pela manhã, enquanto o bilhete foi
registrado no sistema durante a tarde. Todos são acusados de denúncia
caluniosa, coação, falso testemunho e extorsão.
Uma juíza de Soledade (RS) aceitou em 12 de julho a
denúncia da Promotoria e determinou que o ex-prefeito José Flávio Godoy da Rosa
(PT) e o ex-secretário José Carlos Pinto não se aproximem de duas
testemunhas de acusação. Uma dessas testemunhas afirma que trabalhava na
prefeitura e foi ameaçada por colegas para confirmar a versão do bolão. A Justiça
também determinou que o sigilo telefônico de acusados seja quebrado.
Outro lado
Procurado, o ex-prefeito disse à reportagem que ficou surpreso com a inclusão
de seu nome entre os acusados. Ele afirma que nunca fez parte do grupo que
contestou o vencedor do prêmio e que não entende a acusação de falso
testemunho, já que não questionou a origem da aposta junto à polícia. A
reportagem não conseguiu localizar os advogados dos outros réus.
Um dos
acusados, o operador de máquinas Sebastião Quevedo, disse à reportagem, em
2010, que o grupo havia gastado R$ 110 para fazer uma série de apostas. Ele
afirmou que um colega, hoje testemunha de acusação, havia subtraído o bilhete
premiado e repassado o comprovante ao apostador que retirou o prêmio.
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