FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
A endometriose afeta
cerca de 176 milhões de mulheres no mundo, sendo seis milhões só no Brasil. No
entanto, a doença ainda é desconhecida para 53% das brasileiras. É o que revela
uma pesquisa realizada com 10 mil mulheres, com idade acima de 18 anos, em
dez capitais brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza,
Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador).
Em Porto Alegre, por
exemplo, 68% das mulheres não sabem o que é a endometriose, enquanto em Manaus
esse número sobe para 82%. Em São Paulo e Brasília, 52% disseram nunca ter
ouvido falar na doença. Na contramão, em Recife, 72% das mulheres afirmaram já
ter ouvido falar sobre o assunto, seguido por Curitiba e Salvador (64%) e Rio
de Janeiro (54%).
A doença ocorre
quando há presença de tecido uterino (endométrio) fora do útero, como por
exemplo, na cavidade abdominal e nos ovários. Pode ocorrer já a partir da
primeira menstruação e afeta as mulheres principalmente durante os anos
reprodutivos.
A patologia pode
causar dores abdominais severas e é uma das principais causas de infertilidade.
Entre os principais sintomas estão dor durante as relações sexuais, cólica
menstrual intensa, alterações no hábito intestinal (diarreia ou obstipação) e
dificuldade para engravidar. Entre as entrevistadas, 55% disseram apresentar
algum sintoma da doença - 23% pelo menos um e 7% os cinco sintomas.
A pesquisa, realizada
pela Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva
(SBE), com apoio da farmacêutica Bayer, ainda aponta que grande parte das
mulheres (82%) desconhece qualquer tipo de tratamento oferecido pelas redes
pública e particular de saúde. E 34% delas acreditam que é possível melhorar o
diagnóstico e tratamento da endometriose por meio de campanhas informativas.
Diagnóstico.
Além da falta de
conhecimento sobre a doença por parte das mulheres, a carência de centros de
atendimento especializado dificulta ainda mais a busca por diagnóstico preciso
e tratamento eficaz.
Outro estudo da mesma
associação, com 956 médicos de 10 Estados brasileiros, revela que, embora a
maioria dos profissionais conheça os principais sintomas (78%) e saiba como
identificar a endometriose (82%), 67% dos médicos acreditam que os centros
disponíveis para tratamento da doença não são capazes de atender à demanda
brasileira e 93% gostariam que houvesse mais centros de tratamento.
Quando perguntados
quais os maiores desafios para diagnóstico precoce da doença, 49% dos
profissionais responderam 'falta de tratamento específico' e 'dificuldade de
acesso aos recursos e exames para diagnóstico preciso' da doença.
A doença não tem
cura, mas pode ser tratada, permitindo que a mulher ganhe qualidade de vida e
até engravide. Para auxiliar as mulheres que aguardam na fila para o tratamento
da endometriose nos hospitais de referência, a Associação Brasileira de
Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) realizará ainda neste
semestre um mutirão de saúde com exames clínicos e exames de diagnósticos por
imagem para diminuir a espera dessas mulheres que precisam de tratamento.
Grupo de
apoio.
Para dar apoio às
mulheres que sofrem com a endometriose, o Gapendi (Grupo de Apoio às Portadoras
de Endometriose e Infertilidade) conta com grupos nas redes sociais para troca
de informações sobre a doença.
A associação sem fins
lucrativos conta com dois grupos com mais de 7.000 membros no Facebook, a fan page Endometriose Online, com
publicações diárias sobre a doença, e um blog que reúne
depoimentos de mulheres portadoras.
Neste mês, o Gapendi
realizará diversas ações com o objetivo de levar informação e divulgar a
doença. Em Salvador, no dia 22 de março, o grupo organiza uma palestra sobre
endometriose das 9h às 12h na clinica Gêneses (Alameda Algarobas, 102, Caminho
das Arvores).
O evento contará com
a presença da ginecologista especialista em endometriose e videolaparoscopia
Emily Serapião, a radiologista especialista no diagnóstico de endometriose
Francine Freitas, a anestesista Viviane Mineiro e a especialista em reprodução
humana Bela Zausner.
O evento é gratuito,
mas as vagas são limitadas. As inscrições devem ser feitas por e-mail
gapendipalestra_salvador@outlook.com.
Em São Paulo, a
palestra sobre como melhorar a qualidade de vida depois do diagnóstico da
doença está marcada para o dia 29 de março às 14h no auditório do Fleury -
unidade Paraíso (Rua Cincinato Braga, 282 - Bela Vista/SP).
O evento contará com
a presença da especialista em diagnóstico por imagem da Endometriose Luciana
Chamié, do especialista em endometriose, videolaparoscopia e cirurgia robótica
Edvaldo Cavalcante, do especialista na área da reprodução humana da clínica
Huntington Medicina Reprodutiva, Paulo Serafini e da nutricionista Roseli Ueno.
Para participar, a
pessoa deve mandar um e-mail para gapendipalestra_saopaulo@outlook.com com o nome completo, RG e aguardar a confirmação da
inscrição.
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